ROBERTO CARLOS: brilhou no Palmeiras, Real Madrid e Seleção Brasileira

                  Roberto Carlos da Silva, conhecido simplesmente como Roberto Carlos, nasceu em Garça, São Paulo, no dia 10 de abril de 1973. É um futebolista brasileiro. Atua na lateral-esquerda, com sua estatura médio-baixa e grande força muscular. É bastante conhecido por seus chutes fortes, corridas e cobranças de falta. Atuou pela Seleção Brasileira nas Copas de 1998, 2002 e de 2006. Roberto Carlos, em 1997, foi o segundo colocado no prêmio de Melhor jogador do mundo pela FIFA, perdendo para seu compatriota Ronaldo (fenômeno).

                 Em 2007 jogou no futebol espanhol até a última rodada do campeonato. Após a última rodada Roberto Carlos se apresentou ao Fenerbahçe da Turquia, clube que jogou por várias temporadas e em 2010 voltou ao Brasil para defender o S. C. Corinthians Paulista Em campo, Roberto é um jogador carismático que, aos 37 anos, já conquistou quase tudo na carreira.          

A INFÂNCIA

                Apesar da infância pobre de menino do Interior, nascido em uma fazenda de cultivo de café, em Garça, São Paulo, e criado com muita dificuldade pelos pais, lavradores, Roberto Carlos da Silva (o nome é uma homenagem do pai do jogador ao cantor, de quem ambos são fãs até hoje) driblou o destino e venceu na vida, como profissional e ser humano. Nunca teve papas na língua. Ao contrário: sempre falou o que lhe veio à cabeça, sem grandes preocupações se estaria agradando ou não a quem quer que seja. Esse comportamento lhe valeu admiração de alguns e vários desafetos.

               Mascarado, falastrão, arrogante e briguento são apenas alguns dos adjetivos que lhe imputaram ao longo da carreira. Mas também já o chamaram de craque, herói, fora-de-série… “Sou um cara simples. Às vezes posso não ser compreendido por alguma atitude, mas nunca ataquei ou feri quem quer que seja. Quem convive comigo sabe disso”, rebate o craque a seus críticos, garantindo que é uma pessoa humilde. Tudo aquilo que a infância pobre lhe negou, seu esforço e talento lhe proporcionaram já a partir da adolescência. E ele faz questão de usar; cordões, anéis, brincos e pulseiras de ouro e brilhante, carros e aparelhos sofisticados são algumas de suas manias.

               Mas, ao mesmo tempo, ele não esquece seu passado e faz questão de ajudar aqueles que precisam, como as crianças atendidas pela Santa Casa de Araras, cidade onde começou sua carreira futebolística, defendendo o time do União. “Acho que jogadores de futebol e cantores deveriam usar uma parte do dinheiro que ganham para ajudar crianças carentes”, afirma o jogador, que na infância deu duro ajudando o pai, Sr. Oscar, numa tecelagem da cidade onde nasceu.

INÍCIO DE  CARREIRA

              Roberto Carlos ganhou sua primeira bola aos 3 anos de idade. Aos 8, já jogava entre adultos, no mesmo time em que seu pai era volante. “Jogava na ponta ou na meia-esquerda; nunca na lateral”, lembra. Em 1981, com a mudança da família para Cordeirópolis, onde foi morar na casa da avó materna, o jogador apareceu para o futebol. Jogava na equipe de uma fábrica de aguardentes quando foi convidado para defender o time da cidade nos Jogos Abertos do Interior. Estava lançada sua sorte.

              Em 1988, inicia sua carreira nas equipes menores do União São João de Araras, onde jogou por quatro anos, passando pelas categorias juvenil e juniores. Em 1990, chega à Seleção Brasileira de Juniores, na época comandada pelo técnico Ernesto Paulo, onde conquista o vice-campeonato mundial da categoria e o Campeonato Pré-Olímpico. Em 1992 torna-se profissional, ganha definitivamente a posição de lateral-esquerdo do União e, no mesmo ano, é vendido para o Palmeiras por US$ 500 mil.

PALMEIRAS

              Pelo alviverde de Parque Antarctica, Roberto Carlos participou de apenas três temporadas, porem, isso foi suficiente para que ele entrasse na lista dos melhores laterais esquerdo que já vestiram a gloriosa camisa do Palmeiras. Foi campeão paulista no ano em que o time quebrou o jejum de títulos e bicampeão brasileiro em 1993 e 1994 e também da Taça Rio-São Paulo. Roberto encantou em sua vitoriosa passagem pelo Parque Antarctica com seu futebol agressivo.  Dessa forma, o jogador, que hoje defende as cores do seu maior rival, fez com que muita gente antiga esquecesse o grande ídolo da lateral esquerda no passado, Geraldo Scotto, que jogou de 1958 a 1968.

EUROPA

               Em 1995, foi para a Internazionale de Milão por US$ 7 milhões. Em sua primeira partida no novo clube, Roberto Carlos marcou o gol da vitória sobre o Vicenza por 1×0. Roberto Carlos adaptou-se rapidamente ao estilo de jogo da Itália. Acostumado ao sistema com quatro jogadores de defesa que tinha no Palmeiras, o lateral passou a atuar com mais liberdade para atacar na Inter. E em 1996, dez meses após sua chegada a Milão, transfere-se para o Real Madrid, da Espanha, onde atinge o auge de sua carreira, sendo tratado com toda a pompa de ídolo.

