PORTUGUESA DE DESPORTOS – Fundada em 14 de Agosto de 1920

                              A Associação Portuguesa de Desportos é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, caracterizando-se como entidade esportiva, social, recreativa, assistencial, educacional e filantrópica.

                             A ideia de uma unidade associativa de colônia lusitana vinha sendo alimentada desde 1913 e finalmente consumou-se a 14 de agosto de 1920, em uma noite memorável, numa reunião histórica no Salão da Câmara Portuguesa de Comércio, com a fusão de cinco clubes representantes da colônia portuguesa: Lusíadas, Portugal Maranhense, Cinco de Outubro, Marquês de Pombal e Lusitano.

                            Nessa mesma data , no século XIV, Portugal derrotou a Espanha na Batalha de Aljubarrota, marcando o primeiro passo para se desligar do Reino de Castela. A primeira diretoria, da então chamada Associação Portuguesa de Esportes, foi presidida pelo farmacêutico Eugênio Augusto Torres Lima.

                            No ano de 1940, foi então assinada a Certidão de Nascimento da Associação Portuguesa de Desportos, devido ao diversificado número de esportes complementados com várias atividades de lazer.

                            Foram escolhidas para o Clube, as cores verde e vermelho que remetem às cores da bandeira de Portugal. O escudo português, em fundo branco, foi o primeiro distintivo adotado pela Portuguesa, em reunião realizada no dia 13 de setembro de 1923.

                           Mas já em 13 de março de 1923, o escudo português da camisa do time havia sido substituído pela Cruz de Avis. A Cruz de Avis significa a glória das Grandes Cruzadas e com ela a idade de ouro de Portugal.

                           Na condição de equipe de futebol amador, o time foi registrado no campeonato da APEA ( Associação Paulista de Esportes Atléticos) em 1920 em uma fusão com o Mackenzie College, porque apenas oito equipes poderiam disputar o Campeonato. Dessa maneira, o primeiro nome do time foi Portuguesa Mackenzie.

A trajetória da Portuguesa se deu em três fases:

1ª Fase – Cambuci

                          Iniciou-se em 1922 com a compra de instalações da Praça de Esportes União Artística Recreativa Cambuci, inaugurada solenemente em 25 de janeiro de 1925, onde, em 1926, iriam ser travadas as primeiras batalhas esportivas. Em 1926 também, aconteceu no Campo do Cambuci a primeira festa junina, na época “Festa Joanina” em razão de ser promovida apenas na noite de São João.  Em 1957, já como Festa Junina, levando referência também a Santo Antônio e São Pedro, os festejos passaram em definitivo para o Canindé onde fazem sucesso até hoje.

2ª Fase – São Bento


Iniciada com a compra de um terreno na Avenida Tereza Cristina, no bairro do Ipiranga, em 1929.   No 9º aniversário do Clube, o imóvel foi apresentado pelo Presidente Carlos de Castro, que também comandava a Comissão Pró-Estádio.  Em 9 de junho de 1940 foi lançada a pedra fundamental do Estádio Dr. Ricardo Severo, engenheiro autor do projeto de construção, situado a 10 metros do monumento da Independência.

                        A obra não passou disso. Em seguida o time fixou sede no tradicional Largo de São Bento, vivendo nesta fase dias de muitas glórias dentre as quais inclui-se a conquista do título Tri-Fita Azul do futebol brasileiro. A Fita Azul era um troféu entregue pelo jornal A Gazeta Esportiva ao time brasileiro que conquistasse invicto, dez jogos fora do país.

3º Fase – Canindé

                       A partir da gestão de Luiz Portes Monteiro em 1956, a Portuguesa adquiriu o atual espaço do Canindé, local que havia sido usado pelo São Paulo Futebol Clube e vendido a família Whadi Sadi.

                      Nessa época o Canindé era cercado por grandes lagoas e por isso, o primeiro estádio construído todo em madeira, foi chamado de Ilha da Madeira. Na Ilha da madeira, o time contava com o massagista tri-campeão do mundo (1958, 1962 e 1970) Mário Américo.

                      Em 1962, o presidente José Bizarro da Nave sentiu a necessidade de dinamizar o Clube , passando para a empresa Santa Paula a responsabilidade de comercializar títulos de sócios.

