Oberdan Nazareno Vilain nasceu dia 2 de junho de 1945, na cidade de Florianópolis – SC. Ele marcou época no Coritiba e no Santos. Mas foi vestindo a camisa do Grêmio que o então veterano Oberdan enfrentou o maior desafio de sua carreira: Desbancar o Internacional. Sua trajetória foi iniciada como goleiro no Guarani, uma equipe do futebol amador de Florianópolis. Reprovado no juvenil do Coritiba Foot Ball Club em 1962, Oberdan ainda voltou ao Alto da Glória em 1963, quando foi aprovado nas seletivas jogando como zagueiro.
Em 1964 recebeu sua primeiras oportunidades no time principal do Coritiba, até aparecer o interesse dos dirigentes do Santos Futebol Clube em 1965. Na Vila Belmiro, o jovem catarinense ganhou experiência ao lado do lendário Mauro Ramos de Oliveira e de outros grandes valores; como Ramos Delgado, Rildo e Joel Camargo.
No Santos, Oberdan conquistou vários títulos importantes: Campeonato Paulista 1965, 1967, 1968 e 1969, Torneio Rio-São Paulo 1966, Torneio Roberto Gomes Pedrosa 1968, Recopa Sul-Americana e Recopa mundial, ambas em 1968. Entre 1973 e 1976, Oberdan alternou passagens consecutivas entre o Coritiba e o Santos. Em 23 de novembro de 1973, Oberdan estava no Coritiba e concedeu uma entrevista especial ao repórter Hélio Teixeira da revista Placar.
O título da matéria “Eu bato e eles fogem” foi contestado pelo próprio zagueiro, que afirmou que sempre jogou duro, mas nunca de forma desleal. Pelo Coritiba, Oberdan faturou o Campeonato Paranaense e o Torneio do Povo de 1973. E sobre a partida decisiva do Torneio do Povo, a gazetadopovo.com.br registrou a importante participação de Oberdan na memorável conquista.
Após o término da partida decisiva contra o Bahia, quando os jogadores do Coritiba já estavam no vestiário comemorando o título, o árbitro José Marçal Filho alegou um erro na cronometragem, o que representava mais 5 minutos de jogo.
Naquele momento, um sentimento de insegurança tomou conta dos rapazes do quadro paranaense. Então, Oberdan proclamou aos companheiros: “Agora deixem comigo. Não vai ter mais jogo. Vou mandar tudo para a arquibancada”. Dito e feito. Alguns minutos depois, o Coritiba era campeão de fato e comemorou assim uma conquista inédita:
Com a camisa do Santos, Oberdan participou da despedida de Pelé do Estádio do Pacaembu em 1974; antes de deixar a Vila Belmiro pela última vez para novamente voltar ao Coritiba em 1975. Na última passagem pelo alviverde do Alto da Glória, Oberdan conquistou o Campeonato Paranaense de 1975 e 1976, quando aos 32 anos de idade resolveu abandonar o futebol no mês de outubro.
Com a mãe doente, o zagueiro queria dedicar mais tempo aos familiares e também aos negócios de sua fábrica de mel, no município de São José, próximo de Florianópolis. Foi quando apareceu o técnico Telê Santana e o diretor Nelson Olmedo com uma proposta do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Depois de uma longa conversa, Oberdan estava de novo no palco da bola!
Com a venda de Beto Fuscão ao Palmeiras, o Grêmio precisava recompor sua zaga para mais uma vez tentar quebrar o incômodo domínio do Internacional. Naqueles tempos, o atacante do Escurinho do Internacional era um especialista no jogo aéreo. Tão logo desembarcou em Porto Alegre, Oberdan disparou: “Acabou essa moleza. O Escurinho não vai mais cabecear na área do Grêmio”.
Decretou e cumpriu. Enquanto Oberdan esteve no Grêmio, Escurinho não comemorou mais gols de cabeça. Campeão gaúcho de 1977, Oberdan fez Escurinho deixar o “Colorado” em 1978, quando o atacante gaúcho foi contratado pelo Palmeiras. No mesmo ano de 1978, Oberdan deixou os gramados definitivamente. Foi técnico do Grêmio em 1980, quando contou com o trabalho do auxiliar técnico Valdir Espinosa, que mais tarde seria campeão mundial no Japão. Oberdan atualmente é empresário no ramo de Água Mineral, como proprietário da Fonte Imperatriz.