VASCO DA GAMA – Fundado em 21 de Agosto de 1898

                     Desde a sua fundação, em 21 de agosto de 1898, o vascaíno orgulha-se do seu Clube pelo pioneirismo, pela defesa intransigente dos negros e menos favorecidos. O Vasco mais do que um celeiro de craques formados em suas divisões de base é, na realidade, uma fábrica de “cidadãos”. Para realizar essa tarefa é o único Clube brasileiro que disputa, além do futebol profissional, mais 31 modalidades esportivas.   Crianças chegam a São Januário na sua fase de formação e recebem todo o apoio necessário para que um dia virem atletas e, mais do que isso, estejam preparadas para a vida, pois em não se realizando no esporte, com certeza, terão recebido toda uma formação necessária para buscarem outros caminhos. É com o pensamento voltado para o lado social que o Vasco montou e continua ampliando uma estrutura invejável. Este é o compromisso maior do C. R. Vasco da Gama.

HISTÓRIA

                A História gloriosa do Clube de Regatas Vasco da Gama está repleta de fatos importantíssimos. O Clube tem escrito uma das mais belas páginas do desporto brasileiro. Tornou-se uma tarefa das mais difíceis escolhermos dentre tantos feitos algum que pudesse vir a ser a abertura da história vascaína. Acabamos por pinçar, em meio a tantos acontecimentos relevantes, o ato praticado pelo Dr. José Augusto Prestes, Presidente do Vasco em 1924, que não permitiu que o Clube se sujeitasse às coações no sentido de excluir dos seus quadros os atletas negros bem como os de origem humilde.

A FUNDAÇÃO

                O século XIX estava com os dias contados. Prudente de Morais, o terceiro presidente de nossa República, encerrava o seu mandato. O Rio de Janeiro, com pouco mais de 500 mil habitantes. Nessa época, quatro jovens – Henrique Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre d`Avelar Rodrigues e Manuel Teixeira de Souza Júnior, cansados de viajar à Niterói para remar com barcos do Club Gragoatá, decidiram fundar uma agremiação de remo. Com 62 sócios assinando presença, no dia 21 de agosto de 1898, nascia um gigante chamado Clube de Regatas Vasco da Gama.

UM DESAFIO AO RACISMO

                Os vascaínos elegeram o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos em atividade no Rio. Numa época em que o racismo dominava o esporte, Cândido José de Araújo, um mulato que não dispensava a elegância de um cravo branco na lapela, fez uma gestão exemplar, apresentando o Vasco como um clube aberto e sem preconceitos.

NASCE O FUTEBOL NO VASCO

               No dia 26 de novembro de 1915, nascia o futebol dentro do Vasco da Gama. Pouco mais de cinco meses depois, no dia 3 de maio de 1916, vestindo uma camisa preta com a Cruz da Ordem de Cristo – equivocadamente chamada de Cruz-de-Malta – à altura do coração, o time do Vasco estreou, no campo do Botafogo, contra o Paladino Futebol Clube, na Terceira Divisão da Liga Metropolitana de Sports Athleticos. O resultado não foi muito animador: goleada de 10×1 para os adversários. O gol de honra dos cruzmaltinos e primeiro gol da história do Vasco, foi marcado por Adão Antônio Brandão, um português que viera para o Rio de castigo, pois o pai não perdoava sua falta de gosto pelos estudos. A primeira vitória surgiu pouco tempo depois, no dia 29 de outubro de 1916: o Vasco venceu a Associação Atlética River São Bento por um magro, porém convincente, marcador de 2×1.

                 Os gols que deram a alegria aos vascaínos foram de Alberto Costa Júnior e Cândido Almeida. A partida, disputada no campo do São Cristóvão, na Rua Figueira de Mello, valia pontos para a Terceira Divisão da Liga Metropolitana Sports Athleticos. No entanto, o resultado positivo não foi suficiente para melhorar a colocação e o time de São Januário terminou em último lugar. Em 1917, o número de participantes em cada Divisão aumentou para dez e os seis clubes da Terceira Divisão – inclusive o Vasco – foram promovidos para a competição da Segunda. Dia 21 de abril de 1927 o Vasco inaugurou seu estádio num jogo amistoso contra o Santos e o time da Vila venceu por 5 a 3. O estádio de São Januário foi o maior do Brasil até 1940, quando foi inaugurado o Pacaembu.  