                      O aumento no número de associados contribuiu para a inauguração do parque aquático que acabou dando ao Clube uma virada de 1.000 para 18.000 sócios.

                     No ano de 1971 as metas voltavam-se para a construção do atual estádio e do ginásio, já projetados. Em 1972, na gestão do Dr. Oswaldo Teixeira Duarte, reunindo-se esforços de dirigentes e de toda comunidade luso-brasileira de São Paulo, inaugurou-se o majestoso estádio “Independência”. Por decisão do Conselho, passou a ser chamado em 1984 “Estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte”, em homenagem aquele unanimemente reconhecido como o maior presidente da história do Clube.

                    O Estádio “Dr. Oswaldo Teixeira Duarte” foi erguido rapidamente, contando com campanhas profissionais de grande retorno. O ritmo das obras impressionava a todos. Hoje o gramado do Canindé é palco de muitas atrações além do futebol como shows, bingos, eventos religiosos e gravações de filmes publicitários, tendo sido, inclusive, base das gravações do filme “Boleiros” do diretor Ugo Gioretti.

                    Com tanta história para contar, o médico e membro nato do Conselho Deliberativo, Dr. Eduardo de Campos Rosmaninho idealizou e tornou viável a fundação do Museu Histórico da Portuguesa.

                   Localizado no primeiro piso do Ginásio Dr. Mário Augusto Isaías , o Museu destina-se a guardar, catalogar e expor todo o material de interesse histórico que, por sua vez é constituído de troféus, medalhas, cartões e objetos adquiridos em competições esportivas e/ou oferecidos à Associação.

1935  –  CAMPEà PAULISTA

                             Em toda sua história, a Associação Portuguesa de Desportos, sagrou-se campeã paulista por três vezes, e sua primeira conquista foi no ano de 1935, onde formou um grande esquadrão que encantou o torcedor paulista.

                            Em 1935, houve uma nova cisão no futebol bandeirante. Corinthians, Palestra Itália, Santos, Juventus e outros clubes romperam com a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) e criaram a Liga Paulista de Futebol (LPF), organizando um campeonato estadual, no qual o Santos conquistou o seu primeiro título paulista.

                            Porém, a Apea não desistiu de organizar seu campeonato. Contando com Portuguesa e Ypiranga, entre os tradicionais, o torneio da Associação ainda teve a participação de Estudantes, EC São Caetano, Sírio Libanês, Jardim América, Humberto I e Ordem Progresso.

                           Como já era esperado antes do início da competição, Portuguesa e Ypiranga dominaram o certame. Apenas o Estudantes incomodou a dupla. A disputa entre a Lusa e o Ypiranga foi tão intensa que ao final dos 14 jogos, ambas as equipes terminaram empatadas em 22 pontos. Como previa o regulamento, os dois times precisaram fazer jogos desempate para definir o campeão.

                             Os jogos foram marcados para o início de 1936 e a primeira partida terminou empatada por 2 a 2. O Ypiranga chegou a estar ganhando por 2 a 0, com gols de Figueiredo II. A Lusa buscou o empate com os tentos de Duílio e Carioca.

                            Na segunda partida, a Portuguesa mostrou sua força e goleou por 5 a 2, com gols de Adolfo, duas vezes, Paschoalino, Duílio e Carioca, com Figueiredo marcando, novamente, duas vezes para o Ipiranga. Com isso, a Lusa conquistava o seu primeiro campeonato paulista.

                           Carioca, o grande jogador da Lusa, foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1935 com 18 gols. Nesta edição, a Portuguesa disputou 14 jogos, vencendo 10, empatando 2 e perdendo apenas 2. A base rubro-verde era composta por Tadeu, Fiorotti, Gasperini, Duílio, Barros, Passerini, Guilherme, Frederico, Paschoalino, Carioca e Nicola.

1936  –  BICAMPEà PAULISTA

                             Para 1936, Apea e LPF continuaram organizando os seus campeonatos. Na competição da Liga, o Palestra Itália foi o campeão. Pela Apea, sete equipes disputaram o certame: Portuguesa, Ypiranga, EC São Caetano, Tremembé, Primeiro de Maio, Humberto I e Ordem e Progresso.

