CACÁ: bicampeão carioca pelo Botafogo em 1961 e 1962

                        Carlos de Castro Borges nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 31 de agosto de 1932. Marcante lateral-direito que brilhou nos cenários carioca e paulista. Criado no bairro de Botafogo, o rapazinho já carregava o curioso apelido de “Cacá” quando tentou ser aprovado como zagueiro nos quadros amadores do Botafogo de Futebol e Regatas.

                       Apesar de todo o empenho, o jovem Cacá foi preterido nas seletivas do time da “Estrela Solitária”, um efêmero contratempo que não o fez desanimar de vencer no concorrido mundo da bola!

                       Naquele findar da década de 1940, Cacá continuou firme em seu propósito de estudar engenharia, embora o futebol continuasse latejando em seu íntimo no momento em que foi aproveitado nas fileiras do América (RJ) em 1950.

                       Dedicado, Cacá logo assinou o popular “Contrato de Gaveta” e pouco depois conquistou seu lugar no time principal do América, um destino bem diferente dos sonhos do pai, o senhor Augusto Borges, torcedor declarado do Botafogo.

                       Em grande fase, o lateral-direito foi lembrado para disputar os Jogos Olímpicos de Helsinque em 1952. Contudo, os dirigentes do América foram inflexíveis na negativa de liberação do jogador.

                       Com o passar do tempo, a condição de amador foi logo para o espaço. O novo contrato estabelecido com o América foi pautado com cláusulas de garantia para não prejudicar os estudos na Faculdade de Engenharia.

                       Outro ponto importante no referido documento estabelecia a pronta liberação de Cacá para outra agremiação com o término do vínculo contratual, detalhe que certamente passou despercebido pelos “cartolas” do América.

                       Todavia, o ponto nevrálgico de seu definitivo desligamento do time de Campos Sales foi uma cirurgia de apêndice realizada em agosto de 1955, fato que o impediu de disputar uma boa parte dos compromissos da temporada.

                       Conforme publicado nas páginas da revista Esporte Ilustrado, Cacá recebeu com alegria os primeiros contatos dos representantes do Fluminense Football Club, quando o jogador estava fatigado pela indiferença dos homens do América.

                       Naquele período em que acertava sua pronta transferência para o Fluminense, Cacá foi absurdamente acusado de forjar o problema no apêndice para ganhar tempo e dessa forma facilitar sua saída do América.

                       A pendenga jurídica foi arrastada de forma insistente pela diretoria do América, que recorreu insistentemente para tentar manter o jogador no clube. A papelada tramitou pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e depois pela antiga Federação Metropolitana de Futebol (FMF), até chegar ao Ministério do Trabalho.

                       Com o andamento da causa nos tribunais competentes, Cacá estava disposto inclusive em abandonar os gramados, caso o parecer final das autoridades fosse conveniente aos interesses do América.

                       No findar de outubro, com o resultado favorável no processo, Cacá estava livre para finalmente assinar com o Fluminense, que na época era orientado pelo técnico Gradim, o grande responsável por sua transferência para as Laranjeiras.

                       Pelo Fluminense, Cacá também foi aproveitado como zagueiro na vaga deixada por Píndaro, que durante muito tempo formou a última linha ao lado do goleiro Castilho e do zagueiro Pinheiro.

                       Campeão do Torneio Rio-São Paulo na edição de 1957, Cacá permaneceu no elenco do Fluminense até os primeiros meses de 1958, quando seus direitos federativos foram transferidos ao Botafogo.

                       Vivendo o auge de sua forma física e técnica, Cacá foi convocado no período de preparação da Seleção Brasileira para o mundial de 1958. Porém, seu nome não foi relacionado entre os escolhidos para defender o Brasil na Suécia.

                       Mesmo sofrendo com insistentes contusões musculares, o que muito prejudicou sua trajetória em General Severiano, Cacá participou do elenco que conquistou o bicampeonato carioca de 1961 e 1962, bem como o importante título do Torneio Rio-São Paulo de 1962.

                       Em 1964, seu passe foi negociado com os dirigentes da Associação Portuguesa de Desportos (SP), sua última equipe como jogador profissional. Longe dos gramados trabalhou como engenheiro e sua primeira obra foi a construção da casa do amigo Didi, na Ilha do Governador. Carlos de Castro Borges faleceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 7 de junho de 2017, aos 84 anos de idade, devido a complicações causadas por um câncer.

Em pé: Cacá, Zé Maria, Manga, Nilton Santos, Pampolini e Rildo    –    Agachados: Garrincha, Didi, Amarildo, Quarentinha e Zagallo

Em pé: De Sordi, Dino Sani, Zózimo, Castilho, Mauro e Cacá    –   Agachados: Canhoteiro, Vavá, Almir, Dida e Zagallo
Em pé: Jorge, Manga, Cacá, Zé Maria, Pampolini e Chicão     –      Agachados: Garrincha, Didi, Genivaldo, Quarentinha e Zagallo
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