O PRIMEIRO TÍTULO

Em 1923, com os cariocas ainda chorando a morte de Ruy Barbosa, o time entrou na disputa pelo título principal do futebol da cidade. O Vasco, um clube desacreditado, vinha de um campeonato em que os oponentes eram times fracos. E enfrentaria os grandes, como Flamengo, Fluminense, Botafogo e América. Mas um fato despertou curiosidade. Enquanto os times que disputavam a Série “A” eram formados exclusivamente por jovens da elite carioca, o Vasco chegava ao campeonato recheado de jogadores negros e de operários, todos arrebanhados nos terrenos baldios dos subúrbios cariocas. O técnico Ramón Platero submetia os jogadores a um ritmo alucinante de treinos, fazia-os correr diariamente do campo do Vasco, então na Rua Morais e Silva, na Quinta da Boa Vista, até a Praça Barão de Drumond, em Vila Isabel. Com uma vitória de 3 a 2 sobre o São Cristóvão, gols de Cecy e dois de Negrito, veio o primeiro título da história do Vasco. O time desta conquista foi; Nélson, Leitão e Mingote, Nicolino, Bolão e Artur, Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito.

VASCO CRIOU O BICHO NO FUTEBOL

                 Os dirigentes do Vasco decidiram dividir o lucro com os jogadores. Contudo, os atletas não poderiam receber em dinheiro, já que eram amadores. Criou-se, então, uma tabela que rendia uma premiação de animal, de acordo com a importância do adversário que o Vasco vencia. O América, o campeão em 1922, valia uma vaca com quatro pernas. O Flamengo, bicampeão em 1920/21 era merecedor de uma vaca com três pernas. Uma vitória sobre o Fluminense era trocada por duas ovelhas e um porco. Vencer o Botafogo e outros times também rendiam algum animal, sempre de galo para cima. Estava então criado o bicho, um tipo de premiação por bom resultado em um jogo e que viraria uma instituição no futebol brasileiro.

JOGADOR VASCAINO CRIOU O GOL OLÍMPICO

Em março de 1928, o Vasco inaugurou os refletores e a arquibancada atrás de um dos gols, em amistoso contra o time uruguaio Wanderes. O Vasco venceu por 1×0, com um gol feito de cobrança de córner, entrando direto no gol uruguaio. Através do jogador Santana nascia, naquele exato momento, o gol olímpico. Essa denominação deveu-se ao fato de que os uruguaios eram os atuais campeões olímpicos. Esse tipo de gol passou a ser chamado de “Gol Olímpico”.

COMO SURGIU A FAIXA NA CAMISA

Com passagem anterior pelo River Plate, o técnico Ondino Vieira se inspirou no uniforme do time argentino e adotou uma faixa diagonal branca na camisa de cor preta. E, para os dias mais quentes, criou o modelo branco, que absorve menos calor, com a faixa preta. Era o fim dos camisas pretas e o início do Expresso da Vitória, pois em 1947 marcou 68 gols em apenas 20 partidas.

CRAQUES QUE JÁ JOGARAM NO VASCO

               Grandes jogadores já tiveram a honra de vestir a camisa vascaína, entre eles podemos citar; Barbosa, Augusto, Danilo, Fausto, Bellini, Orlando Peçanha, Paulinho, Tita, Ademir de Menezes, Roberto Dinamite, Romário, Edmundo, Zanata, Moisés, Mário, Manéca, Eli, Dunga, Mazinho, Geovani, Chico, Ipojucan, Almir, Vavá, Mauro Galvão, Pinga, Ricardo Rocha, Tostão, Juninho Paulista, Juninho Pernambucano, Bebeto, Friaça, Brito, Dirceu, Feitiço, Fontana e muitos outros.

PRINCIPAIS TÍTULOS 

Taça Guanabara: 65, 76/77, 86/87, 90, 92, 94, 98, 2000 e 2003.  – Taça Rio: 84, 88, 92/93, 98/99, 2001, 2003 e 2004.  –  Campeonato Estadual: 23/24, 29, 34, 36, 45, 47, 49/50, 52, 56, 58, 70, 77, 82, 87/88,  92/93/94, 98 e 2003.  –  Campeonato Brasileiro: 74, 89, 97 e 2000  – Copa Libertadores da América: 98 – Copa Mercosul: 2000 – Campeão da Série B: 2009  e  Campeão da Copa do Brasil: 2011

HINO

Vamos todos cantar de coração / A cruz de malta é o meu pendão / Tu tens o nome do heroico português / Vasco da Gama a tua fama assim se fez / Tua imensa torcida é bem feliz / Norte-Sul, Norte-Sul deste país / Tua estrela, na terra a brilhar / Ilumina o mar.  No atletismo és um braço / No remo és imortal / No futebol és o traço / De união Brasil-Portugal.

Autor: Lamartine Babo.   

José Carlos de Oliveira

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