RONALDINHO GAÚCHO: brilhou em todos os clubes que passou inclusive na nossa seleção

                                 Ronaldo de Assis Moreira nasceu dia 21 de março de 1980, na cidade de Porto Alegre (RS). Pense em um camisa 10 perfeito: com habilidade, técnica, visão de jogo apurada, físico acima da média e grande poder de resolver partidas. Junte a esta mistura o carisma e um sorriso único, que mesmo imperfeito, é tão simples e verdadeiro quanto o próprio povo brasileiro. Símbolo do futebol arte, um dos maiores jogadores que o Brasil já produziu. No dia 16 de janeiro de 2018, Assis, seu irmão e empresário, anunciou a aposentadoria do ídolo mundial. 

Ronaldinho Gaúcho teve uma infância humilde, mas sempre alicerçada na união de sua família. Aos 8 anos de idade teve que suportar a morte de seu pai, João da Silva, que se acidentou letalmente após pular em uma piscina rasa. Roberto Assis, seu irmão mais velho, assumiu a função de chefe da casa ao lado da mãe, Dona  Miguelina, e tornou-se referência para o jovem. Com relativo talento, o primogênito obteve sucesso nas categorias de base do Grêmio e logo foi alçado para a equipe principal do Tricolor. Como a relação dos irmãos sempre foi muito próxima, o caçula aproveitou a projeção do irmão para ingressar no mundo do futebol.

                            Aos 17 anos, no dia 17 de janeiro de 1998, Ronaldinho vestiu a camisa do Grêmio pela primeira vez como profissional, causando boas impressões por sua ousadia e habilidade. Conquistou uma vez o Campeonato Gaúcho e a Copa Sul, ambos em 1999. No início de 2001, o craque gremista já estava no alvo de grandes clubes europeus, mas sua saída do Grêmio não foi nada amistosa.

                            Às escuras, o meio-campista assinou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain, que esperava o vínculo do brasileiro acabar. Seu contrato ia até fevereiro. Para poder contar com o jogador que já fazia parte das convocações da Seleção Brasileira. Irritados com a postura do atleta, os dirigentes gremistas tentaram vetar a transferência e conseguiram adiar a estreia do brasileiro até agosto do mesmo ano, quando a Fifa permitiu que o PSG colocasse em campo sua mais nova aquisição.

Porta de entrada para o Velho Continente, o futebol francês foi de grande aprendizado para Ronaldinho. Infelizmente seu rendimento foi oscilante: fazia grandes jogos contra maiores rivais locais e se escondia diante dos desafios pouco inspiradores. Em 2003, sem conquistar nada pelo clube parisiense, o brasileiro decidiu mudar de ares e não faltaram propostas.

                            Pela generosa quantia de 21 milhões de euros, o Barcelona faturou aquele que marcaria época com as cores azul e grená. Vestindo a camisa 10 do time catalão, Ronaldinho chegou ao seu ápice técnico e foi reverenciado pelo planeta inteiro. Foi no Barça que o gaúcho virou ídolo e conquistou duas vezes o prêmio de Melhor Jogador do Mundo, em 2004 e 2005.

                            Uma partida resume muito bem o tamanho que Ronaldinho Gaúcho alcançou: em 18 de novembro de 2005, jogando contra o Real Madrid, no estádio Santiago Bernabéu, o meia-atacante fez uma exibição magistral, marcando dois gols e dando uma assistência. Como resultado, a torcida merengue aplaudiu de pé o jogador do arquirrival da Catalunha. Situação rara e muito especial.

                            Após anos de auge e grandes conquistas, o jogador começou a perder espaço para outras revelações do Barcelona, como o argentino Lionel Messi. Em 2008, acertou sua transferência para o Milan, da Itália. Pelo clube italiano, foram duas temporadas de altos e baixos e sua saída não deixou muita saudade no exigente torcedor do Milan.

No começo de 2011, eram muitos os interessados pelo futebol irregular do artista da bola. Palmeiras, Flamengo e Grêmio fizeram suas propostas,  sendo que o Tricolor gaúcho chegou até a armar uma festa para recepcionar o filho pródigo. No final da extensa novela, Ronaldinho acertou sua ida para o Flamengo, onde, em sua apresentação na Gávea, eternizou a frase “Flamengo é Flamengo”.

                            Após conquistar o Campeonato Carioca com exibições acima da média, o craque não conseguiu manter boa sequência no restante da temporada, sendo alvo das críticas por sua conduta pouco profissional e por abusar da vida noturna carioca. Em 4 de junho de 2012, após entrar na justiça contra o Rubro-Negro, Ronaldinho acertou sua ida para o Atlético-MG, onde reencontrou seu bom futebol e foi um dos melhores jogadores do Campeonato Brasileiro e disputou o título até as últimas rodadas, sendo ultrapassado pelo Fluminense.


