COMERCIAL FUTEBOL CLUBE – Fundado em 10 de Outubro de 1911

Em 11 de outubro de 1911, pouco depois das 21 horas, um grupo de comerciantes de Ribeirão Preto, conscientes de que juntos poderiam formar uma equipe de futebol competitiva, se reuniram numa pequena loja do centro da cidade, a casa Valeriano, uma loja de armarinhos, localizada onde hoje está instalada a fonte luminosa para fundar o Commercial Football Club, embora a data oficial seja no dia anterior: 10 de outubro de 1911.

Seus fundadores foram: Antonio Maniero, Guilherme Nunes, Francisco Arantes, Adauto de Almeida, Timóteo Grota, Alvino Grota, Argemiro de Oliveira, Djalma Machado e Antídio de Almeida, que foi eleito o primeiro presidente do clube.

Logo após a fundação o clube passou a jogar campeonatos amadores e a realizar amistosos. Foi logo adotado pelos coronéis do café.

PRIMEIRO ESTÁDIO

O primeiro estádio foi construído no alto da cidade entre as ruas Tibiriçá e Visconde de Inhaúma. Dentro das quatro linhas, a equipe começava a ganhar as manchetes dos jornais da capital. Nessa época, despontavam jogadores como os irmãos Grota, Belmácio Godinho, irmãos Franco e Geraldo Guião, entre tantos outros.

O Estádio da Rua Tibiriçá foi a primeira casa do Leão e estava localizado onde hoje se encontra a sede centro da Recreativa. Foi um dos primeiros campos de futebol do Brasil com grama, atendendo a pedidos das famílias chiques que não gostavam da poeira levantada no campo de terra batida. O Comercial o utilizou até sua desativação em 1936. 

PRIMEIRA EXCURSÃO

No início dos anos vinte mais precisamente em abril de 1920, o Comercial é convidado a uma excursão ao Norte e ao Nordeste onde realizaria amistosos com os times dessa região do país. Foram oito jogos e o saldo foi sete vitórias e um empate. O empate se deu frente a seleção Pernambucana e as vitórias sobre o Santa Cruz, Náutico, Seleção de Recife e Seleção de Salvador. A vitória mais festejada foi sobre o Santa Cruz, que contava com a ajuda do arbitro que foi a campo com um revolver para favorecer na marra, o time local. Mas não adiantou e o Comercial abriu o placar com um gol incontestável de fora da área, e o placar assim se seguiu até que no minuto final o parcial juiz deu um pênalti inexistente contra o bafo mas para desgosto da torcida e do arbitro o goleiro comercialino defendeu a cobrança e selando a vitória comercialina. E na volta a Ribeirão a torcida fez muita festa pelas vitórias no norte e nordeste e foi a partir daí que surgiu o conhecido apelido de leão do norte. 

PARALISAÇÃO DO FUTEBOL

Em 1935, o clube paralisou o Departamento Profissional. O Leão saiu de campo. A diretoria havia comprado os irmãos Bertoni, uruguaios, que ganhavam altos salários para a época. Os outros jogadores se insurgiram. Queriam ganhar o mesmo. As finanças foram se deteriorando. A situação agravou-se quando os sócios de maiores posses, aqueles que achavam que o futebol deveria ser praticado por amor à camisa, se afastaram. Tendo em vista que o futebol poderia levar o clube à ruína, e não sobraria mais nada de um patrimônio valioso, comercialinos como Camilo de Mattos e Antônio Uchôa Filho resolveram intervir. Convocaram uma assembleia e o Comercial foi anexado à Sociedade Recreativa que absorveu a dívida de 40 contos, no ano de 1937.

O RETORNO

Em 1954, um grupo de antigos e fiéis comercialinos se reuniu para estudar o ressurgimento do Leão. Entre eles, destaca-se a presença de cidadãos como Domingos João Batista Spinelli, Oscar Moura Lacerda, José Monteiro, Áureo Alves Ferreira, Geraldo Leite de Castro, Pedro Paneli, José Grota, Belmácio Godinho, Jamil Jorge, Agenor Saheb, Antídio de Almeida, Lourenço Gueringueli, Álvaro de Oliveira, Monteiro de Barros, Prisco da Cruz, Arlindo Vallada, Jaime de Oliveira Vallada, Romero Barbosa, Baudilio Biagi, Plínio de Castro Prado e Francisco de Palma Travassos, doador do terreno onde foi construído o estádio que leva seu nome. Do esforço desses homens, no dia 8 de abril daquele ano, o Commercial Football Club era novamente organizado, e em 7 de outubro, numa fusão com o Paineiras Futebol Clube, já filiado a Federação Paulista de Futebol, o Leão estava pronto para disputar o campeonato da segunda divisão de profissionais e o nome passou a ser COMERCIAL FUTEBOL CLUBE. 

PRIMEIRA CONQUISTA

A primeira conquista oficial do clube foi o Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 1958, disputada em sua primeira fase em quatro grupos. O Comercial ficou na terceira colocação do Grupo Branco com 23 pontos.

Na segunda fase ficou no grupo Paulo Machado de Carvalho tendo como adversários o Bragantino, São Bento, Guaratinguetá, Paulista e Vila Santista – este último levou uma sonora goleada do Comercial – 8 a 1 – sendo o primeiro do grupo com 13 pontos, um a mais que o Bragantino, garantindo o acesso para a principal divisão paulista e a classificação para fazer a final com o Corinthians (Presidente Prudente), vencedor do grupo João Havelange, ficando com o título. Resultados: Comercial 0x1, 1×0 e 4×0 Corinthians – este último o jogo desempate, disputado no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

DÉCADA DOURADA DOS ANOS 60

O início do anos 60 foi uma época em que o Comercial tinha grandes craques, como Carlos César e seus potentes chutes de esquerda, que lhe valeram o apelido de “esquerdinha de ouro”. Havia também o zagueiro Peter, um jogador de físico privilegiado, que se consagrou como um dos melhores marcadores de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, reconhecido pelo próprio Rei do futebol. E foi nessa época que o Comercial viveu um dos melhores momentos de sua história. Com um verdadeiro esquadrão, a equipe era imbatível dentro de sua casa e conseguia grandes resultados fora dela.
Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos, de Pelé. No dia 14 de outubro de 1964, 
inaugurou seu atual estádio, o Palma Travassos, na derrota por 3 a 2 para o Santos. Paulo Bin, atacante do Comercial, marcou o primeiro gol. No ano de 1965, venceu a Copa Ribeirão Preto jogando contra Corinthians, Fluminense (RJ) e Botafogo (RJ).

Contudo, foi em 1966 que o Comercial viveu o seu melhor ano, e o time, de tão bom, foi apelidado de “Rolo Compressor”. Alguns feitos da equipe naquele ano: acabou com uma invencibilidade de 14 jogos do Palmeiras dentro do Palestra Itália; conseguiu a proeza de marcar cinco gols no Santos de Pelé dentro da Vila Belmiro, em um jogo que muitos consideram um dos mais espetaculares de todos os tempos; venceu novamente o Palmeiras por 3 a 0, no dia 4 de fevereiro, na inauguração dos refletores do estádio Palma Travassos (primeiro jogo noturno oficial na cidade Ribeirão Preto); foi campeão do primeiro turno do paulistão; campeão do interior; e terminou a competição em terceiro lugar, perdendo apenas para Palmeiras e Corinthians. 

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