CARLINHOS: campeão pelo Flamengo como jogador e como treinador

                Luiz Carlos Nunes da Silva nasceu dia 19 de novembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Nos meios futebolísticos era conhecido por Carlinhos. Foi jogador e treinador do Flamengo. Como técnico conquistou os títulos nacionais de 1987 e 1992 e como jogador foram inúmeros os títulos entre 1955 e 1969, época em que defendeu o rubro-negro carioca.

JOGADOR

               Começou a carreira nos infantis do rubro-negro carioca. Foi sem dúvida alguma um dos maiores jogadores que já vestiram a camisa do Flamengo em todos os tempos. Foi um dos poucos jogadores a ganhar o Prêmio Belfort Duarte, por nunca ter sido expulso de campo. Sua forma de jogar com grande classe e o toque de bola refinado o valeram o apelido de “violino”. É apontado como um dos melhores jogadores de meio campo de todos os tempos do futebol Brasileiro.

               O ex meio-campista, apesar de sua qualidade, foi um dos atletas injustiçados por nunca terem tido uma sequência na Seleção Brasileira, tendo disputado apenas uma partida com a camisa canarinho, no ano de 1964 contra a Seleção de Portugal, em uma época onde a maior parte dos craques da seleção e jogadores de maior visibilidade jogavam em Santos e Botafogo. Fez o meio de campo com o Gérson, que então já era do Botafogo e jogou todos os 90 minutos. Na referida partida, outro rubro-negro esteve em campo junto com Carlinhos, foi Aírton Beleza, centroavante que fez dupla central de ataque com Pelé. A Seleção Brasileira saiu vitoriosa do Maracanã naquele dia.

              Dois anos antes, nos preparativos para a Copa do Mundo de 1962, o então treinador da Seleção Brasileira Aimoré Moreira convocou 41 jogadores para a pré-preparação, destes, apenas 22 iriam ao Chile. Ocorre que, para dar equilíbrio entre os selecionados do Rio e de São Paulo, a comissão técnica preferiu levar, como reserva de Zito, o Zequinha, do Palmeiras, ao invés de Carlinhos Violino, a grande sensação do momento. Segundo o próprio Carlinhos, essa foi, no fundo, a única mágoa verdadeira que guarda de seus anos de futebol. Julga que foi vítima de uma injustiça e de uma arbitrariedade motivada pela politicagem dos cartolas.

              Um dos grandes momentos de Carlinhos como jogador foi o Fla-Flu decisivo do campeonato de 1963, quando liderou o time no empate de 0x0 que deu o título ao Flamengo. Naquele jogo, no dia 15 de dezembro, registrou-se o maior público em um jogo oficial entre dois clubes no futebol mundial: 177 020 pagantes e 16 947 não pagantes são os números registrados daqueles que lotaram o Maracanã, embora hajam especulações de que o total de torcida presente foi de cerca de 200 000 espectadores. Como jogador disputou 517 partidas com a camisa do Flamengo.

TREINADOR

              Como treinador, Carlinhos chegou a treinar outros clubes, porém, a sua paixão pelo Flamengo resultaria em, nada mais, nada menos, do que sete passagens pela Gávea. Carlinhos sempre foi um dos profissionais mais queridos na história do Flamengo. O jeito tranquilo, pacato e amigo muitas vezes serviu para “apagar incêndios” na Gávea. Por muitas ele foi chamado para ser o treinador do rubro-negro. É verdade que muitas vezes foi usado como um técnico “tampão”. Na primeira passagem, em 1987, Carlinhos dirigiu a equipe por apenas seis partidas (duas vitórias e quatro empates). No mesmo ano, ele foi novamente chamado. Conseguiu bons resultados e foi efetivado no cargo. Ficou como treinador do rubro-negro até 1988.

              Neste período, ele dirigiu a equipe em 55 partidas (29 vitórias, 15 empates e 11 derrotas) e conquistou o polêmico título da Copa União de 1987. Carlinhos comandava a equipe que tinha Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico; Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho. Como era conhecer dos talentos que brotavam nas categorias de base do Fla, Carlinhos foi responsável direto pela efetivação de Leonardo, Zinho, Aílton, entre outros, na equipe principal.

              Entre 1991-1993, começou a ganhar respeito ao trazer para a Gávea um improvável troféu de campeão brasileiro em 1992, o quinto do Flamengo. Vale lembrar que Carlinhos foi o técnico do último título brasileiro do século XX do Flamengo e da última conquista internacional, a Copa Mercosul (em 1999). Sua última passagem pelo Flamengo como técnico ocorreu entre maio e outubro de 2000, época em que conquistou a Taça Rio e logo depois o bicampeonato estadual. Ao todo dirigiu o Flamengo em 313 oportunidades. Em 12 de fevereiro de 2011, Carlinhos foi homenageado pelo Flamengo, com a inauguração de um busto e uma praça na sede social do Clube, no bairro da Gávea. No Brasil, dirigiu também o Guarani de Campinas e o Clube do Remo, do Pará.

TRISTEZA

              Anos antes de falecer, Carlinhos já sofria com problemas de saúde. A elevação da taxa de ácido úrico causou problemas de cicatrização, obrigou a amputação de um dedo do pé, gerou complicações no sistema circulatório, perda de memória e, além disso, complicações na carótida e a necessidade de colocar pontes de safena. Ele morreu no dia 22 de junho de 2015 em função destes problemas, aos 77 anos de idade.

Em pé: Joubert, Fernando, Décio Crespo, Vanderley, Carlinhos e Jordan    –     Agachados: Espanhol, Nelsinho, Henrique Frade, Dida e Gérson
Em pé: Murilo, Marcial, Ananias, Luis Carlos, Carlinhos e Paulo Henrique   –   Agachados: Espanhol, Nelsinho, Airton, Geraldo José e Osvaldo
Em pé: Murilo, Ditão, Jaime, Franz, Carlinhos e Paulo Henrique   –     Agachados: Carlos Alberto, Nelsinho II, Almir, Silva e Osvaldo
Em pé: Murilo, Ditão, Jayme, Marco Aurélio, Carlinhos e Leon   –    Agachados: Pedrinho, Fio Maravilha, Américo, Ademar Pantera e Rodrigues
Postado em C

Deixe uma resposta