Hélvio Pessanha Moreira nasceu dia 20 de janeiro de 1924, na cidade de Goytacazes (RJ). Foi um jogador de grande popularidade nos jornais e revistas esportivas de sua época, Hélvio ganhou especial destaque no período em que o Santos conquistou seu merecido espaço entre os grandes do cenário paulista.
Alto e magérrimo, Hélvio gostava de jogar com meias arriadas; e ao contrário das piteiras comuns, o zagueiro carioca provou ao longo dos anos que não servia apenas para fazer fumaça! Apesar de suas “canelinhas finas”, Hélvio era um defensor duro no desarme e quase imbatível no jogo aéreo. Na opinião especial de Chico Formiga, Hélvio foi o zagueiro mais completo de sua época.
Conhecido no mundo da bola como “Hélvio Piteira”, inicialmente jogava como ponteiro-esquerdo no time do Humaitá da cidade de Niterói (RJ), mesmo período em que conseguiu uma vaga para trabalhar no Ministério da Marinha. Aos finais de semana, Hélvio continuou ao lado do irmão Hugo, um habilidoso meio-campista que fazia bastante sucesso nas praças esportivas de Niterói.
Com o passar do tempo, Hélvio também foi criando o gosto de jogar como médio-volante, embora tenha encontrando mais tarde seu lugar definitivo como zagueiro. O jovem Hélvio não tinha grandes pretensões no futebol, até surgir o interesse dos dirigentes do Fluminense Football Club em meados de 1944. Então, mesmo diante da preocupação dos familiares, que não consideravam o futebol como um meio decente de ganhar o sustento, Hélvio não pensou muito para largar sua ocupação no Ministério da Marinha.
Hélvio ganhou especial destaque no período em que o Santos conquistou seu merecido espaço entre os grandes do cenário paulista. No time das Laranjeiras, ao lado de Mirim e Ponce de Leon, Hélvio formou o famoso “Trio de Ossos”, assim conhecidos pela semelhança na composição física.
Pouco aproveitado pelo técnico Gentil Cardoso na campanha do título carioca de 1946, sua utilização de forma mais efetiva aconteceu durante o certame estadual de 1947. No dia
22 de agosto de 1948 tivemos a decisão do primeiro turno do Campeonato Carioca e o jogo terminou Olaria 2×8 Fluminense. O jogo foi no Estádio da Rua Bariri, o Árbitro dapartida foi: Alberto da Gama Malcher e os gols foram marcados por, Valter e Baiano para o Olaria; Simões (3), 109 (2), Orlando, Maneco e Rodrigues para o Fluminense.
Neste dia o Olaria jogou com: Zezinho; Leleco e Lamparina; Valter, Cláudio e Ananias; Alcino, Cidinho, Baiano, Zoé e Esquerdinha. Enquanto que o Fluminense jogou com: Tarzan; Pé de Valsa e Hélvio; Índio, Mirim e Bigode; 109, Maneco, Simões, Orlando e Rodrigues.
Hélvio permaneceu no tricolor carioca até os primeiros meses de 1949, quando seu contrato não foi renovado em razão da iminente negociação com o Santos Futebol Clube. De acordo com reportagem publicada pelo Jornal Mundo Esportivo em 11 de setembro de 1951, os cartolas do Fluminense venderam o passe de Hélvio ao Santos por 150.000 cruzeiros.
Com sua situação definida, Hélvio chegou ao time praiano no mês de maio de 1949. Entrou em forma rapidamente e jogou ao lado de Alfredo Polvo, Dinho, Nenê e Pascoal. Hélvio, que adorava inflamar os torcedores com suas rebatidas de “sem-pulo”, também defendeu o escrete canarinho em 1953.
Testemunha da chegada de Pelé ao Santos, em setembro de 1956. Hélvio foi um dos que acompanharam de perto o desenvolvimento do garoto que ainda era conhecido como “Gasolina”. Na Vila Belmiro foi campeão paulista de 1955, 1956 e 1958; além da importante conquista do Torneio Rio-São Paulo de 1959. Ao todo foram 426 partidas disputadas e 1 gol marcado.
Uma das últimas participações de Hélvio pelo Santos foi na disputa do Torneio Rio–São Paulo, edição de 1959. Este jogo aconteceu no dia 21 de abril de 1959. O jogo foi Santos 2×0 Portuguesa de Desportos no Estádio do Pacaembu, o árbitro foi Casimiro Gomes e os gols foram marcados por Coutinho aos 24 do primeiro tempo e aos 20 da etapa complementar.
Neste dia o Santos jogou com: Laércio; Feijó, Hélvio (Getúlio) e Dalmo; Ramiro e Zito (Urubatão); Dorval, Álvaro (Jair), Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula. A Portuguesa de Desportos jogou com: Carlos Alberto; Mário Ferreira, Djalma Santos (Vilela) e Valter; Hermínio e Odorico; Ocimar, Didi (Melão), Orlando, Zé Carlos e Raul. Técnico: Oto Vieira.
Depois de deixar o Santos em 1959, Hélvio ainda jogou pelo Jabaquara Atlético Clube, equipe onde encerrou sua trajetória nos gramados. Hélvio Pessanha Moreira faleceu em Campos dos Goytacazes (RJ), no dia 24 de maio de 1984.