RODRIGUES NETO: campeão pelo Flamengo e pelo Fluminense

                                  José Rodrigues Neto nasceu no dia 6 de dezembro de 1949, em Central de Minas (MG), Começou a carreira no Vitória (ES) e viveu sua melhor fase no futebol do Rio, onde foi três vezes campeão (1972 e 74, pelo Fla, e 1976, pelo Flu).

                                  Versátil e chute potente. O lateral-esquerdo Rodrigues Neto marcou muitos gols e fez enorme sucesso, principalmente em sua passagem pelo cenário carioca. Dono de uma sapataria e de uma pequena lavoura, o patriarca da família “Neto” trabalhava muito para colocar o sustento em casa, bem como bancar os sonhos do filho José Rodrigues com o futebol.

                                   Rodrigues Neto iniciou a sua trajetória esportiva nas fileiras do Vitória Futebol Clube (ES). Pouco depois, seu futebol foi descoberto por olheiros do Flamengo em um amistoso diante do Fluminense.

                                  Recomendado para testes no Rio de Janeiro, Rodrigues Neto jogou apenas vinte minutos, mas encheu os olhos dos observadores do time da Gávea. Contudo, o interesse do clube carioca só foi confirmado mais tarde, quando um massagista conhecido por “Mineiro” tratou de encaminhar novamente o rapazola aos quadros amadores do Flamengo.

                                  Na temporada de 1968, o lateral firmou seu primeiro compromisso profissional. Ainda timidamente, Rodrigues Neto conquistou espaço ao ser aproveitado no decorrer de algumas partidas.

                                  Jogador com notável mobilidade, sua facilidade para o apoio ofensivo ficou tão evidente que seu bom futebol também foi utilizado pela ponta-esquerda. Sua projeção definitiva foi consolidada com os títulos cariocas de 1972 e 1974, além da conquista da Taça Guanabara em 1972 e 1973.

                                  Pela Seleção Brasileira, Rodrigues Neto fez parte do grupo que conquistou a Taça Independência, competição disputada no Brasil em 1972. Rodrigues Neto participou também da excursão da Seleção Brasileira ao exterior em 1973, mas acabou cortado pelo médico Lídio Toledo em razão de um suposto problema na coluna.

                                  Decepcionado, Rodrigues Neto nunca esqueceu o mal-estar no escrete. Guardou mágoas e muito descrédito em relação ao trabalho do Departamento Médico. A revista Placar número 172, de 29 de junho de 1973, também questionou os verdadeiros motivos de sua dispensa, inclusive apontando uma preferência do técnico Zagallo pelo futebol de Marinho Chagas.

                                  Em 1976, os direitos de Rodrigues Neto foram incluídos na “Mega-Negociação” proposta pelo presidente do Fluminense Francisco Horta, que ofereceu ao Flamengo os jogadores Toninho Baiano, Roberto e Zé Roberto; enquanto Rodrigues Neto, Doval e o goleiro Renato desembarcaram nas Laranjeiras.

                                  Com a camisa do Flamengo foram 435 partidas; com 211 vitórias, 122 empates, 102 derrotas e 29 gols marcados.

                                  A transação foi mais benéfica para os lados do Fluminense, que com seu plantel revigorado conquistou o bicampeonato carioca em 1976. Abaixo, uma das importantes participações de Rodrigues Neto na campanha do bicampeonato carioca de 1976:

7 de julho de 1976 – Campeonato carioca – Segundo turno – Fluminense 4×2 Vasco da Gama – Estádio do Maracanã (RJ) – Árbitro: Agomar Mar­tins – Gols: Rivellino aos 5’, Roberto Dinamite aos 7’, Doval aos 34’ e Carlos Alberto aos 41’ do primeiro tempo; Renê aos 11’ e Rivellino aos 23’ do segundo tempo.

Fluminense: Renato; Rubens Galaxe, Carlos Alberto, Miguel e Rodrigues Neto; Pintinho (Wilson) e Paulo Cesar; Gil, Doval, Rivellino e Dirceu (Gilson). Vasco da Gama: Samuel; Gaúcho, Abel, Renê e Marco Antônio; Zé Mário, Helinho e Jair Pereira (Toninho); Roberto Dinamite, Dé e Galdino.

