JORGINHO: campeão mundial com nossa seleção em 1994

               Jorge Amorim de Oliveira Campos nasceu dia 17 de agosto de 1964, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Jorginho, como é conhecido no meio futebolístico, figura hoje como importante peça no futebol nacional, já que o ex-jogador de futebol destaca-se como atual assistente técnico do treinador Dunga na Seleção Brasileira. Possui um histórico profissional respeitado e é conhecido internacionalmente por suas atuações pela Seleção Brasileira e por sua carreira no Brasil, na Alemanha e no Japão. Jogou na lateral-direita e no meio-de-campo, e foi ainda treinador do América Futebol Clube, conquistando o vice-campeonato da Taça Guanabara e a terceira colocação no Campeonato Carioca de 2005.

NO FLAMENGO

              Aos treze anos, colocou a chuteira debaixo do braço e foi fazer um teste no América. Por lá jogou cinco anos antes de se transferir para o Flamengo. Sua chegada na Gávea, no ano de 1984, foi marcada por ele ter colocado no banco de reservas o lateral Leandro, que na época era titular da seleção brasileira. Pelo Flamengo, ele alcançou sua primeira conquista como jogador profissional de futebol, o Campeonato Carioca de 1986. Ainda no rubro-negro carioca, ele ganhou a Copa União de 1987 – também considerado campeão brasileiro deste ano assim como o Sport – ao lado de grandes jogadores como Zico, Bebeto, Zinho e Leandro. Jorginho também atuou por cinco anos no Flamengo, até 1989, quando começou sua carreira internacional.

NO EXTERIOR

              A saída de Jorginho do Flamengo foi tumultuada. No ano de 1989, a Roma, da Itália, divulgou que estaria interessada no jogador e chegou a fazer proposta, mas o time da Gávea recusou negociá-lo. O jogador já havia ficado chateado com a posição do clube. No mesmo ano, o Bayer Leverkusen, da Alemanha, fez um nova proposta por ele, e vendo uma nova recusa do Flamengo, o lateral só conseguiu iniciar sua carreira internacional depois de entrar na justiça contra o clube carioca.  Nos três anos que ele ficou no Leverkusen, se tornou um líder, mesmo não conseguindo nenhum título. Mas ganhou respeito no país, o que o credenciou para se transferir para um dos maiores times da Alemanha, o Bayern de Munique. Comandado pelo Kaiser Franz Beckenbauer, Jorginho sagrou-se campeão alemão da temporada 1994/95 pelo time de Munique.

              Essa conquista também marcaria o fim da história do jogador no futebol europeu. Mesmo contrariado, ele deixou o Bayern por divergências internas, até mesmo com o próprio Beckenbauer. O ano de 1995 também marcou o início da importante passagem do lateral-direito pelo futebol japonês. Contratado pelo Kashima Antlers, por indicação do técnico do time, o brasileiro Zico, Jorginho conquistou muitos títulos em terra nipônica, incluindo dois Campeonatos Japoneses, a J-League, em 1996 e 1998, a Copa do Imperador, também em 1998, coroando, como de costume, sua saída do clube japonês e seu retorno ao país. Ele também ganhou o prêmio de melhor jogador da J-League de 1995.

DE VOLTA AO BRASIL

              Depois de sua vitoriosa passagem pelo futebol japonês, a porta de entrada para o retorno de Jorginho ao Brasil foi o São Paulo F.C., indicado pelo então técnico do time, Paulo César Carpegiani. Sua passagem pelo Tricolor Paulista também marcou sua única experiência fora do futebol carioca, no Brasil. Ele tinha o interesse de voltar ao país para defender o Flamengo, mas os cariocas não se interessaram em contar com um jogador veterano no elenco. A passagem pelo futebol de São Paulo não foi boa.

              Pouco aproveitado e sem nenhum título, o jogador deixou o time paulista no final de 1999 para voltar à sua terra, o Rio de Janeiro. O regresso foi feito pelas mãos do Vasco da Gama, arqui-rival do seu time predileto. Foi o reencontro de Jorginho com os títulos nacionais, passados 13 anos da última conquista em terras brasileiras, o Campeonato Brasileiro de 1987, ainda pelo Flamengo. O ano de 2000 foi quase perfeito para o lateral-direito. Logo no primeiro mês no clube cruz-maltino, ele chegou à final do Mundial de Clubes da Fifa, mas acabou perdendo, nos pênaltis, para o Corinthians.

             Jorginho não teria do que reclamar do restante de 2000. Ao lado de jogadores como Romário, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano e Mauro Galvão, ele fez parte do time campeão da Copa Mercosul daquele ano, com a histórica final contra o Palmeiras. Em pleno Parque Antártica lotado, o Vasco conseguiu virar para 4 a 3 o jogo, depois de estar perdendo por 3 a 0 ao final do primeiro tempo. Seu último título como jogador profissional de futebol seria em 2000, mas foi conquistado em 2001. O Vasco chegou a final da Copa João Havelange, o Campeonato Brasileiro de 2000, contra o emergente São Caetano. Depois de um empate em 1 a 1 na primeira partida, o campeão seria decidido no jogo de volta, no estádio de São Januário. Aos 23 minutos do primeiro tempo do segundo jogo da final, após uma confusão no meio da torcida vascaína, o alambrado do estádio ruiu e a partida teve de ser cancelada. O jogo continuou no Maracanã, em 18 de janeiro de 2001, com a vitória do Vasco por 3 a 1, sagrando-se campeão brasileiro de 2000.

