ESCURINHO: um dos maiores artilheiros do Fluminense

                                      Benedito Custódio Ferreira, nasceu dia 3 de julho de 1930 em Nova Lima (MG). No futebol, ficou conhecido como Escurinho e começou sua carreira no Esporte Clube Morro Velho, em meados de 1946. No mesmo ano de 1946 foi encaminhado para os quadro amadores do Villa Nova Atlético Clube, onde assinou seu primeiro contrato em 1951.

                                      Escurinho participou da formação histórica que conquistou o campeonato mineiro de 1951, ao derrotar o Atlético Mineiro, título decidido somente em janeiro de 1952. Foram três partidas para conhecer o campeão da temporada. A primeira, realizada em 13 de janeiro de 1952, terminou empatada em 1×1. No segundo encontro, em 24 de janeiro, nova igualdade em 2×2. No terceiro e decisivo confronto no dia 27 de janeiro de 1952, o Villa Nova venceu por 1×0 e impediu o tricampeonato do “Galo”:

27 de janeiro de 1952 – Finais do campeonato mineiro de 1951 – 3° Jogo – Atlético Mineiro 0x1 Villa Nova – Estádio Independência – Árbitro – Geraldo Toledo (MG) – Público: 25.000 – Gol: Vaduca aos 5′ do segundo tempo.

Atlético Mineiro: Sinval, Juca e Osvaldo; Geraldino, Zé do Monte e Haroldo; Lucas Miranda, Antoninho, Mauro Patrus, Alvinho e Vavá. Villa Nova: Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão; Osório, Vaduca, Chumbinho, Foguete e Escurinho.

                                       Escurinho também foi um dos grandes destaques do qualificado selecionado mineiro. Na época, essa competição entre seleções estaduais era uma grande vitrine para os clubes do eixo Rio-São Paulo. Ainda naquele período, o Villa Nova realizou um amistoso contra o Fluminense, que estava de olho no futebol do meio campista Osvaldo Liberato, mais conhecido como Vaduca.

                                       Mas quem jogou muito naquele dia foi o ponta esquerda Escurinho. Dessa forma, os cartolas tricolores ajustaram sua mira e os interesses foram direcionados para Escurinho. Contratado pelo Fluminense em 1954, o ponta chegou para disputar um lugar com Quincas, Joel e Robson, que também era aproveitado nessa posição.

                                       Quando deixou o Villa Nova, Escurinho nunca poderia imaginar que sua identificação com o Fluminense seria tão intensa e significativa. Escurinho era um ponta rápido que procurava servir os atacantes com seus cruzamentos ou tiros rasteiros na direção da grande área.

                                      Apelidado de “Flecha Negra”, Escurinho não era apenas um velocista. Artilheiro perigoso, marcou gols decisivos nas conquistas dos estaduais de 1959 e 1964, além de duas edições do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. Sua história na cidade do Rio de Janeiro não ficou limitada aos títulos e gols. Escurinho também conheceu Aldalita Bentes, com quem se casou no dia 25 de março de 1960.

                                     Pela Seleção Brasileira, ao lado de Sabará, Garrincha, Evaristo de Macedo, Zizinho e Didi, Escurinho foi decisivo nas conquistas da Taça Oswaldo Cruz e Taça Bernardo O’Higgins, ambas em 1955. Ao todo, foram 10 participações no escrete.

                                     Em dez anos no Fluminense, o ponteiro realizou 490 partidas. Seu nome está entre os dez maiores artilheiros da história do clube. Com 111 gols marcados, o mais especial foi marcado na vitória por 2×0 sobre o Madureira, confronto que decidiu o certame carioca de 1959 por antecipação:

12 de dezembro de 1959 – Campeonato carioca segundo turno – Fluminense 2×0 Madureira – Estádio do Maracanã – Árbitro: Antônio Viug – Renda: Cr$ 1.155.384,00 – Público: 40.305 – Gols: Décio Brito (contra) aos 7’ e Escurinho aos 72‘.

Fluminense: Castilho, Jair Marinho, Pinheiro e Altair; Edmilson e Clóvis; Maurinho, Paulinho, Valdo, Telê e Escurinho. Técnico: Zezé Moreira. Madureira: Silas, Bitum, Salvador e Décio Brito; Ápel e Frazão; Nair, Azumir, Zé Henrique, Nelsinho e Osvaldo. Técnico: Lourival Lorenzi.

                                     Escurinho permaneceu no Fluminense até 1964. No ano seguinte defendeu o Atlético Júnior de Barranquilla na Colômbia. Também jogou na Portuguesa do Rio de Janeiro e no Bonsucesso. Até hoje Escurinho é considerado o melhor ponta esquerda da história do Fluminense e constantemente é homenageado pela coletividade tricolor.

                                     Até o ano de 2006 ainda trabalhou como motorista de táxi no Rio de Janeiro.

                                     Escurinho morreu em 12 de dezembro de 2020 vítima de falência múltipla dos órgãos além de sofrer do mal de Alzheimer.

Em pé: Oldair, Dari, Edmilson, Márcio, Nonô e Pinheiro        –     Agachados: Calazans, Walter, Jaburu, Quarentinha e Escurinho.
Em pé: Clóvis, Jair Marinho, Edmilson, Altair, Castilho e Pinheiro     –     Agachados: Maurinho, Paulinho Ladrão, Waldo, Telê Santana e Escurinho
Em pé: Getúlio, Edson, Pinheiro, Veludo, Lafaiete e Victor     –     Agachados: Telê Santana, Robson, Waldo, Didi e Escurinho
Em pé: Clóvis, Édson, Lafaiete, Castilho, Pinheiro e Bigode     –    Agachados: Telê Santana, Didi, Waldo, Waldemar e Escurinho
Fluminense em 1956  –    Em pé: Clóvis, Jairo, Jair Santana, Cacá, Bassu e Pinheiro    –    Agachados: Telê Santana, Léo Briglia, Valdo, Batatais e Escurinho
Em pé: Djalma Santos, De Sordi, Gilmar, Nilton Santos, Dequinha e Zózimo    –     Agachados: Paulinho, Walter, Gino Orlando, Didi e Escurinho
O Flu em 1964   –    Em pé: Jair Marinho, Laurício, Dari, Denilson, Castilho e Nonô    –    Agachados: Ubiraci, Gilson, João Márcio, Adilson e Escurinho
Da esquerda para a direita: Sabará, Didi, Zizinho, Walter Marciano e Escurinho

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