CLÁUDIO ADÃO: um verdadeiro cigano dentro do futebol

                    Claudio Adalberto Adão nasceu dia 2 de julho de 1955, na cidade de Volta Redonda – RJ. Foi sem dúvida um dos maiores artilheiro do nosso futebol e com certeza, um dos maiores colecionadores de camisas de clubes de futebol, pois jogou em todos os clubes grandes do Rio de Janeiro, no estado de São Paulo só não jogou no Palmeiras e no São Paulo de time grande. Por onde passou deixou sua marca de artilheiro, assim foi também no Benfica, de Portugal, no Cruzeiro, no Bangu, no Bahia, no Ceará, no Santa Cruz, enfim, foi uma infinidade de clubes que tiveram a honra de ter Claudio Adão como atacante. Também defendeu a Seleção Brasileira em 1975 e 1976, pela qual disputou 12 partidas e marcou 14 gols. Não chegou da disputar nenhuma Copa do Mundo, o que para muitos foi uma grande injustiça, pois sempre teve uma grande presença dentro da área e tinha uma visão de jogo que muitos atacantes de hoje não tem.

SANTOS F. C.

                   Começou sua carreira jogando na Portuguesa Santista, onde ficou em 1966 e 1967. Aos 11 anos de idade, tornou-se revelação no campeonato mirim de São Paulo, onde marcou 50 gols. Foi aí que Pepe ao vê-lo jogar, o convidou para jogar no Santos, o que ele aceitou de imediato. Defendeu a equipe profissional de 1972 a 1976. Nesse período defendeu a seleção brasileira nas Copas de Toulon e Cannes nos anos de 1972 e 1973, sagrando-se campeão nas duas competições. No Peixe, Cláudio Adão foi uma espécie de “estrela solitária”, já que o time da Vila havia sofrido uma reformulação no elenco e também porque dois anos depois que chegou na Vila, Pelé foi para os Estados Unidos.

                   E essa estrela quase se apaga quando, em um Santos x América, em São José do Rio Preto, no Estádio Mário Alves de Mendonça, onde hoje há um Atacadão, Cláudio Adão se machucou. A contusão foi tão séria, que os jogadores formaram um círculo em volta dele (e do sangue que se espalhou). Nesse momento, o médico do time da Baixada, o Dr. Daló Salerno, viu a fratura exposta e falou algo parecido com um “ai, meu Deus, esse daí não joga nunca mais”. Como é que um médico fala um negócio desses? A situação foi realmente grave, Cláudio Adão fraturou a tíbia e o perônio, mas ele voltou a jogar pelo menos por mais 15 anos. Depois de recuperado, Adão foi contratado pelo Flamengo em 77 e, apesar das contusões, fez boa dupla com Zico no time da Gávea.  Com a camisa do Peixe, Cláudio Adão sagrou-se campeão paulista em 1973, naquele famoso título que foi dividido com a Portuguesa de Desportos. Marcou 220 gols.

FLAMENGO

                  Chegou na Gávea em 1977 e ficou até 1980. Foi sem dúvida alguma, um dos maiores atacantes de toda a história do Flamengo. Exímio finalizador, acabou tendo azar em sua passagem pela Gávea, quando teve muitas contusões. Porem, mesmo assim, ajudou o Rubro-Negro, ao lado de Zico,  a ser campeão carioca em 1979, sendo inclusive o artilheiro da competição no mesmo ano e no ano anterior.  Pelo Flamengo disputou 154 jogos (99 vitórias, 32 empates e 23 derrotas) e marcou 82 gols.

OUTROS CLUBES DO RIO

                   Após deixar o Flamengo, foi jogar no Botafogo, depois passou pelo Fluminense, onde sagrou-se campeão carioca em 1980 e depois foi para o Vasco da Gama. Em 1984, foi contratado pelo Bangu, o time de Castor de Andrade naquela época. Cláudio Adão confessou que nunca chegou a assinar papel nenhum no Bangu: “Não assinei contrato com o Bangu ou com o Castor. Era tudo de boca e sem qualquer tipo de problema”.  Naquele ano, marcou 12 gols e se tornou o artilheiro máximo do campeonato, ao lado de Baltazar, do Botafogo.

                  Viveu seu grande momento na partida contra o próprio Vasco, no Maracanã, quando marcou quatro gols de cabeça (sendo que um foi creditado erroneamente pelo juiz ao ponta esquerda Ado). “Meu momento mais marcante foi ter sido artilheiro do estadual pelo Bangu, quando todos pensaram que seria a decadência do Cláudio Adão jogar pelo Bangu. Era um grande time, mesmo não tendo uma grande torcida” – relembrou. No primeiro semestre de 1985 voltou para o Vasco, perdendo a chance de participar do time que foi vice-campeão brasileiro. Mas, regressou à Moça Bonita para o Campeonato Carioca, na época, realizado no segundo semestre.