                             Dessa vez a Portuguesa conquistou o título com muita facilidade, sem sequer precisar de partidas-desempate. Com 10 vitórias, um empate e apenas uma derrota, com destaque para a goleada em cima do Ypiranga por 6 a 1 na última partida, a Lusa conquistou o bicampeonato paulista.

                            Carioca novamente foi o artilheiro do campeonato com 18 gols, à exemplo do ano anterior. O time da Portuguesa em 1936 era composto por Rodrigues, Fiorotti, Oswaldo, Gasperini, Duílio, Barros, Frederico, Mandico, Arnaldo, Carioca e Adolpho.

                            Esta foi a última vez que houve a disputa de dois Campeonatos Paulistas. Em 1937, a LPF agregou as equipes da Apea e organizou a competição. Foi da LPF que surgiu, já na década de 40, a Federação Paulista de Futebol.

                            Com vários jogadores do ano anterior, a Associação Portuguesa de Desportos levantou o Bicampeonato Paulista no ano de 1.936.

1973 – CAMPEÃ PAULISTA 

                             Campeonato em dois turnos. O vencedor do primeiro joga a final contra o vencedor do segundo. Se um time vencer os dois turnos, é declarado campeão. Os dados da pontuação são a soma dos dois turnos. Não estão computados na pontuação os números da final.

A Portuguesa queria muito esse título de campeã paulista, pois seria o terceiro da história do clube. A torcida botava toda a sua esperança no futebol de Enéas, que costumava estraçalhar a defesa adversária.

                             O único problema do atacante era a sua irregularidade. Nos dias de inspiração, era um deus da bola. Em compensação, existiam jogos em que nem se notava a sua presença em campo, tamanha a sua inexpressividade.
Para os santistas, nunca faltaram títulos. E não seria dessa vez que o Peixe deixaria escapar a oportunidade de ser campeão do estado novamente.

                             A equipe contava ainda, entre outros craques, com Clodoaldo, Edu, Jair da Costa e o inesquecível Pelé. O time tinha tudo para ser campeão e era franco favorito.

                             O jogo começou e aos poucos cada clube foi exibindo suas armas. Debaixo dos três paus, o santista Cejas, e Zecão, da Portuguesa, tiveram muito trabalho para barrar as investidas de cada ataque. A bola viajou por todos os cantos do campo, mas não quis atravessar a linha do gol. A trave, por muitas vezes, impediu o grito da torcida.

                             Um gol anulado marcado pelo atacante Cabinho poderia dar o título para a Lusa no tempo regulamentar. Os 90 minutos se encerraram e o placar não saiu do zero a zero.

A Portuguesa queria muito esse título de campeã paulista, pois seria o terceiro da história do clube. A torcida botava toda a sua esperança no futebol de Enéas, que costumava estraçalhar a defesa adversária.

                             O único problema do atacante era a sua irregularidade. Nos dias de inspiração, era um deus da bola. Em compensação, existiam jogos em que nem se notava a sua presença em campo, tamanha a sua inexpressividade.
Para os santistas, nunca faltaram títulos. E não seria dessa vez que o Peixe deixaria escapar a oportunidade de ser campeão do estado novamente.

                             A equipe contava ainda, entre outros craques, com Clodoaldo, Edu, Jair da Costa e o inesquecível Pelé. O time tinha tudo para ser campeão e era franco favorito.

                             O jogo começou e aos poucos cada clube foi exibindo suas armas. Debaixo dos três paus, o santista Cejas, e Zecão, da Portuguesa, tiveram muito trabalho para barrar as investidas de cada ataque. A bola viajou por todos os cantos do campo, mas não quis atravessar a linha do gol. A trave, por muitas vezes, impediu o grito da torcida.

                             Um gol anulado marcado pelo atacante Cabinho poderia dar o título para a Lusa no tempo regulamentar. Os 90 minutos se encerraram e o placar não saiu do zero a zero.

Enquanto isso, a imprensa invadiu o campo para entrevistar os jogadores, como é de praxe ao final das partidas. Os poucos que perceberam o erro espalharam a notícia. Logo, o comentário chegou aos ouvidos de Armando Marques.

                             Conforme o previsto por Oto Glória, ele foi realmente ao vestiário pedir para que o time voltasse a campo, mas não havia mais ninguém lá.