                                    Em entrevista publicada pela revista Placar número 361, em 25 de março de 1977, Rodrigues Neto revelou os motivos que o faziam tão feliz nas Laranjeiras. O lateral afirmou que além do salário, também recebeu do Fluminense 185 mil cruzeiros em premiações no período de apenas doze meses. Muito mais do que recebeu em quase dez anos de serviços prestados ao Flamengo.

                                     Rodrigues Neto permaneceu nas Laranjeiras até o início de 1977, momento em que seu passe foi negociado com o Botafogo de Futebol e Regatas (RJ).

                                     Convocado pelo técnico Cláudio Coutinho, Rodrigues Neto disputou o mundial da Argentina em 1978. A boa campanha representou um terceiro lugar e o título de “Campeão Moral”. Pela Seleção Brasileira foram 19 partidas disputadas; com 12 vitórias, 6 derrotas e 1 empate.  Depois da Copa do Mundo de 1978, Rodrigues Neto fez muito sucesso no futebol argentino. Jogou pelo Club Atlético Boca Juniors e também pelo Club Ferro Carril Oeste.

                                     Na Argentina, o lateral ficou conhecido pelos torcedores como “El-Negrito”. Com o prestígio em alta, Rodrigues Neto morava em um confortável apartamento na Calle Campichuelo.

                                     No retorno ao Brasil, o tarimbado Rodrigues Neto firmou compromisso com o Sport Club Internacional (RS). Castigado pela idade e pela calvície, Rodrigues Neto impressionou o preparador Gilberto Tim pelo ótimo condicionamento físico.

                                     Rodrigues Neto encerrou sua caminhada pelos gramados cariocas em 1983, no São Cristóvão (RJ). Algumas fontes apontam ainda uma produtiva passagem pelo futebol chinês.

                                     Vitimado por uma trombose, José Rodrigues Neto faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 29 de abril de 2019. O ex-jogador sofria de diabetes e estava internado no Hospital de Bonsucesso, Zona Norte do Rio.

1975 – Renato, Carlos Alberto Pintinho, Carlos Alberto Torres, Edinho, Rubens Galaxe e Rodrigues Neto   –    Agachados: Gil, Kléber, Doval, Rivelino e Dirceu
1977 – Em pé: Ubirajara Alcântara, Renê, Osmar Guarnelli, Carbone, Rodrigues Neto e Perivaldo      –     Agachados: Toucinho (massagista), Gil, Paulo Cézar Lima, Dé, Nílson Dias e Mário Sérgio
1970 – Em pé: Perivaldo, Zé Carlos, Luizinho, Rodrigues Neto, Renê e Osmar   –   Agachados: Gil, Mendonça, Nílson Dias, Bráulio e Paulo César Caju
1972 – Em pé: Mário Américo, Leão, Rodrigues Neto, Vantuir, Brito, Gérson, Tostão, Leivinha, Sérgio Valentim e Nocaute Jack     –    na fila do meio: Eurico, Dirceu Lopes, Clodoaldo, Jairzinho, Rivelino, Rogério, Marco Antônio e Piazza   –     Sentados: Zé Maria, Luis Carlos, Dadá Maravilha, Marinho Peres, Paulo Cesar Caju e Lula

Em pé: Renato, Moreira, Chiquinho, Fred, Liminha e Rodrigues Neto     –   Agachados: Rogério, Paulo Cesar Caju, Dario, Zico e Arilson
Em pé: Murilo, Manicera, Marco Aurélio, Onça, Carlinhos e Paulo Henrique     –      Agachados: Luís Carlos, Liminha, César Maluco, Fio Maravilha e Rodrigues Neto
Em pé: Ubirajara, Aloísio, Fred, Reyes, Liminha e Paulo Henrique    –     Agachados: Mineiro, Buião, Renato, Zico, Samarone e Rodrigues Neto
Em pé: Ubirajara, Aloísio, Fred, Reyes, Liminha e Paulo Henrique    –     Agachados: Membro da comissão técnica, Rogério, Samarone, Zé Eduardo, Zico e Rodrigues Neto
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