PICOLÉ: autor do gol de número 7.000 do Santos F.C.

               Paulo Roberto Rodrigues Matheus, nasceu dia 29 de abril de 1953, em Santos. Era mais conhecido no meio futebolístico como Picolé. Foi um atacante que jogou na década de 70 no Santos, no Avaí e no Bahia, clube pelos quais fez muito sucesso marcando inúmeros gols. Muitas pessoas o confundi com um outro jogador, cujo apelido também é Picolé, mas aquele jogou no São Bento de Sorocaba, no Palmeiras e no Vasco. Ambos eram centroavantes.  Teve a honra de jogar ao lado do Rei do futebol, o Pelé, fazendo dupla de ataque com ele. Entrou para a história do Peixe ao marcar o gol de número 7.000 do clube. E foi pelo Santos também que sagrou-se campeão do Torneio Laudo Natel no ano de 1970, quando o Peixe disputou com um time misto, uma vez que vários titulares estavam servindo a Seleção Brasileira. Em 1972 seu passe foi comprado pelo Bahia.

SANTOS F.C.

               Paulo Roberto Rodrigues Mateus, o Picolé, começou a jogar bola no Colégio Santista, em Santos-SP. Em 1965, foi levado pelo então treinador Ernesto Marques para o Santos F.C., onde começou no infantil e profissionalizou-se em 1969. Nessa época o Santos tinha um time extraordinário, principalmente seu ataque, sendo assim, Picolé teve que esperar um pouco para entrar na equipe. Mas seu bom futebol não estava escondido, pois ainda em 1969, foi convocado para defender a Seleção de Novos. Fez dupla de área com Mirandinha, que na época jogava no América de São José do Rio Preto e depois veio fazer muito sucesso no Corinthians e no São Paulo.

               Mas, no ano seguinte, com a Copa do Mundo que foi disputada no México, vários titulares foram servir a Seleção Brasileira, foi aí que o técnico santista Antonio Fernandes escalou um time que surpreendeu a todos e Picolé era um desses jogadores, que não desperdiçou a oportunidade e não deixou por menos, pois mesmo com um time misto o Santos sagrou-se campeão do Torneio Laudo Natel, contra os times titulares do São Paulo, Portuguesa, Palmeiras e Corinthians.

               O time que disputou o torneio foi; Joel Mendes, Turcão, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Leo Oliveira, Pitico e Djalma Duarte; Manoel Maria, Picolé e Abel. A final foi dia 24 de abril de 1970 contra o Palmeiras dentro do Palestra Itália e o jogo terminou empatado em 1 a 1, resultado que bastava ao time da Vila para sagrar-se campeão. Você deve estar pensando: Mais um título daquela fantástica geração de Pelé e Cia. Mas é muito mais complexo que isso, por isso tão surpreendente.

              Disputada na véspera da Copa do Mundo de 1970, a Taça cidade de São Paulo ou Torneio Laude Natel como queiram, foi uma maneira de não deixar os times parados durante os preparativos da seleção. Os times jogavam sem seus principais jogadores, o Palmeiras sem Leão e Baldochi, o Corinthians sem Ado e Rivelino, o São Paulo sem Gerson, a Portuguesa sem Zé Maria. Mas o Santos, estava “só” sem Joel Camargo, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Edu e Pelé. 

              A primeira excursão de Picolé com o time do Santos foi em 1970, na cidade de Hong-Kong, um enclave colonial britânico em território chinês que, apenas recentemente, foi devolvida ao governo da China. Foram quatro jogos e quatro vitórias, todas de goleada e em todos os jogos Picolé deixou sua marca. No primeiro jogo marcou 1, no segundo e no terceiro marcou 2 e no último jogo marcou 3 gols. Este último jogo aconteceu dia 17 de dezembro de 1970 e o Santos venceu por 5 a 2, com dois gols de Pelé e três de Picolé. Neste dia o Santos jogou com; Cejas, Lima, Ramos Delgado, Orlando Lelé e Rildo; Clodoaldo (Nenê) e Léo Oliveira; Arlém (Abel), Picolé, Pelé e Edu. O técnico era Antoninho. O jogo foi no estádio Municipal de Hong-Kong, que recebeu neste dia, um público de 13.985 pagantes.

UM GOL HISTÓRICO

               Ainda no ano de 1970, Picolé entrou para a história do clube praiano. Tudo aconteceu no dia 12 de junho, quando o Peixe numa excursão que fez aos Estados Unidos, realizou um jogo amistoso contra o Astro Jazz da cidade de Boston. O Santos venceu por 8 a 0 e o sexto gol do time da Vila foi marcado por Picolé. Acontece que este gol foi o de nº 7.000 de toda a história do Santos F.C. Dois dias depois, ou seja, dia 14 de junho de 1970, o Santos fez outro jogo amistoso, desta vez contra o Benfica de Hudson. O Peixe simplesmente massacrou o adversário, venceu por 10 a 0, gols de Douglas (4), Picolé (3), Abel (2) e Djalma Duarte.

                 O Santos é o time que mais gols fez no futebol mundial. Em 26 de outubro de 2005, com o gol de Geilson, em São Januário, abrindo o marcador na vitória sobre o Vasco por 3 a 1, tornou-se o primeiro do planeta a alcançar a marca de 11 mil gols. Atualmente o clube já ultrapassou 11.600 gols marcados.

