LUIZINHO: conquistou inúmeros títulos pelo Corinthians

                   Luiz Trochillo nasceu dia 7 de março de 1930. Devido ao seu 1,67m de altura, ficou sendo Luizinho – “o Pequeno Polegar”. Dia 28 de novembro de 1948, o Corinthians fez um amistoso na cidade de Lorena-SP. e goleou um time local de nome Hapacaré por 5 a 1. Até aí nenhuma novidade, mas acontece que no segundo tempo, estreava no time do Corinthians, um garoto de 18 anos e que mais tarde se tornaria um dos maiores ídolos do alvinegro de Parque São Jorge. Começou sua carreira nos campos de várzea com 14 anos, no Cachoeira FC, time fundado pelo pai em 1942, depois jogou no Maria Zélia uma equipe muito respeitada do futebol amador de São Paulo daqueles tempos. Em 1.943, foi parar no infantil do Timão, e em 1.944 já estava no juvenil. Fez sua estréia no profissional dia 28 de novembro de 1948 e dois anos depois, já era campeão do Torneio Rio-São Paulo  ao  lado  de  Cláudio, Baltazar e Carbone.

                 A partir daí, os troféus vieram aos montes: Campeão Paulista de 1.951, 1.952 e 1.954,  Rio-São Paulo em 1.953, 1.954 e 1.966. Luizinho formou o ataque corintiano que marcou 103 gols em apenas 28 jogos (Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Carbone).  Conquistou pelo Corinthians 21 títulos em 18 anos que vestiu a camisa do alvinegro de Parque São Jorge.  No entanto, o título que mais lhe deu alegria, foi o do Campeonato Paulista de 1.954, quando o Corinthians sagrou-se Campeão do IV Centenário, afinal, ele foi o autor do gol corintiano naquele empate de 1×1 contra o maior rival Palmeiras, naquele dia de 6 de fevereiro de 1955 no Pacaembu. “Naquele tempo, o Corinthians dificilmente perdia uma partida. E cada vitória era motivo de uma nova alegria”, declarou Luizinho.

                 A conquista do memorável título do Campeonato Paulista do Quarto Centenário, no ano de 1954, em cima do maior rival, o Palmeiras, fez do ponta uma lenda. O cenário? Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O árbitro foi Esteban Marino do Uruguai.  Luizinho abriu o placar aos 10 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo o Palmeiras veio com tudo e logo aos 7 minutos, empatou através do atacante Ney  Mesmo com o 1 a 1, o “alvinegro das multidões” faturou sua taça mais significativa, comentada até hoje pelos torcedores mais saudosos.  Nesse dia, o técnico Osvaldo Brandão mandou a campo o seguinte time; Gilmar, Homero e Alan; Idário, Goiano e Roberto Belangero; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Simão. Corinthians “Campeão do IV Centenário” da cidade de São Paulo, um título que todos os clubes queriam conquistar, mas coube ao Sport Corinthians Paulista tal façanha, um título que até hoje é comentado pelos torcedores mais saudosos.

                 A carreira de Luizinho foi marcada pela sua irreverência. Qual o corintiano que não se lembra daquele jogo de 1951 contra o Palmeiras, quando o Timão venceu por 2 a 1? O Palmeiras tinha um zagueiro argentino de nome Luis Villa, que não facilitava o jogo para os atacantes. Num certo momento, Luizinho partiu para cima dele, e a bola só desgrudou de seus pés, quando colocou-a entre as pernas do zagueiro do Verdão e, para deixa-lo ainda mais irritado, sentou-se na bola para descansar e ficou ali olhando para o rosto do incrédulo argentino palmeirense.  Luizinho foi um verdadeiro carrasco contra o Palmeiras, marcando 21 gols contra seu maior rival.  Foi o maior driblador que já passou pelo Corinthians e sem dúvida alguma, o maior ídolo do alvinegro de todos os tempos.

                O fato é que Luiz Trochillo, o “Pequeno Polegar” do Corinthians, teve o seu valor reconhecido ainda em vida, quando ganhou um busto no Parque São Jorge. A homenagem, semelhante apenas à conferida ao centroavante Neco, poderia ter vários motivos: os 589 jogos com a camisa do Alvinegro, recorde só superado nos anos 90 pelo goleiro Ronaldo; ter feito o gol que deu o título do Campeonato do 4º Centenário ao Corinthians, contra o Palmeiras e ter encantado toda a legião corintiana com seus dribles e lances magistrais, fazendo de sua baixa estatura o seu maior trunfo contra os oponentes do Timão.

