BABÁ: bicampeão carioca pelo Flamengo em 1954 / 55

                        Mário Braga Gadelha nasceu dia 24 de abril de 1934, em Aracati (CE). O local de seu nascimento é encontrado com diferentes referências na literatura esportiva. Algumas fontes registram seu nascimento em Caucaia, município cearense que atualmente faz parte da área metropolitana de Fortaleza. No entanto, outras fontes descrevem que ele nasceu em Aracati (CE), chegando em Caucaia quando ainda era um bebê.

                       Também conhecido como “Babá” ou “Anão Zezinho”, a aparência de um simples guri nunca combinou com o iminente perigo de sua presença na área adversária. Com baixa estatura e frágil composição física, o ponteiro esquerdo Babá escreveu páginas de muito sucesso enquanto vestiu a camisa do Flamengo.

                       A intimidade com a bola começou muito cedo, no Paysandu de Caucaia, uma agremiação amadora dirigida pelo próprio pai. Habilidoso meia-esquerda, o jovem Babá não reclamava do banco de reservas, uma vez que ainda tinha certo receio de encarar os grandalhões. Com o passar do tempo, seu pai foi aos poucos colocando o filho para vencer o temor dos encontrões e pancadas.

                      Quando Babá perdeu o medo das divididas, seu rendimento em campo não deixava dúvidas que sua permanência no modesto Paysandu não seria longa. Em 1952, com apenas 17 anos de idade, Babá foi encaminhado para o juvenil do Ceará Sporting Clube, não demorando para ser utilizado no time principal.

                      Apesar de contar com apenas 1;54 de altura, Babá atormentava os laterais e zagueiros, o que despertou grande interesse do Clube de Regatas do Flamengo. O negócio entre dirigentes cariocas e cearenses foi acertado no findar de 1953. Com pouco tempo de Gávea, Babá foi aproveitado como ponta esquerda.

                      Enquanto sua oportunidade no elenco principal não aparecia, Babá conquistou vários títulos pelas categorias amadoras do clube. Ganhando tarimba com Esquerdinha e Zagallo, o “baixinho notável” foi aos poucos ganhando o respeito do treinador Fleitas Solich.

                      Babá participou do elenco bicampeão carioca pelo Flamengo em 1954 e 1955, com verdadeiras batalhas diante da máquina americana do talentoso argentino Martin Alarcón. Ao longo da carreira, Babá tinha uma inspiração diferente para enfrentar o Vasco da Gama; sempre reconhecendo em Paulinho de Almeida seu maior marcador!

                      Ainda contra o Vasco da Gama, Babá viveu duelos cômicos e fisicamente desiguais contra o encorpado Eli do Amparo, que provocava Babá o chamando de “anão”. Além dos títulos cariocas, Babá também levantou o “caneco” do Torneio Rio-São Paulo de 1961, já na condição de titular.

                      Durante sua caminhada, Babá também serviu o selecionado carioca em várias jornadas. Na Seleção Brasileira, o baixinho disputou lugar com concorrentes de renome; como o companheiro Zagallo, além dos paulistas Canhoteiro e Pepe.

                       Babá permaneceu no Flamengo até 1962. Foram 295 apresentações com 174 vitórias; 49 empates, 72 derrotas e 87 gols marcados. Com o passe negociado para o UNAN (Universidad Nacional Autónoma de México), Babá passou várias temporadas na liga mexicana.

                       De volta ao Rio de Janeiro, com os direitos federativos ainda comprometidos, o atacante demorou para regularizar sua situação, o que comprometeu bastante o andamento de sua carreira. Para não ficar parado, Babá decidiu jogar pelo Esporte Clube Bahia em partidas amistosas por todo o Brasil, como uma das principais atrações do time.

                        Em 1968, aos 34 anos de idade, sua trajetória profissional foi encerrada no mesmo Ceará Sporting Club. Depois do futebol trabalhou na Petrobrás até sua aposentadoria. Mário Braga Gadelha faleceu em 8 de abril de 2010, no Hospital Geral de Fortaleza (CE). O ex-jogador não resistiu aos procedimentos de uma cirurgia cardíaca.  Ele foi velado e enterrado na cidade de Caucaia, no Ceará, onde morava. Babá deixou três filhos (um filho gêmeo morreu em um acidente de trânsito) e oito netos.

                        Babá formou um ótimo ataque rubro-negro ao lado dos inesquecíveis Gérson, Joel, Henrique Frade e Dida. Alguns craques que também foram companheiros de Babá no Fla foram Jadir, Jordan, Fernando, Dequinha, Carlinhos e etc.

                        Babá começou a ganhar espaço no time rubro-negro após a saída de Zagallo, em 1958, para o Botafogo. Um pouco mais tarde, surgiria também o saudoso Germano, já falecido, irmão de Fio Maravilha, que hoje entrega pizzas em São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Em pé: Chamorro, Pavão, Jadir, Milton Copolilo, Tomires e Jordan   –    Agachados: Joel, Duca, Evaristo, Paulinho e Babá
Em pé: Djalma Santos, Jadir, Valdemar Carabina, Gylmar, Zequinha e Ari Clemente   –    Agachados: Mário Américo (Massagista), Joel, Dida, Henrique Frade, Chinesinho e Babá
1961. Em pé: Ari, Nelinho, Bolero, Jadir, Joubert e Jordan    –    Agachados: Joel, Gerson, Henrique, Manuelzinho e Babá
Em pé: Joubert, Fernando, Milton Copolillo, Jadir, Dequinha e Jordan    –    Agachados: Luis Carlos, Moacir, Henrique Frade, Dida e Babá
1959 – Em pé: Joubert, Ari, Bolero, Jadir, Carlinhos e Jordan    –    Agachados: Othon, Moacir, Henrique, Gerson e Babá
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