                 Cláudio Adão não reeditou às boas exibições de 1984 e ficou na reserva de Fernando Macaé, inclusive, na decisão contra o Fluminense. O técnico Moisés só o colocou em campo depois que Paulinho fez o segundo gol dos tricolores. Mesmo assim, teve a chance clara de empatar a partida aos 45 minutos do segundo tempo: “Vica me segurou, Wright tirou o titulo do Bangu, dificultou a nossa vida, e nunca mais vou me esquecer disso”. Foi um dos últimos grandes momentos do clube, que jamais reeditaria as boas exibições de 1985. Um time inesquecível para Cláudio Adão: “O Bangu era competitivo, time grande mesmo, embora com nome de pequeno, era a quinta força do Rio, suplantando equipes como o América e fazendo frente aos grandes. Dava gosto jogar no Bangu, deixei amigos com os quais tenho contato hoje.”

                 Sobre o momento atual do clube, Adão tem até esperanças de voltar a trabalhar aqui: “Hoje o Bangu se fortalece, mesmo diante de dificuldades, mostrando isso com dois bons campeonatos na Série A, ficando em sexto lugar. Tende a melhorar e a voltar a ser o que era, e gostaria muito de ter a oportunidade de treinar o Bangu em breve”. Para as estatísticas, Cláudio Adão fez 39 jogos pelo Bangu, com 22 vitórias, 12 empates e 5 derrotas, marcando 15 gols e sendo expulso uma vez de campo, justamente por Wright na tendenciosa decisão com o Fluminense.

CORINTHIANS

                   Foi um dos mais competentes goleadores do futebol brasileiro. Contratado aos 33 anos, vinha do Botafogo e teve uma passagem discreta pelo Corinthians. Sua estreia com a camisa alvinegra aconteceu dia 12 de fevereiro de 1989, quando o Corinthians fez um amistoso contra o União São João de Araras. O time da casa venceu por 2 a 0. Neste dia o Corinthians jogou com; Ronaldo, Wilson Mano, Marcelo, Dama e Dida; Márcio, Gilberto Costa e Cláudio Adão; Marcos Roberto, Viola e João Paulo. O técnico era José Carlos Fescina. Seu jogo de despedida, porem, foi marcante. Fez de letra, o gol de uma vitória sobre o Palmeiras na última rodada do Brasileirão, que tirou do rival a chance de decidir o título.  Este jogo aconteceu dia 10 de dezembro de 1989 e o resultado do jogo foi de 1 a 0 para o Timão. Nestes dez meses que jogou no Corinthians, realizou 32 partidas. Venceu 16, empatou 7 e perdeu 9. Com a camisa do alvinegro de Parque São Jorge, marcou 13 gols, sendo que o último foi o mais comemorado pela Fiel Torcida Corintiana.

ARTILHEIRO NATO

                    Cláudio Adão fez 591 gols em sua carreira, que foi encerrada na Desportiva (ES), em 1995. Jogou nos maiores clubes do Brasil, sempre deixando sua marca de artilheiro. A relação de clubes que jogou é muito grande, vamos citar alguns; Santos, Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense, Portuguesa, Corinthians, Bangu, Bahia, Cruzeiro, Campo Grande, Ceará, Santa Cruz, Volta Redonda, Rio Branco Atlético Clube e Desportiva Capixaba. Destacou-se no futebol internacional passando pelos times: Áustria Viena na Áustria, Al Ain nos Boys no PerEmirados Árabes, Benfica em Portugal e Sport . Após se aposentar, ainda atuou amadoristicamente pela Seleção Brasileira de Beach Soccer, juntamente com Zico, Edinho e outros ex-jogadores.

                  Não conseguindo ficar longe dos gramados, resolveu trabalhar como treinador. E nesta nova profissão, esteve à frente da Associação Atlética Rio Branco no ano de 2000. Chegou faltando 4 rodadas para a final do 1º turno, quando a equipe se encontrava em 4º lugar na tabela. Conseguiu o título de campeão do 1º turno. No 2º turno, deixou o comando da equipe na 4ª rodada, quando ocupava o 1º lugar, com 4 pontos de vantagem sobre o 2º lugar. Dirigiu o time do CSA de Alagoas de janeiro a maio de 2001, durante a realização do campeonato do Nordeste, onde alcançou a 8ª colocação entre 26 equipes participantes, posição essa jamais alcançada pelo CSA nesse campeonato.

                 Na Copa do Brasil foi eliminado pelo Sport do Recife, ganhando do mesmo, em sua casa, na partida de volta. No Campeonato Estadual, deixou o clube na 2ª colocação. Depois trabalhou no Fluminense, no Flamengo. Em 2006, trabalhou no Volta Redonda Futebol Clube (RJ) e no Clube Atlético Metropolitano, de Blumenau (SC) em 2007. Em março de 2009, foi contratado pelo Ferroviário do Cabo, de Pernambuco, para a disputa da Série A2 do Campeonato Pernambucano. Em 2010, treinou o Duquecaxiense. Como podemos perceber, sua carreira de treinador será a mesma de jogador, ou seja, vai trabalhar em muitos clubes.

Em pé: Carlos Alberto, Oberdan, Bianchi, Teodoro, Joel Mendes e Wilson Campos Agachados: Mazinho, Mifflin, Totonho, Cláudio Adão e Edu

Em pé: Cejas, Wilson Campos, Oberdan, Toninho Vieira, Marinho Peres e Zé Carlos Agachados: Cláudio Adão, Brecha, Adilson, Pelé e Edu
Em pé: Wilson Mano, Dama, Marcelo, Dida , Giba e Ronaldo     –    Agachados: Marcos Roberto, Ribamar, Gilberto Costa, Cláudio Adão e João Paulo
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