              O camisa 2 jogou no Vasco da Gama até 2002, quando se transferiu para outro grande do Rio de Janeiro, terceiro de sua carreira: o Fluminense. Pelo tricolor, com a idade já pesando, ele atuou cada vez menos pela lateral direita, deslocando-se gradualmente para o meio de campo, algo que ele chegou a fazer quando jogou na Alemanha e no Japão. Sem nenhum título pelo Fluminense, Jorginho encerrou sua carreira como jogador profissional no final de 2003, aos 39 anos de idade, sem ter realizado o desejo de jogar novamente no Flamengo.

SELEÇÃO BRASILEIRA

              A história do lateral Jorginho na seleção brasileira começou muito cedo, no ano de 1982. Com 18 anos, ele conquistou o Campeonato Mundial de Juniores que aconteceu no México. Lá, ele conheceu a geração que viria a ser campeã do mundo em 1994, inclusive seu parceiro no comando da seleção brasileira, o técnico Dunga. Ainda pelas seleções de base, Jorginho conquistou o torneio pré-olímpico nos jogos de Los Angeles em 1984. Mesmo ajudando a seleção a se classificar, ele não foi convocado para a disputa e ficou de fora do grupo que foi medalha de prata nos Estados Unidos.

              O título pré-olímpico ainda se repetiria no ano de 1987, no classificatório para as Olimpíadas de Seul, em 1988. Dessa vez, ele estava no time que foi novamente medalha de prata. Sua primeira convocação para a seleção profissional foi no ano de 1987, feita pelo técnico Carlos Alberto Silva, para um amistoso contra o Equador. Jorginho entrou no decorrer da partida no lugar de Nelsinho. Só um ano depois, em um torneio amistoso na Austrália, Jorginho se tornou titular na lateral direita da seleção brasileira e só deixou em 1995, já campeão do mundo. Assim como Dunga, Jorginho fez parte de duas gerações bem diferentes da seleção brasileira, pelo menos quanto a resultados. Ele foi titular do Brasil na Copa do Mundo de 1990, na Itália, quando foi eliminado nas oitavas-de-final pela Argentina.

              Aquele time foi execrado pela opinião pública, como um dos piores do Brasil de todas as Copas. Mesmo assim, ele continuou, e como muitos outros, deu a volta por cima quatro anos depois nos Estados Unidos. Depois de Sebastião Lazaroni, ficou esquecido e não foi convocado para o time nacional durante a rápida passagem de Falcão no comando da seleção. Mas assim que Carlos Alberto Parreira assumiu o time, em 1992, com a missão de classificar o time para o Mundial de 1994, ele voltou à seleção e à vaga de titular na lateral direita. No tetracampeonato mundial, Jorginho jogou todas as partidas, ou quase todas. Na final contra a Itália, ele sentiu uma contusão logo no começo da partida e deu lugar para Cafu. Após a Copa de 1994, o lateral-direito fez mais 12 partidas com a camisa canarinho. Chegou a ser vice-campeão da Copa América em 1995 (torneio o qual já havia conquistado em 1989).

              Mas o final de sua história na seleção como jogador foi melancólico. Seu último jogo foi um amistoso contra o Japão, partida em que deixou o campo machucado, impossibilitando-o de participar do jogo seguinte contra a Coréia do Sul. Nunca chegou a anunciar sua aposentadoria oficial da seleção brasileira, ou marcar um jogo de despedida. Ele simplesmente deixou de ser convocado pelo técnico Zagallo a partir de então, situação que o deixou chateado com o treinador e não vestiu mais a amarelinha.

             Pela Seleção principal, Jorginho fez 71 partidas entre 1987 e 1995, com 47 vitórias, 19 empates, 5 derrotas e 3 gols, tendo participado das conquistas da Copa América de 1989 e da Copa do Mundo de 1994. Onze anos depois de ter vestido pela última vez a camisa número 2 da seleção canarinho, Jorginho voltou à seleção brasileira, mas não mais como jogador. Ele assumiu o cargo de assistente técnico do time nacional, convidado pelo novo treinador do time, Dunga, seu companheiro de tanto tempo na seleção. Vale lembrar que Jorginho em 1991, recebeu o prêmio Fair Play da Fifa.

Em pé: Leandro, Zé Carlos, Andrade, Edinho, Leonardo e Jorginho     –    Agachados: Bebeto, Ailton, Renato Gaúcho, Zico e Zinho
Em pé: Helton, Nasa, Jorginho, Jorginho Paulista, P. C. Gusmão e Fábio     –    Agachados: Juninho Paulista, Romário, Euller, Clebson, Viola e Paulo Miranda
Em pé: Ricardo Rocha, Taffarel, Mauro Galvão, Jorginho, Ricardo Gomes e Branco     –    Agachados: Bebeto, Careca, Silas, Valdo e Dunga
Em pé: Taffarel, Jorginho, Aldair, Mauro Silva, Márcio Santos e Branco    –   Agachados: Mazinho, Romário, Dunga, Bebeto e Zinho
Em pé: Edmilson, Rogério Ceni, Nem, Jorginho, Márcio Santos e Paulão    –    Agachados: Sandro Hiroshi, França, Carlos Miguel, Marcelinho Paraíba e Fábio Aurélio
Em pé: Taffarel, Ricardo Rocha, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Jorginho e Branco    –   Agachados: Muller, Alemão, Careca, Dunga e Valdo
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