MARCELO OLIVEIRA: campeão brasileiro pelo Atlético Mineiro em 1971

                  Marcelo de Oliveira Santos Uzai nasceu na cidade mineira de Pedro Leopoldo, no dia 4 de março de 1955. Da infância e juventude, os familiares de Marcelo guardam recordações do menino estudioso e que gostava de soltar pipas e principalmente jogar futebol.

ATLÉTICO

                  Lapidado por um conhecido descobridor de talentos da época, o Sr. Pacote (Geraldo Santos), seu próprio pai, Marcelo chegou ao Atlético Mineiro em 1969. Depois do título estadual de 1970 e do Campeonato Brasileiro de 1971, os atleticanos foram obrigados a testemunhar o domínio do Cruzeiro nos anos seguintes. Isso não impediu que uma nova geração de jovens talentos fosse montada dentro do Atlético. Um desses talentos era o cabeludo Marcelo, a quem Telê Santana se referia como “Menino Jóia”, um meia-atacante dotado de grande habilidade e velocidade, também aproveitado no comando de ataque em algumas oportunidades.

                 Campeão juvenil em 1970, 1972 e 1973, Marcelo começou a ter oportunidades entre o elenco de profissionais do Galo em 1972, sob o comando do próprio Telê Santana. Revezando com o atacante Campos, Marcelo foi conquistando seu espaço e dessa forma chegou ao selecionado brasileiro de juniores que conquistou o Torneio de Cannes em 1974. Depois, Marcelo também fez parte do time canarinho que venceu os jogos Pan-Americanos no México em 1975, mesmo ano em que disputou a Copa América pela seleção principal.

                 Com a entrada do técnico Barbatana, Marcelo inexplicavelmente entrou em declínio. Perdeu seu futebol, seu espaço e principalmente o prestígio junto aos torcedores. E os rumores de uma troca com o ponta esquerda Éder, então jogador do América, passou a fazer parte das colunas esportivas. Marcelo conheceu o banco de reservas. Em pouco tempo, nem para o banco de reservas seu nome passou a ser relacionado e as brigas com Barbatana passaram a fazer parte de sua torturante rotina dentro da Vila Olímpica. Campeão Mineiro em 1976, atuando pela ponta esquerda, o ano de 1977 trouxe novas esperanças durante uma excursão à Ásia.

                Barbatana voltou a relacionar Marcelo para os jogos, já que Cerezo e Paulo Isidoro haviam sido convocados para a Seleção Brasileira. A partir daí, Marcelo voltou a reencontrar sua confiança e seu grande futebol. Em 1977, era titular do time vice-campeão brasileiro invicto tornando-se um dos maiores ídolos do clube alvinegro (com 104 gols assinalados). Ainda em 1977, Marcelo foi vice-campeão brasileiro e voltou a vestir a camisa canarinho, sendo um dos relacionados nas convocações iniciais do treinador Cláudio Coutinho com vistas ao mundial de 1978, na Argentina.

OUTROS CLUBES

                Desgastado pela constante e quase interminável necessidade de provar o próprio valor, solicitou aos dirigentes do Atlético para ser negociado, já que o Fluminense sinalizava grande interesse pelo seu futebol. Mas a transação de sua transferência foi concretizada junto ao Botafogo em 1979, quando Marcelo Oliveira reencontrou o velho companheiro Ziza e ambos sofreram para se adaptar a dura realidade do Fogão naquela época. Pouco tempo depois de sua chegada ao Rio de Janeiro, Marcelo adquiriu o próprio passe e mais tarde alugou seus direitos federativos junto ao Nacional de Montevidéu.

               Voltou ao Atlético em 1983 (contribuindo na conquista do Hexacampeonato Mineiro) e esta decisão foi devido ao seu casamento que estava prestes a se realizar. Depois teve uma curta passagem pela Desportiva capixaba. Quando Marcelo Oliveira preparava sua cabeça para deixar os gramados, aceitou o convite de Palhinha para defender o América mineiro em 1985, onde encerrou suas atividades como jogador profissional.

TREINADOR

               Após um período como comentarista esportivo na Rede Minas, Marcelo Oliveira começou sua carreira como técnico na categoria de base do Atlético Mineiro e por lá ficou durante muito tempo. Foi treinador da equipe profissional por 6 vezes, sendo a última entre os meses de agosto e dezembro de 2008. Em 25 jogos comandando o Atlético, garantiu uma das vagas para a Copa Sul-Americana 2009. Na sequência, saiu para a entrada de Emerson Leão. Em 2010 foi contratado para treinar o Ipatinga. Após a derrota de 2×0 para o Paraná, Marcelo Oliveira foi demitido.

               No mesmo ano assumiu o comando do Paraná Clube, deixando o time em outubro. Em 18 de novembro foi anunciado como o novo técnico do Coritiba para a temporada 2011, substituindo Ney Franco.  Sua passagem pelo Coritiba foi a mais longa e vitoriosa da sua carreira até então levando o time a dois títulos estaduais e duas finais da Copa do Brasil. Depois trabalhou no Vasco da Gama antes de assumir o comando do Cruzeiro em 2012.

               No ano seguinte montou um grande time e conquistou o Campeonato Brasileiro. Com praticamente o mesmo time de 2013, Marcelo Oliveira levou o Cruzeiro ao bicampeonato brasileiro em 2014. Mas depois de alguns maus  resultados no inicio de temporada em 2015, deixou o clube mineiro e em 10 de junho de 2015 foi comandar o Palmeiras, onde conquistou a Copa do Brasil naquele mesmo ano. Infelizmente em 2017 foi comandar o Coritiba e foi rebaixado para a Série B do futebol brasileiro.

Seleção Brasileira Juniores campeã de Cannes (França) em 1974   –    Em pé: Vanderlei Luxemburgo, Walter, Xaxa, Batista, Carlos e Carlinhos   –    Agachados: Chico (massagista), Jarbas, Marcelo Oliveira, Luiz Carlos Gaúcho, Cláudio Adão e Toninho Vanusa
Em pé: João Leite, Modesto, Albano, Toninho Cerezo, Carlinhos e Alves    –   Agachados: Serginho, Ângelo, Dada Maravilha, Paulo Isidoro e Marcelo Oliveira
Em pé: Zé Maria, Leão, Marinho Chagas, Luiz Pereira, Toninho Cerezo e Edinho    –   Agachados: Marcelo Oliveira, Paulo Isidoro, Reinaldo, Rivelino e Paulo César Cajú
Marcelo Oliveira no auge de sua carreira ao lado de Reinaldo e Paulo Isidoro quando jogava pelo Atlético Mineiro
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