MAZINHO: campeão mundial com nossa seleção em 1994

                   Iomar do Nascimento nasceu dia 8 de abril de 1966, na cidade de Santa Rita – PB. Por onde passou fez muito sucesso. Jogou no Vasco da Gama, no Palmeiras, no Valencia, da Espanha e na Fiorentina, da Itália. Sem falarmos da brilhante passagem pela Seleção Brasileira, onde participou da Copa de 94 disputada nos Estados Unidos, a qual o Brasil sagrou-se Tetracampeão. Nos meios futebolísticos era conhecido por Mazinho, apelido que ganhou desde criança. Era um volante de origem, mas que acabou atuando em quase todas as posições. Pendurou as chuteiras depois de defender o Celta de Vigo.

                   Continua vivendo na Europa, onde sempre deu aulas na sua escolinha de futebol. Seu melhor momento dentro do futebol, foi entre 92 e 94, defendendo o Palmeiras. O time era patrocinado pela Parmalat que injetou muito dinheiro no clube de Parque Antarctica e a equipe era comandada por Wanderlei Luxemburgo. Nesse período o alviverde sagrou-se campeão paulista e brasileiro em 1993 e campeão brasileiro em 1994. Depois Mazinho foi para a Europa, onde vive hoje com sua família.

VASCO DA GAMA

                   Começou jogando no Santa Cruz da Paraíba, ainda como amador em 1983. A transferência do Santa Cruz para o Vasco foi avalizada como jogador fixado na lateral-esquerda, em 1986. E consta dos anais do clube cruzmaltino que atuou na mesma função quando o time conquistou o título do Campeonato Brasileiro em 1989, após vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, em pleno Estádio do Morumbi. Sorato, de cabeça, marcou o gol do título, diante de um público de 71.552 pagantes.

                   Os campeões vascaínos, comandados pelo técnico Nelsinho Rosa, foram: Acácio; Luís Carlos Winck, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antonio Boiadeiro e Bismark; Sorato, Bebeto e William. Mas antes desse título, Mazinho já havia sido campeão carioca em 1987 e 1988. Em 1990, transferiu-se para o Lecce, da Itália, onde ficou por um ano, depois transferiu-se para a Fiorentina, outro clube italiano, que tem o brasileiro Julinho Botelho, como um dos maiores ídolos do clube, onde é reverenciado até os dias de hoje.

                   A equipe nunca havia ganho um título nacional, e com ele venceu a temporada de 55 e 56, sendo ainda vice nos dois anos seguintes.  Julinho quis voltar para o Brasil, só que a Fiorentina ainda o amava. Ela fez uma proposta irrecusável e ele ficou. Ficou por mais um ano, só pensando em voltar. Por este período ganhou o apelido de “Senhor Tristeza”.

PALMEIRAS

                   Mazinho chegou no Palmeiras em 1992, graças à Parmalat que investiu muito no clube. Já no ano seguinte começaram a vir os resultados. Campeão Paulista em 1993 e 1994 e Campeão Brasileiro em 1994. A equipe era formada por; Sérgio, Mazinho, Antonio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; Cesar Sampaio, Amaral e Zinho; Edmundo, Edilson e Evair. O técnico era Wanderlei Luxemburgo. Com a camisa do Verdão, Mazinho disputou 127 partidas, sendo destas 79 vitórias, 24 empates e apenas 24 derrotas. Marcou dois gols.

                  Sua atuação no Palmeiras foi tão marcante que ele acabou sendo convocado para a seleção campeã do mundo de 1994, juntamente com seu colega meio-campista Zinho. Algumas pessoas brincam que se o Parreira tivesse escalado o time inteiro do Palmeiras de 1994 nós teríamos voltado campeões do mesmo modo.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                  A primeira vez que Mazinho vestiu a camisa canarinho, foi em 1988, quando disputou os Jogos Olímpicos de Verão e conquistou a medalha de prata. No ano seguinte defendeu nossa seleção na Copa América, onde o Brasil sagrou-se campeão. Depois da magnífica apresentação com a camisa do Palmeiras em 93 e 94, o técnico Carlos Alberto Parreira o convocou para disputar a Copa do Mundo nos Estados Unidos. O Brasil caiu no grupo B, onde haviam; Russia, Camarões e Suécia.

                  No primeiro jogo vencemos a Rússia por 2 a 0, gols de Romário e Raí cobrando pênalti. Depois vencemos Camarões por 3 a 0, gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto. E para fechar o grupo, empatamos com a Suécia em 1 a 1. Nas oitavas-de-final vencemos os Estados Unidos por 1 a 0, gol de Bebeto. Nas quartas de final vencemos a Holanda por 3 a 2, gols de Romário, Bebeto e Branco cobrando falta. Na semi-final vencemos a Suécia por 1 a 0, gol de Romário de cabeça. E a final foi contra a Itália. No tempo normal o placar não foi alterado.

                  Veio a prorrogação e o zero a zero persistiu. Então o título foi decidido nos pênaltis. A Itália começou e desperdiçou. O Brasil através de Márcio Santos também não converteu. Depois, Itália e Brasil marcaram as duas cobranças. Na quarta cobrança Taffarel defendeu o chute de Massaro e o nosso capitão Dunga marcou. Estávamos na frente do marcador, 3 a 2. Só restava uma cobrança para os italianos e o jogador era Roberto Bagio, que desferiu um potente chute sobre o travessão. Brasil Tetracampeão Mundial. 

                  Neste dia o Brasil jogou com; Taffarel, Jorginho (Cafú), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Viola); Bebeto e Romário. Este foi o último jogo de Mazinho pela nossa seleção. Ao todo ele disputou 40 jogos oficiais, sendo que foram 24 vitórias, 11 empates e 5 derrotas.