               Em 1997 ele foi considerado pela entidade máxima do futebol mundial, FIFA, o segundo melhor jogador do mundo e no ano seguinte, em 98, ganhou a oitava edição do Troféu EFE, entregue pela agência de notícias espanhola ao melhor jogador ibero-americano do ano. Até a metade de 2002, com a conquista de mais um Campeonato Europeu pelo Real Madrid, bem sucedido pessoal e profissionalmente, o lateral poderia considerar-se um homem completamente realizado. Porém, ele ainda lutava por um sonho: tornar-se campeão do mundo defendendo a seleção brasileira.

                No final desse ano memorável, que foi 2002 para Roberto, ele ainda conquistou, com o grande time do Real Madrid, o Mundial Interclubes do Japão pela segunda vez (a primeira havia sido em 98, diante do Vasco). Também no final de 2002, ele foi eleito o melhor jogador do mundo pela revista francesa L´Equipe. Nada mal para quem nasceu numa fazenda e ainda criança enfrentou todo tipo de dificuldade, típicas de um garoto pobre, filho de lavradores. Em dezembro de 2004, Roberto Carlos recebeu a cidadania espanhola mas manteve também a sua brasileira.

                Foi apontado por Pelé como um dos 125 maiores jogadores de futebol vivos em março de 2004. Em testes realizados pelo clube na temporada de 2006, o lateral realizou 100m em 10s9 e ganhou o status de jogador mais rápido do então elenco do Real Madrid e um dos mais rápidos do futebol mundial. Jogou no futebol espanhol até 2007. Em 19 de junho de 2007, Roberto Carlos foi oficialmente anunciado pelo Fenerbahçe, da Turquia, num contrato de dois anos com opção de renovação. Nestes dois anos conquistou o título da Supercopa da Turquia em 2007.

CORINTHIANS

                Seu contrato com o Fenerbahçe foi encerrado na primeira quinzena de novembro e em 18 de novembro de 2009 foi anunciado como o primeiro grande reforço do S. C.Corinthians Paulista para a Copa Libertadores da América de 2010. Foi atraído ao Corinthians devido ao seu projeto para montar um time forte em 2010.  Assinou o contrato e foi apresentado no dia 4 de janeiro de 2010. Segundo Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, Roberto Carlos foi a maior contratação dos últimos tempos. Roberto Carlos estreou com a camisa corintiana em 20 de janeiro de 2010, na vitória por 2-1 sobre o Bragantino, em partida válida pelo Campeonato Paulista. Foi eleito o melhor lateral esquerdo do Paulistão 2010.

SELEÇÃO BRASILEIRA

                Ele chegou à seleção principal em 1993, com Carlos Alberto Parreira, mas acabou sendo preterido na campanha do tetra. Já na Copa de 1998 ele era uma das estrelas do grupo brasileiro, ao lado de Ronaldinho, seu companheiro de quarto na concentração. Com a perda do título, foi também um dos mais criticados. Porém, sempre afirmou que o vice-campeonato em 98 fora uma conquista muito importante. Nos meses que antecederam a Copa da Coréia e do Japão, Roberto Carlos era, mais uma vez, quase que uma unanimidade nacional na lateral esquerda. Enquanto muitos outros jogadores brigavam pelo banco da posição, Roberto já tinha seu lugar assegurado no time titular.

                Foi nesse Mundial que finalmente veio a redenção do menino humilde do interior de São Paulo. Ao final do dia 30 de Junho de 2002 a vida desse aclamado jogador havia mudado. Seu sonho finalmente se tornara realidade, ele era campeão mundial pela seleção brasileira. Eleito um dos melhores do Brasil na Competição, o atleta atacou, marcou, lutou, correu e, de quebra, deixou sua marca no jogo contra a China, em que a seleção canarinha venceu por 4 a 0. Ele abriu o placar com um golaço numa falta cobrada da meia esquerda. Roberto Carlos vestiu a camisa da seleção brasileira por 120 vezes.

1993   –   Em pé: Sérgio, Tonhão, Cláudio, Roberto Carlos, César Sampaio e Alexandre Rosa   –    Agachados: Flávio Conceição, Amaral, Maurílio, Edílson e Jean Carlo
Em pé: Taffarel, Célio Silva, Cafu; Mauro Silva, Aldair e Roberto Carlos    –    Agachados: Romário, Dunga, Leonardo, Denílson e Ronaldo
1998   –   Em pé: Junior Baiano, Taffarel, César Sampaio, Aldair, Cafú e Rivaldo     –   Achados: Roberto Carlos, Ronaldo, Denilson, Romário e Dunga
União São João de Araras de 1992    –   Em pé: Roberto Carlos, Ricardinho, Beto Médice, Henrique, Vinícius e Velloso    –     Agachados: Luizinho, Marcinho, César, Glauco e Eder Aleixo
2002    –   Em pé: Edmílson, Lúcio, Gilberto Silva, Roque Júnior, Marcos e Cafu    –     Agachados: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Rivaldo e Kleberson
Real Madrid  –   Em pé: Casillas, Helguera, Pavón, Figo, Ronaldo Fenômeno e Zidane    –    Agachado: Makelele, Salgado, Roberto Carlos, Raúl e Beckham
Em pé: Taffarel, César Sampaio, Rivaldo, Aldair, Júnior Baiano e Cafú    –     Agachados: Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Leonardo, Bebeto e Dunga

 

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