Como no ano anterior, o Corinthians entrou no Paulistão com certa desconfiança. Depois do título brasileiro, não era mais considerado a 4ª força, mas o rival Palmeiras era apontado como o grande favorito da competição.
O campeonato começou um pouco antes do normal, no dia 17 de janeiro, devido a Copa do Mundo.
Ao todo eram 16 equipes divididas em 4 grupos.
No Grupo A tínhamos: Corinthians, Bragantino, Ituano e Linense.
No Grupo B tínhamos: São Paulo, São Caetano, Ponte Preta e Santo André.
No Grupo C tínhamos: Palmeiras, Novorizontino, São Bento e Ferroviária
No Grupo D tínhamos: Santos, Botafogo, RB Brasil e Mirassol
Os times do mesmo grupo não se enfrentavam e classificavam-se os dois primeiros de cada grupo. Sendo assim, no Grupo A classificaram, Corinthians e Bragantino. No Grupo B classificaram São Paulo e São Caetano, no Grupo C classificaram Palmeiras e Novorizontino e no Grupo D classificaram Santos e Botafogo de Ribeirão Preto.
O Corinthians eliminou o Bragantino, O São Paulo eliminou o São Caetano, o Palmeiras eliminou o Novorizontino e o Santos eliminou o Botafogo. Na sequência, O Corinthians enfrentou o São Paulo e o Palmeiras enfrentou o Santos.
Com as vitórias de Corinthians e Palmeiras, os dois arquirrivais foram para a grande decisão do Paulistão 2018, que aconteceu em duas partidas. A primeira o Palmeiras venceu o Corinthians por 1×0 dentro da Arena Corinthians. No segundo jogo o Corinthians venceu o Palmeiras por 1×0 dentro do Allianza Parque. A decisão foi para os pênaltis e o Corinthians levou a melhor 4×3. Como isto o S.C.Corinthians Paulista sagrou-se Campeão Paulista de 2018. Este foi o 29º título estadual do Timão.
Então vamos falar da trajetória corintiana até chegar ao título:
Com a Arena interditada para a troca do gramado, o Corinthians mandou os seus três primeiros jogos no Pacaembu.
E a estreia não foi das melhores. Derrota para a Ponte Preta (vice-campeã do ano anterior) por 1 x 0, no Pacaembu. Mas a sequência trouxe tranquilidade para o Timão: 4 x 0 sobre o São Caetano, 2 x 1 sobre a Ferroviária, 2 x 1 sobre o São Paulo, na Arena, e 1 x 0 sobre o Novorizontino.
Nas três rodadas seguintes apenas 1 ponto: derrota por 2 x 1 para o Santo André, 1 x 0 para o São Bento e empate com o Red Bull, em 1 x 1.
Nessa altura do campeonato, mesmo com os resultados ruins das últimas rodadas, a classificação já estava bem encaminhada.
Um dos jogos mais esperados da primeira fase aconteceu no dia 24 de fevereiro. O Corinthians recebeu o Palmeiras na Arena para mais um grande jogo entre eles. Com um futebol vibrante, o Corinthians venceu por 2 x 0 e seguiu confiante na competição.
Na sequência final, empate em 1 x 1 contra o Santos e vitórias sobre o Mirassol (1 x 0) e Botafogo (2 x 0).
Agora era mata-mata. Hora da verdade.
Quartas de Final
O adversário das quartas foi o Bragantino, que ficou em segundo lugar no grupo do Corinthians.
O clube do interior vendeu o mando de campo e o primeiro jogo foi disputado no Pacaembu. Mesmo jogando com a torcida toda do seu lado, O Corinthians perdeu por 3 x 2. Teria que virar o jogo em Itaquera.
E no dia 22 de março a Arena estava lotada para empurrar o Timão rumo a classificação. E já no primeiro tempo o Corinthians liquidou a fatura: com gols de Sidcley e Maycon, o Corinthians fez os 2 x 0 que precisava.
Na segunda etapa, continuou em cima para matar de vez o jogo, mas o terceiro gol não veio.
Semifinal garantida! E aí começou a briga de cachorro grande. O São Paulo seria o adversário da semifinal. Na outra semi, Palmeiras e Santos se enfrentariam. A grande expectativa era uma final entre Corinthians e Palmeiras. Mas ainda chegaremos lá…
Semifinal
O primeiro jogo contra o São Paulo aconteceu no Morumbi, com vitória do rival por 1 x 0. Mais uma vez, teria que usar a força da Arena para virar o jogo e seguir adiante.
E que jogo, meus amigos. O Corinthians empurrava o time do Morumbi e buscava o gol. Mas o gol não vinha.
Na segunda etapa, mais pressão. A zaga do São Paulo tirava tudo e ia se garantindo na final. Mas ai veio a estrela de Rodriguinho. 47 minutos do segundo tempo. Escanteio para o Corinthians. Rodriguinho sobe sozinho e cabeceia para fundo do gol! A decisão seria nos pênaltis.
