SCRATCH DO RÁDIO DA BANDEIRANTES

                                   No dia 6 de maio de 1937, foi inaugurada a emissora inicialmente chamada de Sociedade Bandeirantes de Radiodifusão, por José Pires Oliveira Dias na Rua São Bento, centro de São Paulo, onde se localizava seus primeiros estúdios e o auditório. 

                                   Foi na voz de Joaquim Carlos Nobre que a Rádio Bandeirantes de São Paulo, a cabeça da rede, entrou no ar pela primeira vez: “Boa Noite, Senhoras e Senhores. Está no ar a Rádio Bandeirantes, a nova e esperada emissora de São Paulo”.

                                   Seus primeiros locutores foram Joaquim Carlos Nobre, Tito Lívio Fleury Martins, Mário de Carvalho Araújo e Plínio Freire de Sá Campello.

                                   Muitos seriam os locutores que passariam pela emissora que depois de muitos anos adotou o estilo jornalismo esportivo. Sua versão em FM surgiu em 1975 com os 96,1 hoje ocupados pela Band FM, até 1976. Em agosto de 1999 inicia suas transmissões em 90,9, com antena em São Bernardo do Campo, e não na tradicional Torre da TV Bandeirantes.

                                   Em meados dos anos 40, a cobertura de esportes teve início com Ary Silva, Dárcio Ferreira, Edson Leite, Haroldo Fernandes, Fernando Solera, Silvio LuizJosé Silvério e Pedro Luiz Paoliello

                                   Em 1963, Fiori Gigliotti montou o Escrete do Rádio que foi líder no esporte por vários anos seguidos, sendo que nessa época os locutores esnobavam, gastando o inglês e referindo-se à Seleção Brasileira de Futebol como “scratch” e aproveitando esse momento, Fiori escalava o Escrete do Rádio.

                                    Em 1944, ela foi adquirida por Paulo Machado de Carvalho, dono da Rádio Record, da Rádio Jovem Pan e da Rede de Emissoras Unidas. Três anos depois ele vendeu a rádio para Adhemar de Barros. Em 1948, a emissora teve como dono o genro de Adhemar, João Jorge Saad. 

                                   Dentre alguns jornalistas que trabalharam na rádio, destacam-se: Sérgio de Andrade (o Arapuã), Ennio Rodrigues, Flávio Araújo, Mauro Pinheiro, Luís Augusto Maltonne, Luís Aguiar, Ethel Rodrigues, Jorge Mello, Barbosa Filho, Borghi Júnior, Alexandre Santos, Estevan Sangirardi, José Paulo de Andrade, Engenheiro Bottini, Dieter Glaeser, Jota JúniorMauro BetingMonalisa PerronePaulo Soares e Oscar Ulisses.

                                   A equipe de jornalismo da Bandeirantes em setembro de 2020, era composta, entre outros, por Eduardo Barão, Felipe Kieling, Izabella Camargo, Joel Datena, José Luiz Datena, Lana Canepa, Milton Parron, Silvania Alves, Sônia Blota, Claudio Zaidan, Elia Jr., Milton NevesNetoRogério Assis e Ulisses Costa.

                                  Atualmente é a terceira rádio jornalística mais ouvida de São Paulo A rádio integra a Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, que inclui também a Rede BandNews FM de rádio e o canal por assinatura BandNews TV, ambos dedicados ao jornalismo – de propriedade atualmente do neto de Adhemar de BarrosJohnny Saad que preside o grupo do qual a rádio faz parte. Com uma programação voltada para o tripé – informação, prestação de serviços, e utilidade pública – a Bandeirantes segue o slogan da rede – A rádio que tem opinião!.

                                  No mês de aniversário da rádio Bandeirantes, inaugurada em 6 de maio de 1937, trago para vocês um fato pouco relatado até mesmo em livros e em teses defendidas nas escolas de comunicações do País. O testemunho é de um dos protagonistas que viveu o episódio, Dr. Raul Ferraz Mesquita.