               Jogou no Corinthians de 1949 até 1960, ano em que recebeu passe livre e foi para o Juventus da Mooca.  Depois voltou ao Parque São Jorge em 1.964 para encerrar a carreira no próprio Corinthians, onde a torcida o amava muito. A paixão pela bola e pelo alvinegro, o fizeram voltar a vestir a camisa corintiana em 1.996.   Aos 65 anos de idade, em um amistoso contra o Coritiba no Pacaembu ele completou a partida de número 603 pelo Timão, num jogo em que o atacante Edmundo fazia sua estréia no Corinthians. Com a camisa corintiana, Luizinho fez 603 jogos (358 vitórias, 130 empates e 115 derrotas) e marcou 175 gols. Além disso, Luizinho chegou a ser técnico corintiano em algumas ocasiões. Dirigiu o alvinegro em 32 partidas (12 vitórias, 12 empates e 8 derrotas).

              Na década de 50, Luizinho era tão querido pela torcida corintiana, que o presidente da época, Sr. Alfredo Ignácio Trindade disse: “ Se vendê-lo, a torcida me mata e incendeia o Parque São Jorge”.  Com essa declaração o então presidente explicou a decisão de não vender Luizinho ao Atlético de Madrid, que na época ofereceu 1 milhão de dólares em meados dos anos 50.  Mais do que isso, o dirigente demonstrou com todas as letras que nenhum valor, astronômico para a época, tiraria o prazer da torcida do Corinthians em se divertir com os espetáculos do pequeno polegar, o nosso querido e inesquecível Luizinho.

              Para contar a história de Luizinho, seriam necessários muitos capítulos, pois foi um jogador fora de série, como não se vê nos dias de hoje.  Corintiano fanático, trabalhou no clube até se aposentar.Luizinho nasceu dia 7 de março de 1930 e, no dia 17 de janeiro de 1998, morreu devido a complicações respiratórias.  Mesmo assim, ainda permanece vivo na lembrança da torcida corintiana, que vibrava ao vê-lo dando espetáculos.

TÍTULOS:

Ao todo foram 21, entre eles, o Torneio Rio-São Paulo (1950, 1953, 1954 e 1966)  Campeonato Paulista (1951, 1952 e 1954).

Em pé: Oreco, Alfredo Ramos, Walmir, Olavo, Idário e Gilmar     –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Rafael, Índio e Boquita
Em pé: Olavo, Oreco, Goiano, Walmir, Gilmar e Roberto Belangero      –     Agachados: Bataglia, Rafael, Índio, Luizinho e Tite
Da direita p/esquerda: Gilmar, Zague, Benedito, Rafael, Olavo, Idário, Índio, Walmir, Oreco, Luizinho e Cláudio
Em pé: Oreco, Ari Ercílio, Galhardo, Edson, Eduardo e Heitor     –    Agachados: Marcos, Luizinho, Silva, Flávio e Bazani
Em pé: Cabeção, Murilo, Toguinha, Lorena, Julião e Idário     –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Baltazar, Jackson e Carbone
Em pé: Idário, Julião, Alan, Olavo, Roberto Belangero e Gilmar     –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Paulo, Baltazar e Jansen
Em pé: Cabeção, Idário, Julião, Murilo, Cássio e Roberto Belangero     –   Agachados: Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário
Em pé: Alan, Homero, Clóvis, Walmir, Roberto Belangero e Gilmar     –   Agachados: Cláudio, Luizinho, Baltazar, Gatão e Nonô
Em pé: Cabeção, Idário, Goiano, Homero, Olavo e Julião      –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Carbone, Mário e Baltazar
Em pé: Alan, Homero, Goiano, Idário, Roberto Belangero e Gilmar      –     Agachados: Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Nonô
CAMPEÃO DO IV CENTENÁRIO – Da esquerda p/direita: Gilmar, Rafael, Goiano, Homero, Idário, Alan, Nonô, Roberto Belangero, Simão, Luizinho, Cláudio e o técnico Osvaldo Brandão

 

Postado em L

Deixe uma resposta