Fernando Ferretti nasceu no dia 26 de abril de 1949, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Filho do italiano Vitorino Ferretti e da brasileira Aryad de Oliveira. Alguns registros apontam que sua trajetória começou na famosa escolinha do Botafogo, na época comandada pelo lendário descobridor de talentos, o seu Neca.

                  Ferretti também passou pelas categorias amadoras São Cristóvão de Futebol e Regatas quando contava com 14 anos de idade. Em seu retorno ao Botafogo em 1966, Ferretti enfrentou uma difícil concorrência pelo comando de ataque com o talentoso Roberto Miranda.

                  Naqueles tempos, o Botafogo era um time recheado de estrelas no ataque. Dessa forma, Ferretti aprendeu logo cedo que não poderia de forma nenhuma desperdiçar oportunidades. Pelo Botafogo, Ferretti foi bicampeão da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca em 1967 e 1968. Conquistou ainda o Torneio Hexagonal do México em 1968 e o Torneio Internacional de Caracas de 1970.

                  Favorecido pela estatura, Ferretti era um grande cabeceador. Foi o artilheiro da Taça Brasil de 1968 com 7 gols marcados. Sua participação foi determinante nas duas partidas decisivas, contra o Fortaleza.

                  No primeiro jogo, disputado no estádio Presidente Vargas, na capital cearense, Ferretti fez os 2 gols do Botafogo no empate em 2×2. No segundo encontro realizado no Maracanã, o alvinegro venceu o Fortaleza pela contagem de 4×0, com gols de Roberto Miranda, Afonsinho e Ferretti (2).

                  Nessa partida contra o Fortaleza, Ferretti marcou seu primeiro gol aos 10 minutos da etapa final, ao aproveitar uma cobrança de escanteio de Paulo Cesar. Ainda na segunda etapa, o mesmo Ferretti deu números finais ao placar aos 37 minutos, depois de concluir uma boa jogada do ponteiro direito Rogério Hetmanek.

                  O bom desempenho levou Ferretti para a Seleção Brasileira Sub-23, onde realizou 8 partidas e marcou 1 gol. Outro momento inesquecível da carreira de Ferretti jogando pelo Botafogo aconteceu em 29 de abril de 1973, contra o América no Maracanã, partida válida pelo primeiro turno do campeonato carioca (Taça Guanabara).

                   Ferretti, que fez o primeiro gol do Botafogo, assistiu o América pular na frente do marcador em 3×1, placar mantido até os 18 minutos da segunda etapa, quando Ferretti desencantou e marcou mais três vezes em uma estupenda virada por 4×3.

                   Em 1971 o atacante foi envolvido em uma transação com o Santos Futebol Clube. Além de Ferretti, o Botafogo cedeu Moreira e Rogério pelo empréstimo de Carlos Alberto Torres, o “Capitão do Tri”.

                   A passagem de Ferretti pelo time da “Vila Famosa” não foi o que se esperava, já que o Santos também não vivia um bom momento. Em depoimento para a revista Placar de 25 de junho de 1971, Ferretti conta um pouco sobre o que esperava e o que encontrou na Vila Belmiro:

– Quando fiquei sabendo que vinha para o Santos me imaginei ao lado de Pelé. Sonhava com muitos gols e depois tive que conviver com vaias. O time não estava bem.

                    Quanto ao capitão Carlos Alberto sua sorte não foi muito diferente. O “Capita” amargou o vice-campeonato carioca diante do Fluminense, em uma final discutida até hoje.

                    Em seguida Ferretti passou pelo Club de Regatas Vasco da Gama. Apesar de também fazer os seus golzinhos, Ferretti não ficou muito tempo em São Januário.

                    Retornou logo depois ao mesmo Botafogo, onde permaneceu até 1975. Ao todo, foram 253 partidas disputadas pelo time da “Estrela Solitária” no período compreendido entre os anos de 1967 e 1975, com 85 gols marcados.

                   Além das passagens pelo Santos e pelo Vasco da Gama, Ferretti também atuou pelo CSA (AL), Vitória (BA), Ceará (CE) e Atlético (PR). Algumas fontes registram ainda uma curta passagem pelo Fluminense (RJ).

                   Trinta minutos do segundo tempo. Na arquibancada agitada e repleta do até então “Maior Estádio do Mundo”, os torcedores do Botafogo olhavam para o relógio enquanto berravam como loucos:  Ferretti, Ferretti, Ferretti…

                    Quando os gritos se tornavam mais fortes e quase insuportáveis aos ouvidos, o técnico olhava para o banco de reservas e atendia aos pedidos da galera. O gigante Ferretti sorria, enquanto tirava o pesado agasalho de algodão e erguia o meião para iniciar os trabalhos de aquecimento.

                    Pronto para entrar em campo e usar suas cabeçadas, trombadas e divididas em busca do gol, o jovem talismã contemplava os “Geraldinos do Maracanã”, como uma forma de agradecimento.

                    Em 29 de agosto de 2011 Ferretti morreu de cãncer em Araruama, cidade da Região dos Lagos no Rio de Janeiro, onde residia.