                                      Ele contou, num depoimento dado em 1973 ao radialista Homero Silva que se encontra arquivado no Centro de Documentação e Memória da rádio Bandeirantes, que em dezembro de 1922 um argentino vendeu para seu irmão Luis Ferraz de Mesquita e seu amigo Leonardo Jones, um transmissor de rádio de apenas 10 watts. Compraram no impulso e só se deram conta, tardiamente, que não tinham a menor ideia do que fazer com aquilo.

                                      Lendo, porém, atentamente o seu manual conseguiram fazer o transmissor funcionar e, empolgados, montaram um pequeno estúdio, tudo improvisado, e em janeiro de 1923 fizeram uma transmissão de rádio, nos moldes daquilo que já se fazia nos EUA.

                                      Esse foi o embrião da primeira estação de rádio do Brasil, porque a pioneira, a Sociedade do Rio de Janeiro, só seria inaugurada em abril daquele mesmo ano. E sabem o nome que deram para a estaçãozinha extra oficial? “Sociedade do Rio de Janeiro” e logo após a rádio Clube do Brasil, também no Rio. O depoimento é do Dr. Raul Ferraz de Mesquita.

                                      A Bandeirantes de hoje nada tem a ver com aquela de janeiro de 1923 onde até Zequinha de Abreu, com seu regional, abrilhantou a transmissão radiofônica experimental.

                                      Em São Paulo a pioneira foi a rádio Educadora Paulista inaugurada em dezembro de 1923. A Bandeirantes nasceu 14 anos mais tarde, em 6 de maio de 1937, portanto, está comemorando 86 anos de transmissões ininterruptas.

CADEIA VERDE AMARELA NORTE SUL DO BRASIL

                                       A arrancada para dominar a audiência nesse campo deu-se em 1956, quando ela foi a única emissora a transmitir os Jogos Pan-Americanos no

México. Naquela época, o interesse do público brasileiro por essa competição rivalizava com a paixão pelos Jogos Olímpicos.

                                       Na cobertura do referido evento, foi criado o slogan “Cadeia Verde Amarela Norte Sul do Brasil” para enfatizar o elevado número de emissoras espalhadas por todo o território retransmitindo os jogos em rede com a Bandeirantes.

                                       Edson Leite e Darcy Reis foram os locutores que cobriram aquele acontecimento, e o resultado em termos de audiência foi tão grande que, faltando dois anos para o mundial na Suécia, “seo” João Saad decidiu dobrar as fichas de investimento no departamento esportivo.

                                        A maior concorrente da Bandeirantes, naquela época, era a rádio Panamericana, que tinha em seus quadros Pedro Luiz e Mário Moraes. No mesmo ano os dois foram contratados pela Bandeirantes e formaram com Edson Leite um trio imbatível. Basta dizer que na Copa de 1958 eles conseguiram dar a emissora uma audiência de 95%, índice jamais igualado nem mesmo por emissoras de televisão.

                                      A consolidação do esporte na Bandeirantes deu-se em 1963, quando Fiori Gigliotti retornou à emissora onde, aliás, havia iniciado sua carreira no começo dos anos 1950. Locutor que narrava os jogos com uma carga de emoção que empolgava os ouvintes, ele foi o responsável pela criação de um outro slogan que identificava o jornalismo esportivo da Bandeirantes: Scratch do Rádio.

Em pé: Jaime Madeira, Ennio Rodrigues, Flávio Araújo, Mauro Pinheiro, Fiori Giglioti, Luiz Augusto Maltoni, Domingos Leoni, Fernando Solera e Jorge Mello    –     Agachados: Borghi Júnior, Luiz Carlos Moreira, José Paulo de Andrade, Osvaldo dos Santos, Alexandre Santos, Carlos Alberto de Castro e Dinamérico Aguiar

Em pé: Dieter Glaeser, Roberto Silva, Luiz Augusto Maltoni, Dinamérico Aguiar, José Carlos Silva, Luiz Moreira, Tony Lourenço e Alexandre Santos  –   Sentados: Chico de Assis, Osvaldo dos Santos, Ênio Rodrigues, Fiori Giglioti, Flávio Araujo, J. Hávilla, Barbosa Filho e Borgui Junior

 

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