Em 2013, ao lado de Jô, Bernard e Tardelli, e comandado por Cuca, o meio-campista ajudou o Galo a conquistar o Campeonato Mineiro diante do rival Cruzeiro. E no dia 24 de julho de 2013, conquistou para o Galo, que amargurava longos 42 anos sem um título de expressão, a inédita taça para o clube mineiro da Copa Libertadores da América. Com o tal feito, Ronaldinho Gaúcho entrou para um seleto grupo de jogadores brasileiros que conquistaram a Liga dos Campeões e a Libertadores. Dida: Cruzeiro em 1997 e Milan em 2002/03; Roque Júnior: Palmeiras em 1999 e Milan em 2002/03; Cafu: São Paulo em 1992 e 1993, e Milan em 2006/00.

                          Ronaldinho assinou a rescisão de seu contrato com o Atlético-MG no dia 28 de julho de 2014. Pouco mais de um mês depois, no dia 5 de setembro, o craque assinou com o Querétaro, do México, por dois anos.  No dia 20 de junho de 2015, Ronaldinho anunciou, através de uma rede social, seu desligamento do clube mexicano.  Em julho de 2015, Ronaldinho foi contratado pelo Fluminense, mas sua passagem durou menos três meses. No dia 29 de setembro do mesmo, clube e jogador reincidiram o contrato.

SELEÇÃO BRASILEIRA

O jovem gremista chegou à Seleção Brasileira em 1999, em um amistoso contra a Letônia, mas seu grande destaque foi na Copa América do mesmo ano, quando fez um gol antológico na goleada brasileira sobre a Venezuela. Dali por diante, o armador ganhou espaço e foi convocado para as Copas do Mundo de 2002 e 2006.

                               No Japão e na Coréia, atuando no meio-campo, Ronaldinho conseguiu se firmar como titular do grupo de Felipão. Sua melhor partida foi contra a Inglaterra, nas quartas de final, quando a seleção saiu em desvantagem, mas conseguiu a virada com um belo gol de falta do gaúcho em ótima finalização cruzada de Rivaldo, após passe do ex-gremista.

                               Se Ronaldinho era coadjuvante em 2002, a situação era totalmente contrária na Copa da Alemanha. O chamado “Quadrado Mágico”, que tinha Ronaldo, Adriano, Kaká e Ronaldinho, era a principal esperança canarinho de chegar ao hexacampeonato. Infelizmente, o time não mostrou todo o favoritismo e acabou eliminado pela França, em noite inspirada de Zinedine Zidane. Mano Menezes chamou Ronaldinho para alguns jogos, mas sua convocação era sazonal e sua vaga para a Copa de 2014, disputada no Brasil, estava nas mãos da nova geração.

2002 – Em pé: Lúcio, Edmílson, Roque Júnior, Gilberto Silva, Marcos, Kaká, Vampeta, Anderson Polga, Dida, Rogério Ceni e Belletti    –     Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Roberto Carlos, Kleberson, Rivaldo, Cafu, Junior, Ricardinho, Luisão, Edílson e Denílson
Barcelona    –    Na fileira de cima: Rubén, Motta, Oleguer, Edmilson, Valdés, Gudjohnsen, Van Bommel, Thurran e Rafa Marques     –    Na segunda fila: Ezquerro, Belletti, o quarto é Johan Neeskens, seguido por Frank Rijkaard, o nono é Van Bronckhorst e o último é Zambrotta     –    Na terceira fila: Silvinho, Iniesta, Deco, Ronaldinho, Puyol, Xavi, Eto´o, Messi, Giuly e Saviola
2002   –   Em pé: Edmílson, Lúcio, Gilberto Silva, Roque Júnior, Marcos e Cafu    –    Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Roberto Carlos, Rivaldo e Kleberson
Em pé: Ronaldinho, Thiago Motta, Lilian Thuram, Valdés e Abidal   –    Agachados: Giovani, Belletti, Iniesta, Giuly, Deco e Puyol
Milan    –   Em pé: Ronaldinho, Abbiati, Nesta, Ibrahimovic, Oddo, Ambrosini e Seedorf    –    Agachados:  Antonini, Pirlo, Zambrota e Alexandre Pato
Em pé: Danrlei, Émerson, Ronaldo Alves, Éder, Djair, Rodrigo Costa, Capitão, Murilo e Roger    –    Agachados: Ronaldinho, Rodrigo Gral, Agnaldo, Fabinho, Itaqui, Zé Afonso, Arilson, Cleison e Gavião
SELEÇÃO DO GRÊMIO DE TODOS OS TEMPOS:  Em pé: Arce, Lara, Airton Pavilhão, Calvet, Everaldo e Dinho    –    Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Gessi, Renato, Alcindo e Éder. Técnico: Felipão
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