GOLEIROS: a posição mais difícil e complicada do futebol

                   Dia 26 de abril comemora-se o “Dia do Goleiro”, a posição mais difícil e complicada do futebol. O velho ditado diz que onde o goleiro pisa nem grama nasce. O goleiro, por excelência, é um atleta diferente de todos, enquanto os outros jogam com os pés, ele é o único que pode utilizar as mãos. Os outros jogadores correm atrás da bola e dos adversários, ele permanece estático, guarnecendo o seu arco. Os demais buscam o gol, objetivo maior do futebol, ele, ao contrário, cuida de evitar, a todo o custo que o objetivo não seja alcançado. Dizem que no futebol a posição mais ingrata é a de goleiro. E ser goleiro significa ser um jogador de dois extremos.

                   Uma sequência de defesas espetaculares  pode  fazer  deste um herói, por outro lado se falhar cai em desgraça. Esta tão instável posição que já revelou no passado inúmeros talentos, tanto ou mais que nos dias de hoje. Vimos pisar nos gramados homens como Gilmar, Oberdan, Leão, Manga, Félix, Suly, Cabeção, Valdir, Castilho, Barbosa, só para citar alguns nomes mais conhecidos. Hoje a geração de goleiros consagrados atende pelos nomes de Fábio, Jailson, Diego Cavalieri, Cássio, Dida, Alisson, Vitor, Vanderlei entre outros.

                   A escolha de uma posição em uma equipe de futebol significa assumir responsabilidades. Quando alguém assume a função de goleiro, inúmeras dificuldades devem ser superadas, tais como: os diversos e exaustivos treinamentos, a incompreensão do torcedor diante de uma falha, a necessidade de autodisciplina, o controle emocional e a solidão. Esse integrante, de fundamental importância em uma equipe de futebol, treina diária e intensamente e deve estar preparado para entender às críticas da torcida, bem como ser rigoroso consigo mesmo, disciplinado em suas ações e atitudes dentro e fora do campo, devendo controlar suas emoções utilizando-as adequadamente, a fim de maximizar o nível de seu desempenho.

                   Num passado não muito distante, o goleiro tinha em seu favor as balizas de madeira em forma retangular, as quinas ajudavam quando a bola chocava-se na baliza e na maioria das vezes não entrava ao gol. Extraídas as quinas, as novas balizas roliças, ao contrário das antigas, conspiram contra os goleiros. As bolas que eram de couro marrom e mais pesadas foram trocadas por uma de cor branca, mais leve e revestida por uma substância impermeável.

               Uma velha máxima dizia que goleiro bom só depois dos 30 anos de idade. Há ainda muitas frases, brincadeiras e superstições que cercam esse atleta. Na área pequena ou na área de meta ele é intocável, mas, depende da interpretação do árbitro, somente ele pode tocar a bola com as mãos nesse esporte. O guarda-redes no futebol obedece regras diferentes dos outros jogadores. O seu objetivo é impedir que a bola entre no gol da sua equipe. Para isso, pode usar qualquer parte do corpo, inclusive as mãos (o que é proibido aos outros jogadores), mas este uso é restrito a uma área marcada em torno da baliza, e tem um tempo específico para segurar a bola nas mãos de 6 segundos.

               Apesar disso, o goleiro não pode segurar uma bola que, de propósito, seja recuada por algum jogador de sua equipe, caso este não se utilize do peito ou da cabeça para recuá-la. Se o fizer, o árbitro marcará falta (tiro-livre indireto), e o time adversário deverá cobrar a falta no local onde goleiro pôs a mão na bola.

               O goleiro pode estar a um passo da glória ou do fracasso. O trabalho psicológico, a experiência e uma boa seqüência de treinamentos fazem desse atleta apto para assumir funções importantes dentro de um clube. Vamos falar nas linhas abaixo um pouco das curiosidades e da história de grandes goleiros do futebol brasileiro: Gilmar defendeu a seleção brasileira em 103 jogos, foi bicampeão mundial e dizia o seguinte: “não estou aqui para fazer milagres, mas sim para defender as bolas defensáveis”. Este foi um dos maiores expoentes brasileiro na posição.

                Valdir Joaquim de Moraes, ex-goleiro da S.E. Palmeiras, na década de 1960, foi o “pai da função de treinador de goleiros”, a partir do ano de 1968. Na década de 1920, o goleiro Tuffy era tão bom que a Cia. Sudan de Cigarros o contratou para percorrer os campos da várzea do Carmo com uma promoção: quem conseguisse marcar um gol de pênalti nele, ganhava 10 maços de cigarro. Tuffy era chamado de satanás, pois, dois dias antes dos jogos, não fazia a barba e com seu uniforme preto amedrontava os adversários – foi tricampeão pelo S.C. Corinthians Paulista. O goleiro Suly jogou 107 partidas consecutivas pelo São Paulo F.C., é o segundo recorde do Tricolor, só perdendo para Rogério Ceni.

                Suly depois que aposentou trabalhou como veterinário e dizia que só não visitava as granjas, pois não era chegado a frangos e perus. A utilização das luvas se deu em meados da década de 60. No Brasil, o primeiro goleiro a utilizar foi Cláudio, da equipe do Santos F.C. Oberdan Cattani, goleiro da S.E. Palmeiras, jogou de 1941 a 1956 e encerrou a carreira no Clube Atlético Juventus, da Mooca, devido às grandes mãos. Diziam que ele utilizava apenas uma das mãos para segurar os cruzamentos. Quanto a camisa amarela, quem usou pela primeira vez foi Germinaro, um goleiro argentino da década de 50 que jogava no Grêmio, depois Suly que o substituiu também passou a usá-la.

