EXAME DE LABORATÓRIO

                           No ano de 1986 provavelmente o Bangu tinha os 4 melhores ou 4 entre os 6 melhores pontas-direitas do Rio de Janeiro ( Renato Gaúcho estava no auge ). Marinho, bola de ouro em 1985, Marcelinho seu reserva imediato e titular em qualquer outra equipe do Rio, Miguelzinho, craque e artilheiro,  grande jogador e Jorge Luis, recem-promovido dos juniores, uma flecha, excelente jogador. Jorge Luis era chamado de Jorginho Brucutu pela simplicidade e as vezes inocência.

                          Certa vez durante um treino, o técnico pedia insistentemente para que Jorge entrasse em diagonal e chutasse a gol, pois ele tinha uma grande velocidade. Depois de inúmeros pedidos, o treinador se cansou e deu-lhe a maior bronca e perguntou-lhe por que ele não estava cumprindo aquela ordem. E Jorge Brucutu na sua maior simplicidade, olhou para o treinador e disse “Professor, antes de mais nada, o senhor poderia me dizer o que é esse tal de diagonal?”       

                           Em outra ocasião, o técnico era o saudoso João Avelino, o popular 71, que percebeu que todas as vezes que Jorge recebia a bola, ele corria feito um doido até a linha de fundo para fazer o cruzamento, mas como ele corria muito, na maioria das vezes ele saia de campo com bola e tudo.

                           Então João Avelino vendo que ao redor do campo haviam inúmeras placas de propaganda, chamou Jorge de lado e deu-lhe a seguinte instrução. “Meu filho, você está vendo estas placas, então, ao receber a bola, você corre até a Papelaria São José e cruza, entendeu”. Depois daquele dia, Jorge não errou mais nenhum cruzamento. 

                           E para concluirmos estas histórias hilárias do craque Jorge Luís, vamos àquela que até hoje é muito comentada lá pelos lados de Moça Bonita, afinal, é uma história recheada de detalhes que todos gostam de ouvir e dar boas gargalhadas. Então vamos à ela.

                           Sempre no inicio do ano, acontecia os temíveis exames laboratoriais, sangue, fezes e urina. Marcava-se sempre em alguma clinica ou hospital e todos tinham que comparecer para tais exames. Devido a elevada taxa de não comparecimento, o presidente do Bangu, Sr. Castor de Andrade contratou os serviços de uma renomada clinica da Zona Sul para levar toda a infra estrutura até os jogadores e assim acabar com a tão  elevada taxa de ausências.

                           Tudo certo e combinado, durante o treino daquele dia o assunto entre os jogadores era só o bendito exame que iriam fazer no dia seguinte. Alguns já tremiam só de pensar na agulha na hora do exame de sangue.

                            Assim que terminou o treino, chegou um funcionário do laboratório e começou a distribuir os frascos, para que os jogadores levassem para suas casas e no dia seguinte trouxessem o material (fezes e urina) exceto o sangue, que seria retirado no local combinado com a direção do clube, que havia montado uma verdadeira enfermaria dentro da concentração do time do Bangu, tudo para que não houvesse nenhum ausente como acontecia antigamente.

                             Finalmente chegou o dia seguinte. 8 horas da manhã, funcionários do laboratório apostos a espera dos craques, que aos poucos foram chegando meio que timidamente. Um funcionário recebia os jogadores numa mesa no jardim, identificava, recebia os exames de fezes e urina e encaminhava-o para a varanda para o temível coleta de sangue!! Uns desmaiavam, outros ficavam tontos, outros riam e não estavam nem ai, isso tudo na maior sacanagem e brincadeira, ambiente comum dentro de um clube e entre os jogadores daquela época.

                             O ponta esquerda Ado provocava a todos, o goleiro Gilmar contava estórias do Palmeiras em que alguns quase morreram tirando sangue, Márcio Rossine amarrava alguns na arvore para que não fugissem…etc. Final dos exames, todos na varanda e foi sentida a falta do Jorginho brucutu!! Liga daqui, procura dali e nada!!. De repente toca a campainha, todos a 30 metros do portão, na varanda, e adentra o bravo brucutu abraçado a um embrulho!!

                          Todos correm para perto dele e ele foi logo dizendo que se atrasou pois não conseguia fazer o coco  e que em cima da hora tinha conseguido, o funcionário do laboratório pergunta onde estavam os frascos e ele na maior manda: “doto (sem u e sem r) eu não acertava o buraquinho do copinho, fiz na lata de leite Ninho”. Todo mundo ri!!

                          Então o funcionário completa e pergunta pela urina e,  de pronto, como nas suas arrancadas em diagonal em direção ao gol,  responde: “tá junto, fiz por cima, tá meio misturado porque veio chacoalhando no trem” foi  gargalhada pra todo lado!!! hahaha grande brucutu!!!

Deixe uma resposta