                             Criou-se, então, um impasse sobre o que fazer. Os organizadores do campeonato reuniram-se rapidamente para chegar a um consenso. Alguns queriam a realização de um novo jogo.

                             Para o bem de todos e felicidade geral das duas torcidas, ficou acertado que, graças ao grosseiro erro do juiz Armando Marques, o ano de 1.973 teria dois campeões paulistas: Santos e Portuguesa.

Por que o título foi dividido?

                             O árbitro Armando Marques interrompeu a decisão por pênaltis, quando o Santos vencia por 2×0, e a Portuguesa ainda tinha duas cobranças para fazer. Portanto, se o Santos perdesse as duas cobranças que faltavam e a Portuguesa convertesse as suas, a decisão terminaria empatada, levando para as cobranças alternadas.

                             Pelo Santos, Zé Carlos desperdiçou, e Carlos Alberto e Edu converteram. Pela Portuguesa, Isidoro, Calegari e Wilsinho desperdiçaram.

                             No dia seguinte, a Federação Paulista proclamou campeãs as duas equipes e a pela primeira vez na história o título paulista foi dividido entre duas equipes. Contudo, vale a pena ressaltar que outros campeonatos já haviam sido decididos desta forma, como o Rio-São Paulo, que chegou a ter quatro campeões no mesmo ano.

1951 – TRI FITA AZUL

A Fita Azul era um título oferecido pelo jornal “Gazeta Esportiva” ao time que permanecesse invicto por mais de 10 jogos em excursões fora do país.

                             A Portuguesa recebeu o prêmio três vezes por excursões que realizou durante a década de 50:

                             A Portuguesa foi a primeira equipe brasileira a viajar para a Turquia.    O Museu Histórico da Portuguesa possui a bola de capotão trazida da Suécia.

MASCOTE

A Severa é a mais antiga e tradicional mascote do clube. É uma homenagem à fadista portuguesa Dima Tereza que fez grande sucesso na década de trinta e que era conhecida como “A Severa”.

                             Em função disso, a Portuguesa bi-campeã paulista de 1.935 e 1.936 também era conhecida pelos seus adversários como “A Severa”.

O mascote tradicional era a severa, uma menina com trajes típicos portugueses, com pouca identificação junto à torcida. Aí resolveram criar um outro símbolo, algo mais forte, que se identificasse com o clube, com o time e com a torcida. Surgiu então, o Leão, um mascote tão simpático quanto a Severa, mas muito mais poderoso, símbolo da garra, determinação e astúcia.

                             No final de 1.994, a Portuguesa mudou a mascote, que passou a ser o leão vestido com o uniforme do clube. Contudo, para os torcedores mais antigos, esta foi uma escolha infeliz. Segundo levantamento da revista Placar, o leão é a mascote que mais se repete entre os clubes brasileiros. Isto significa que se perdeu um símbolo original e autêntico do clube em função de uma estratégia de marketing, que não tornou o clube mais respeitado ou vitorioso.

UNIFORME

Em 13 de setembro de 1.920, foi aprovado o primeiro uniforme da Associação Portuguesa de Esportes: camisa vermelha com o escudo português, calção branco e meias vermelhas com duas listras horizontais verdes. O uniforme do goleiro era todo branco.

                             Em 26 de março de 1.923 ocorreram as primeiras mudanças. O escudo passava a ser a Cruz de Avis e a camisa possuía listras verticais verdes e vermelhas.
Algum tempo depois, as listras passaram a ser horizontais e o uniforme nº 2, com pequenas variações, passou a ser composto por camisa branca e calção vermelho. 
De tempos em tempos, as listras desaparecem e a camisa fica vermelha com detalhes verdes na gola e punhos.

HINO DA PORTUGUESA

Letra e Música: Roberto Leal e Márcia Lúcia

Vamos à luta, ó campeões

Hão de vibrar os nossos corações

Na tua glória, toda certeza

Que tu és grande, ó Portuguesa!

Vamos à luta, ó Campeões

Há de brilhar a cruz dos teus brasões

E tua bandeira verde-encarnada

Que é a luz da tua jornada!

Vitória é a certeza

Da tua força e tradição

Em campo, a Portuguesa

Pra nós, és sempre um time campeão!

 

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