                Certo dia, o goleiro Raul assistindo um jogo entre Grêmio e Coritiba, viu a camisa amarela em Suly e disse que quando jogasse no profissional, também jogaria de camisa amarela. O uso da joelheira, atualmente extinta em jogos oficiais, começou a ser utilizada em fins dos anos 60. Felix, tricampeão em 1970, utilizou esse material apenas nas primeiras fases da copa de 1970. Marcos Mendonça, do Fluminense Futebol Clube, foi o primeiro goleiro a vestir a camisa da seleção brasileira, em amistoso no estádio das Laranjeiras em 21 de julho de 1914 contra a equipe inglesa do Exeter City, seu apelido era fitinha roxa, pois amarrava um fita em seu calção como um amuleto.

                Pelé foi goleiro, em partida realizada no Pacaembu em 1964, no jogo entre Santos e Grêmio. Laércio fora expulso e Pelé foi atuar no gol. Ainda viu o seu time venceu a partida pela Taça Brasil. Jaguaré, campeão carioca em 1929 pelo Vasco da Gama, humilhava os seus adversários, pois, após cada defesa, gritava com os atacantes pedindo para que os mesmos chutassem melhor. Barbosa, goleiro da seleção de 1950, iniciou sua carreira no Clube Atlético Ipiranga em São Paulo, jogou no Vasco da Gama e ficou lembrado pelo gol que levou na final contra o Uruguai.

                O dia 16 de julho de 1950, no Maracanã, nunca foi esquecido pelo atleta. Emerson Leão, atualmente técnico, disputou as copas de 1970, 1974, 1978 e 1986 e Cláudio Taffarel, que disputou as copas de 1990, 1994 e 1998, são os dois goleiros que mais atuaram pela seleção brasileira. Em 21 de novembro de 1964, o goleiro do Botafogo, de Ribeirão Preto, Galdino Machado, sempre será lembrado, pois a equipe santista aplicou 11 a 0. Ele sofreu oito gols de Pelé, que reconheceu que Machado foi o melhor em campo.

                 Pois bem, dentro do futebol há um outro esporte sendo praticado há muito tempo: defender uma baliza que mede 7,32 metros de largura e 2,44 metros de altura não é tarefa fácil. O goleiro tem de ter e adquirir calma, coragem, liderança, personalidade, boa função tática e técnica para impor respeito e admiração de dirigentes, técnicos, torcidas e imprensa.

DEFINIÇÕES DE GOLEIRO

                 Ser goleiro é ser herói e vilão. Ser goleiro não é tarefa fácil. Em campo, é o jogador que parece andar na contramão das emoções proporcionadas pela partida. Enquanto todos querem ver as redes balançando, ele precisa fazer de tudo para que isso não aconteça. No esporte aonde a alegria é fazer o gol,  para o goleiro é estragar a alegria de quem busca o gol. Ser goleiro é querer evitar o inevitável sempre achando, lá no fundo, que dava pra defender o mais indefensável dos chutes. Um atacante, um médio e mesmo um zagueiro podem falhar, só o arqueiro tem de ser infalível. Realmente não é nada fácil a vida de um goleiro, pois é a posição mais difícil e complicada do Futebol. Pense bem, pegar uma bola e chutar é fácil, o problema é dar um super pulo e se esticar todo para impedir a bola de entrar.

                 Ser goleiro está muito além de apenas ficar debaixo das traves, dando seu sangue, levando bolada na cara, e salvando o time; Ser goleiro é ser herói, é saber levar gols e não se deprimir com isso, pelo contrario, tentar melhorar cada vez mais, e saber admitir que errou em vez de ficar se lamentando e dizendo que são perseguidos por todos e que a culpa é sempre sua. Ser goleiro é saber abaixar a cabeça para seus erros, é jogar um jogo coletivo de forma quase individual e depois de uma grande defesa, ainda que não lhe agradeçam, é saber que ele é tão importante quanto o atacante. É saber dizer, que falhas fazem parte, pois só quem joga lá sob as traves, sabe o quanto defesas que parecem fáceis, podem ser bem mais difíceis do que se espera. Enfim, ser goleiro é ser o coração do time, mesmo num jogo onde o principal objetivo você deve evitar.

                Ser goleiro é fácil, assim como ser professor é fácil, ser um arquiteto, engenheiro, atacante, bancário e várias outras coisas, o difícil é ser o melhor, o difícil é dar a volta por cima quando tudo parece estar acabado. Defender uma bola no ângulo não é tão difícil quanto parece, defender um pênalti não é a coisa mais fantástica do mundo, a coisa mais fantástica nessa posição, é defender um gol decisivo, não é preciso fazer pose para colorir a jogada, por mais simples que seja a defesa, ela significa a vitória. Ser goleiro não é só fazer defesas, é saber aprender com os gols que leva. Mais que uma posição, ser goleiro é uma paixão inexplicável, uma paixão que não distingui raça ou cor.

                Não importa quantos gols eles levem, ou quantas boladas na cara eles tomam, o que importa é que estão defendendo o seu time, seja ele profissional, amador, timinho da pelada no final de semana, ou até mesmo a seleção Brasileira, eles serão sempre grandes guerreiros. E como já diz o velho ditado, em um jogo de futebol, existe um goleiro e 10 coadjuvantes. No futebol é o atacante na frente, zagueiro atrás, goleiro e Deus no gol.

TAFFAREL
VALDIR
YASHIN  (Rússia)
WALDIR PERES
VELUDO
CABEÇÃO
CARLOS
CASTILHO
LEÃO
FELIX
GILMAR
OBERDAN
MANGA
MARCOS
RODOLFO RODRIGUES
BARBOSA
RAUL
POY
Postado em G

Deixe uma resposta