Quem começou cobrando foi o Corinthians.
Mateus Vital: GOOOL!
Diego Souza (aquele mesmo que tremeu para o Cássio, na libertadores de 2012): CÁÁÁSSIIIIO!
Rodriguinho: perdeu.
Lucas Fernandes: gol do São Paulo.
Duas cobranças de cada lado: 1 x 1.
E ninguém mais perdeu até o fim da primeira série de cobranças (marcaram para o Timão: Clayson, Pedrinho e Maycon): 4 x 4.
Nas alternadas, o mito Danilo fez e deixou o Timão na vantagem.
Vem o São Paulo para a cobrança. Liziero bate e Cássio defende! O monstro Cássio!
Mais uma final de Paulistão garantida! O adversário? Sim, o Arqui-rival Palmeiras.
Desde 1999 que os dois times não decidiam uma final de campeonato.
Final
Por ter campanha inferior o Corinthians foi o mandante do primeiro jogo, disputado no dia 31 de março, Sábado de Aleluia.
43.535 pagantes lotaram a Arena para empurrar o Timão rumo ao histórico título. Mas não foi um dos jogos mais inspirados do Corinthians, não. O Palmeiras abriu o placar com Borja, logo aos 7 minutos de jogo.
O Corinthians ficava com a bola, mas a falta de criação não levava perigo ao gol palmeirense. E o jogo ficou nisso. Derrota por 1 x 0. De novo, o Corinthians teria que virar o jogo para ser campeão. Só que dessa vez, sem o apoio de sua torcida…
O título estava muito difícil: o Palmeiras era mais time tecnicamente, venceu o primeiro jogo e decidiria em casa. O Corinthians era praticamente tratado como uma zebra. Mas o Corinthians nunca é zebra. O Corinthians nunca está morto. E a Fiel sabe disso.
Sexta-feira, dois dias antes do jogo. Treino aberto em Itaquera. 41 mil (isso mesmo, 41 mil!) torcedores invadem a Arena e fazem a maior festa em um treino da história do futebol brasileiro. Era a força que o Corinthians precisava para a batalha que disputaria dali a dois dias, no Allianz Parque.
8 de abril. Estádio do Palmeiras lotado. Só torcida verde. Se no primeiro jogo, o Palmeiras fez o gol logo no início, aqui o Corinthians foi mais rápido ainda. Rodriguinho (sempre ele) abre o placar logo a 1 minuto de jogo, após bela jogada de Mateus Vital.
Não preciso dizer que o Palmeiras veio para cima, né? Mesmo sem levar grande perigo ao gol de Cássio, o Palmeiras tinha a posse de bola. O Corinthians era defesa e defesa. E assim se segurou no primeiro tempo.
A segunda etapa não foi diferente. O Corinthians ia se segurando e levando a decisão para os pênaltis.
Até que aos 26 minutos, o lance mais polêmico do jogo. Dudu invade a área e é desarmado pro Ralf. O juiz não hesita e aponta a marca da cal. Pênalti para o Palmeiras. Os jogadores do Corinthians reclamam muito e a confusão começa. O quarto árbitro chama o árbitro para conversar, mas não conseguem paz, visto que praticamente os dois times cercaram os árbitros. Na conversa rápida entre os dois, o quarto árbitro fala que o Ralf pegou primeiro a bola, o que foi o que ocorreu de fato. Depois de mais um lenga-lenga, a decisão final: pênalti anulado e apenas escanteio para o Palmeiras, deixando o estádio todo revoltado..
Com os ânimos aflorados, o jogo seguiu do mesmo jeito, com o placar final em 1 x 0 para o Timão!
A hora mais cardíaca do ano estava para começar.
O Palmeiras abriu a série de cobranças.
Dudu: CÁÁÁSSIIIO!
Danilo: GOOOL!
Victor Luis: gol.
Romero: GOOOL!
Lucas Lima: CÁÁÁSSIIIO!
Lucca: GOOOL!
Com 3 x 1 no placar, o Corinthians precisava de apenas 1 gol ou 1 erro do Palmeiras para ser campeão paulista pela 29ª vez.
Marcos Rocha…. gol.
Fagner, com o título nos pés, chuta nas nuvens…
Moisés: gol.
Maycon. Era cobrar, marcar e soltar o grito… Ele cobrou, marcou e fez a Fiel soltar o grito de CAMPEÃO PAULISTA!
Aliás, BICAMPEÃO, feito que não ocorria desde 1982/83, com a democracia corintiana.
29 VEZES CAMPEÃO PAULISTA!
E com um gostinho super especial: na casa do Palmeiras, no dia em que estádio registrou o maior público de sua recente história: 41.227 pagantes.
O artilheiro do Timão na competição foi Rodriguinho, com 4 gols.