               A última partida de Picolé com a camisa do Santos, aconteceu no dia 5 de setembro de 1972, quando o Peixe venceu o Trinidad Tobago num jogo amistoso por 1 a 0. O único gol da partida foi anotado por Pelé. Neste dia o então técnico santista Pepe, mandou a campo os seguintes jogadores; Cláudio, Orlando, Vicente, Altivo (Paulo) e Murias; Clodoaldo (Leo) e Afonsinho; Edu (Jader), Picolé, Pelé e Ferreira.

BAHIA

               Em 1972 Picolé foi contratado pelo Bahia e junto com ele também vieram outros jogadores, pois o clube baiano estava a fim de quebrar a sequência de títulos do seu maior rival, o Vitória. Então vieram os jogadores; Eliseu, Picolé e Douglas do Santos, Natal do Cruzeiro, Peri do Corinthians, Sapatão e João Daniel do Fluminense, Marco Aurélio do Flamengo, Buttice do San Lorenço da Argentina, Jésun do São Paulo, Caio Cambalhota do Flamengo, Gilson Gênio e Renato do Fluminense, Mickey do Deportivo Cali e Claúdio Adão do Benfica de Portugal.

               A rivalidade entre Bahia e Vitória é muito grande. O clássico é chamado de BA-VI e quando ele acontece agita todo o estado da Bahia. Como aconteceu naquele dia 8 de julho de 1973, quando o Bahia venceu por 1 a 0, gol do ponta direita Natal. Neste dia o Bahia jogou com; Buttice, Ubaldo, Sapatão, Roberto Rebouças e Altivo; Fito e Douglas; Natal, Picolé e Peri. Já o Vitória jogou com Agnaldo, Roberto, Dutra, Walter e Jorge Valença; Fernando, Didi e Almiro; Osny, André e Mário Sérgio. Não se pode deixar de registrar a grande mudança ocorrida na hegemonia do futebol baiano depois da chegada de Picolé no time do Bahia.

              Em 1979 o Bahia sagrou-se Heptacampeão e saia de cena seu grande comandante Zezé Moreira, que se aposentou logo em seguida após 52 anos de carreira. Até o final da década de 80 a superioridade do Bahia era muito grande, culminando em 1988, quando sagrou-se Campeão Brasileiro. Picolé ficou no Bahia até 1976, quando foi contratado pelo Avaí de Santa Catarina.

AVAI

               Picolé chegou ao Avaí em 1976, para a disputa do Campeonato Brasileiro. Sua estréia foi num amistoso contra o Marcílio Dias que terminou 0 a 0, no Estádio Hercílio Luz. Seu primeiro gol foi na vitória avaiana por 2 a 1 contra o Rio Branco (ES), no Estádio Orlando Scarpelli que pertence ao Figueirense pelo Campeonato Nacional. Uma de suas melhores exibições com a camisa avaiana foi justamente contra o Santos, seu time de coração, na Vila Belmiro. Encerrou a carreira na Portuguesa Santista. Picolé, ex-centroavante do Santos, do Bahia, do Avaí e da Seleção Paulista de Novos, o Paulo Roberto Rodrigues Matheus, morreu precocemente no dia 5 de agosto de 1995. Picolé deixou parentes e amigos em Limeira, onde sempre que podia vinha visitá-los e aproveitava para bater uma bolinha.

Em pé: Joel Mendes, Leo Oliveira, Ramos Delgado, Djalma Dias, Turcão e Rildo     –    Agachados: Manoel Maria, Pitico, Picolé, Djalma Duarte e Abel
Em pé: Picolé, Edevar, Pitico, Abel, Marçal, Marcos Fonseca, Orlando, Douglas e Beraldo    –    Agachados: Ramos Delgado, Turcão, Lima, Leo Oliveira, Rildo e Djalma Duarte
Em pé: Cejas, Lima, Ramos Delgado, Leo Oliveira, Orlando e Edu    –    Agachados: Arlen, Clodoaldo, Picolé, Pelé e Rildo
Em pé: Buttice, Sapatão, Roberto Rebouças, Altivo, Baiaco e Ubaldo     –   Agachados: Natal, Douglas, Picolé, Fito Neves e Peri
Seleção Paulista de novos, em 1970    –    Em pé: Flamarion é o quinto da esquerda para a direita   –    Agachados: o segundo é Nenê Belarmino, seguido por Picolé, Mirandinha e Fito Neves
Em pé: Buticce, Odair, Onça, Mário Braga, Baiaco e Paulo Henrique    –     Agachados: Natal, Amorim, Picolé, Eliseu e Gílson Porto
Em pé: Buticce, Roberto Rebouças, Romero, Washington, Baiaco e Ubaldo    –    Agachados: Natal, Douglas, Picolé, Fito Neves e Peri
Nesta Seleção Paulista de Novos de 1970, estão em pé: o goleiro William e Gilberto Sorriso o penúltimo      –      Agachados da esquerda para a direita: Nenê é o segundo, Picolé é o terceiro e Mirandinha é o quarto
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2 comentários em “PICOLÉ: autor do gol de número 7.000 do Santos F.C.

  1. Parabens ao amigo, JOAO CARLOS, pela linda materia, relembrando, craques ,do futebol, como meu saudoso primo, Picole o Paulo Roberto Rodrigues Matheus obrigado .Luiz Carlos Arthur de Limeira Sp.

    1. Olá amigo Luiz Carlos. Muito obrigado por acessar meu site e obrigado também pelas palavras de elogio, pois isso nos anima a continuar esse trabalho. José Carlos de Oliveira

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