FINAL DE CARREIRA

                  Enfim, depois de sair do Verdão ele acabou transferindo-se para o Valencia, aonde ficou de 1994 até 96, quando carregou suas chuteiras para o Celta de Vigo. Do Celta, Mazinho foi jogar em 1999 no Elche, time que defendeu por um ano. Em 2001, Mazinho jogou algumas partidas pelo Deportivo Alavés, time de menor expressão espanhola. Após a aposentadoria, Mazinho foi técnico do time grego Aris Thessaloniki. Contratado no início de 2009, ficou no cargo até novembro de 2009. Como jogador ganhou o troféu Bola de Prata da Revista Placar em 1987 e 1988.

                  Enquadrou-se no exato perfil dos jogadores funcionais, também imprescindíveis em qualquer clube e selecionado de seu país, recompensados com gordos contratos salariais. Mazinho incorporou a cobrança de multiplicidade de funções para jogadores, sem que a alternância provocasse queda acentuada de rendimento. Valia-se do tempo de bola para antecipação, diferenciando-se, portanto, dos brucutus focados em matar jogadas do adversário de forma viril. A vantagem de Mazinho é que, de posse de bola, sabia valorizá-la, acionando laterais e meias.

                  Assim, o setor ganhava dinamismo e os homens de ataque eram sempre “alimentados”. Objetivo, aplicava dribles apenas em casos estritamente indispensáveis, o suficiente para limpar a jogada. Recentemente esteve visitando sua terra natal e andando pelas praias de Tambaú e conversando com algumas pessoas, ele não é reconhecido por seus conterrâneos. Ao contrário de muitos astros do futebol, ninguém o aborda no meio da rua ou lhe pede autógrafo em João Pessoa. Mas ele é o único paraibano campeão do mundo de futebol, e mesmo que não fosse unanimidade na já contestada seleção de 1994, seu currículo no esporte mostra que de fato foi um bom jogador.

FAMÍLIA

                  Mazinho tem dois filhos e confirmou que seu filho Thiago Alcântara nascido na Itália, criado na Espanha e que joga no Barcelona, vem sendo considerado uma das maiores revelações do futebol europeu. No velho mundo tem gente apostando todas as fichas no garoto, mas editores de sites e jornais ainda preferem destacar, nos títulos que lembram o grande craque que foi seu pai e as manchetes acabam saindo assim, “filho de Mazinho encanta torcida”.

                  Mazinho hoje vive na Espanha, onde trabalha como empresário de seus dois promissores filhos, que já jogam nas categorias de base do Barcelona. “Ter dois filhos jogando no maior time do mundo é um orgulho para qualquer pai”, diz orgulhoso e já com um indisfarçável sotaque espanhol. Tiago (o filho mais velho), inclusive, já teve oportunidades no time profissional e até gols já marcou. “A ida dele para o futebol profissional está sendo gradual, mas no último Campeonato Espanhol ele já entrou bem e marcou alguns gols”, explica.

                   E apesar de atualmente Tiago jogar na categoria de base da seleção espanhola, o sonho ainda é o de defender a seleção brasileira. “As novas regras da Fifa já permitem que um jogador atue na seleção de base de um país, mas depois decida por outro país quando for se profissionalizar. Então o sonho maior continua sendo a dele vestir a amarelinha”.

                  Com a mesma humildade, Mazinho fala de sua ascensão. “Viajei 42 horas de ônibus de João Pessoa ao Rio de Janeiro apenas para fazer um teste no Vasco da Gama. E quando passei e estreei no time profissional do time carioca, todo o esforço valeu a pena”. E a mesma simplicidade vale ao falar do título mundial. “Tivemos jogadores paraibanos muito melhores do que eu e que também jogaram na seleção. Júnior e Índio são dois exemplos. Mas agradeço a Deus por ter tido a sorte de participar de um grupo que acabou sendo campeão”, resume.

                  Mazinho tem vários sonhos. O primeiro é a construção de um “Hotel da Terceira Idade”, com o objetivo de atender e abrigar os bons jogadores do passado, que brilharam no futebol paraibano, mas que hoje passam por dificuldades financeiras. A ideia era fechar uma parceria com o Governo da Paraíba e assim ajudá-los com uma ajuda de custo de meio salário mínimo mensal, mais alimentação, moradia e plano se saúde. Está de parabéns este Mazinho! Pena que muitos não pensam como ele.

1989   –   Em pé, Mazinho, Taffarel, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Aldair e Branco   –    Agachados: Bebeto, Romário, Silas, Dunga e Valdo
Em pé: Mazinho, Taffarel, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Aldair e Branco    –    Agachados: Bebeto, Romário, Silas, Dunga e Valdo
Em pé: Mazinho, Luiz Carlos Winck, Zé do Carmo, Quiñonés, Marco Aurélio e Acácio   –    Agachados: Wiilian, Sorato, Boiadeiro, Bebeto e Bismarck
Em pé: Mazinho, Roberto Carlos, César Sampaio, Tonhão, Sérgio e Antonio Carlos    –    Agachados: Edmundo, Daniel Frasson, Evair, Edílson e Zinho
1994   –   Em pé: Mazinho, Cláudio, Cléber, Gato Fernandez, César Sampaio e Antônio Carlos     –    Agachados: Evair, Rincón, Edílson, Roberto Carlos, Zinho
1987    –   Em pé: Paulo Roberto, Acácio, Fernando Henrique, Mazinho e Donato   –    Agachados: Tita, Geovani, Roberto Dinamite, Luís Carlos e Romário
Em pé: Paulo Roberto, Moroni, Vitor, Paulo Sérgio, Lira e Donato    –    Agachados: Mauricinho, Roberto Dinamite, Mazinho, Geovani e Romário
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