PARANHOS: campeão paulista pelo São Paulo F.C. em 1975

                   Marivaldo Paranhos Prado nasceu dia 12 de março de 1947, Maceió (AL).  Zagueiro sem firulas, Paranhos moldou seu estilo competitivo principalmente quando teve que brigar por um lugar no São Paulo Futebol Clube, onde permaneceu até 1977, pouco depois da chegada do treinador Rubens Minelli.

                   Se apaixonou pela bola, mesmo sabendo que o pai, José Paranhos, não olhava o futebol como um meio de vida decente. Para o patriarca da família Paranhos, o futebol era coisa de homem vagabundo. Essa pressão doméstica fez com que os irmãos de Paranhos desistissem da bola. Mas Paranhos não!

                   Depois de algumas sovas, seu José Paranhos desistiu de tentar encaminhar o filho por outros caminhos, algo longe da praga do futebol. Quando contava com 15 anos de idade o jovem Paranhos já fazia parte dos quadros amadores do Centro Sportivo Alagoano (CSA) de Alagoas.

                   Tão logo chegou ao CSA, Paranhos foi perguntado sobre qual era a sua posição. Sem saber ao certo o que responder naquele momento, Paranhos disparou: Sou ponta esquerda! Sem muitos concorrentes foi aprovado e ficou no clube.

                    Aos 17 anos de idade, com o físico praticamente definido, Paranhos ganhou uma oportunidade no time de Aspirantes, época em que iniciou sua trajetória como zagueiro. Um ano depois já era o titular do time principal com um “contrato de gaveta” válido por dois anos.

                    Dedicado até demais nas bolas divididas, Paranhos participou do elenco que conquistou o tricampeonato estadual de 1966, 1967 e 1968. Temeroso pelas especulações dos clubes de maior expressão, Paranhos não queria nem pensar em deixar o CSA. Foi tocando a vida até o dia em que o Corinthians fechou o cerco.

                     Em São Paulo, o jovem zagueiro não suportou os ares da cidade grande e os momentos de solidão e saudade. Deixou o Morumbi correndo e voltou para Maceió. Algum tempo depois, o treinador José Poy conversou pessoalmente com Paranhos. O clube do Morumbi estava disposto em pagar 120 mil cruzeiros para contar com seu futebol.

                     Após um grande impasse, os diretores do CSA concordaram em dividir o valor com Paranhos. Era uma cartada na tentativa de convencer o jogador, já que o clube alagoano precisava do dinheiro. Com um salário acertado em 5 mil cruzeiros, Paranhos topou a transferência para o São Paulo no findar de 1972.

                      Suas primeiras temporadas foram marcadas por uma incompreensível instabilidade. Lapidado pela paciência de José Poy, Paranhos foi conquistando seu espaço e afastando a fama de um mero rebatedor de bolas.

                       Vice campeão da Taça Libertadores da América de 1974 e campeão paulista de 1975, sua trajetória no São Paulo durou até 1977, quando o técnico Rubens Minelli não conseguiu implantar com eficiência sua tão sonhada  “linha de impedimento”. Dessa forma, Paranhos foi negociado em definitivo com o futebol pernambucano e assinou com o Santa Cruz.

                        Pelo São Paulo, o zagueiro realizou um total de 233 jogos, com 111 vitórias, 85 empates e 37 derrotas. Pelo Santa Cruz, Paranhos conquistou o bicampeonato pernambucano de 1978 e 1979. No ano seguinte, o contrato com o Santa Cruz não foi renovado.

                        Oportunamente, uma proposta do CSA (Centro Sportivo Alagoano) o fez sonhar novamente com Maceió. O presidente João Lyra superou uma boa oferta do Paysandu de Belém e conseguiu acertar com o time pernambucano.

                        Por 250 mil cruzeiros de luvas e 40 mil cruzeiros de salário, o CSA trouxe seu “Xerife” de volta para definitivamente acabar com um domínio de quatro anos do CRB (Clube de Regatas Brasil).

                        Paranhos encerrou sua carreira como jogador profissional após uma passagem pelo Colorado Esporte Clube (PR), no início dos anos 80. Em seguida iniciou seu trabalho como treinador. Formado em Direito, Paranhos trabalhou no Tribunal de Contas de Alagoas e posteriormente na Secretaria Municipal de Esportes administrando aulas de futebol para menores carentes.

                               Brincalhão, Paranhos diz que até merece o apelido de “Pancada”, mas garante: “Tinham outros jogadores que batiam bem mais do que eu. Zagueiro tem que ser assim. Não pode dar moleza”, fala o ex-zagueiro.

Em pé: Gilberto, Waldir Peres, Chicão, Paranhos, Arlindo e Forlan    –   Agachados: Jesum, Zé Carlos, Mirandinha, Pedro Rocha e Piau
Em pé: Waldir Peres, Gilberto, Arlindo, Paranhos, Nelsinho Baptista e Chicão    –    Agachados: Terto, Muricy Ramalho, Serginho, Pedro Rocha e Zé Carlos

Em pé: Waldir Peres, gilberto, Amaral, Paranhos, Nelsinho Baptista e Chicão      –    Agachados: Terto, Leivinha, Geraldão, Pedro Rocha e Nei
Postado em P

Deixe uma resposta