RICARDO GOMES: camepão brasileiro pelo Fluminense em 1984

                 Ricardo Gomes Raymundo nasceu dia 13 de dezembro de 1964, na cidade do Rio de Janeiro. Oriundo das categorias de base do Fluminense, fez parte das históricas campanhas do tricolor que garantiram o tricampeonato carioca de 1983, 84 e 85 e o título brasileiro de 1984. Defendeu com brilhantismo Benfica, de Portugal, e Paris Saint Germain, da França. Também defendeu a Seleção Brasileira em 52 jogos. Ao parar com a bola, tornou-se treinador. Já dirigiu Paris Saint-Germain, Vitória, Sport, Guarani de Campinas, Coritiba, Juventude, Seleção Brasileira pré-olímpica, Fluminense, Flamengo, Bordeaux, Mônaco, São Paulo e Vasco.

FLUMINENSE

                Ricardo Gomes iniciou sua carreira como zagueiro do Fluminense no início dos anos 80. No Tricolor das Laranjeiras, conquistou um tricampeonato carioca, 1983/1984/1985. Em 1984, sagrou-se Campeão Brasileiro, um ano que o torcedor do Flu não esquecerá jamais. Após a histórica conquista do Campeonato Carioca de 1983, com um gol de Assis contra o Flamengo aos 45 minutos do segundo tempo, o Fluminense iniciava o ano de 1984 com a difícil tarefa de tentar vencer o Campeonato Brasileiro, chamado na época de Copa Brasil, o que não ocorria desde 1970, quando o Fluminense conquistou a Taça de Prata. A final foi contra o Vasco. Na primeira partida o Fluminense venceu por 1 a 0. Na segunda partida que aconteceu dia 27 de maio, o empate já bastaria ao Tricolor Carioca e foi o que aconteceu, o jogo terminou empatado em 0 a 0. O time do Fluminense era formado por; Paulo Vítor, Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Romerito, Assis e Delei; Washington e Tato. O técnico era Carlos Alberto Parreira.

               A boa campanha no Campeonato Brasileiro de 1984 lhe renderia uma chance na Seleção Brasileira. Três anos depois, uma contusão atrapalhou os planos de Ricardo Gomes na seleção. Entretanto, em 1989, se consolidaria na seleção. Já no Benfica, sagrou-se campeão em 1988/89 e 1990/91. Conquistou também a Taça de Portugal em 1995/96. Em 1991, foi contratado pelo Paris Saint-Germain, onde se tornou ídolo, jogando por quatro temporada. No clube francês sagrou-se campeão em 1993/94 e também conquistou a Copa da França em 1993 e 1995. Em meio à boa fase no clube francês, foi convocado para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo de 1994.

              O zagueiro era titular em um amistoso contra El Salvador, o último antes da estreia na Copa. Porém, aos 21 minutos, Ricardo sofreu uma lesão muscular, que o cortaria do mundial. Ricardo era o zagueiro preferido de Carlos Alberto Parreira. Nas eliminatórias para a Copa de 1994 ele atuou apenas nas quatro últimas partidas, por conta de uma contusão abdominal, mas ainda assim marcou 3 gols. Depois de mais uma temporada no Benfica, encerrou a carreira em 1996, com apenas 31 anos.

SELEÇÃO BRASILEIRA

               Com a camisa da Seleção Brasileira, Ricardo disputou 52 partidas. Venceu 31 jogos, empatou 13 e perdeu 8. Marcou 4 gols. Começou na seleção nos Jogos Pan-americano de 1987, onde o Brasil conquistou medalha de ouro. Conquistou o torneio Bicentenário da Independência da Austrália em 1988 e foi titular na conquista da Copa América de 1989, além de ter sido capitão nas Eliminatórias para a Copa de 1990. A classificação para o Mundial veio, mas o tão esperado tetra, não seria daquela vez.  Na Seleção Brasileira, o ponto alto da carreira de Ricardo Gomes foi a conquista da Copa América de 1989, disputada no Brasil. Na época, o técnico Sebastião Lazaroni inovou taticamente, lançando mão do esquema 3-5-2. No ano seguinte, Ricardo Gomes fez parte da Seleção que fracassou na Copa da Itália, sendo eliminada pela Argentina nas oitavas-de-final. Em 94, sofreu uma distensão muscular em um amistoso contra o Canadá (1 x 1), 15 dias antes da Copa e foi cortado pelo técnico Carlos Alberto Parreira, despedindo-se da Seleção. Virou técnico.

TREINADOR

               Como treinador, Ricardo Gomes destacou-se no Paris Saint-Germain, sendo campeão da Copa da França e da Copa da Liga Francesa, ambos em 1998. No Vitória, da Bahia foi campeão nordestino em 1999, no Juventude, no Fluminense e levou o Bordeaux ao vice-campeonato francês da temporada 2005/2006 e campeão em 2007. Teve passagens também por outros clubes, como Mônaco, Guarani, Flamengo, Coritiba e ainda pela Seleção Brasileira Olímpica. Em 20 de junho de 2009, foi anunciado como novo técnico do São Paulo. O time paulista estava sem treinador depois da saída de Muricy Ramalho, no dia anterior. A negociação foi anunciada pelo presidente do clube, Juvenal Juvêncio, após concretizá-la. Isso significou a volta de Ricardo Gomes a um time do Brasil, já que seu último trabalho no país havia sido em 2004, no Flamengo. No comando do Tricolor Paulista, dirigiu a equipe 73 vezes. Foram 38 vitórias, 15 empates e 20 derrotas.

               No dia 21 de fevereiro de 2010, sofreu um grave AVC (Acidente Vascular Cerebral) depois de uma derrota de 2×0 para o Palmeiras e, segundo médicos, não ficou com sequelas. Em 6 de agosto de 2010, com o término de seu contrato, os dirigentes do São Paulo decidiram não renovar. Em 2 de fevereiro de 2011, foi anunciado como novo treinador do Vasco da Gama, onde conquistou a Copa do Brasil de 2011. Em 28 de agosto de 2011, durante partida entre Vasco da Gama e Flamengo, Ricardo Gomes sofreu um AVC hemorrágico e foi internado em estado grave.

               O acidente vascular cerebral (AVC), ou acidente vascular encefálico (AVE), chamado de derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida da função neurológica, decorrente do entupimento (isquemia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. Trata-se de uma doença de início súbito na qual o paciente pode apresentar paralisação ou dificuldade de movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo, dificuldade na fala ou articulação das palavras e déficit visual súbito de uma parte do campo visual. Pode ainda evoluir com coma e outros sinais.

               O técnico brasileiro lembra-se de ter sentido “qualquer coisa estranha”, como “uma sensação de formigueiro muito forte”, mas não ficou nervoso, e adiantou que os médicos lhe disseram que o AVC não tinha tido nada a ver com o jogo. A atividade de técnico de futebol envolve muito stress, por isso não é indicada para alguém que possua quadro de hipertensão crônica. O médico do Vasco, Alexandre Campello, tranquilizou a todos dizendo “Risco todos nós corremos, mas o Ricardo é um homem forte e com certeza vai sair dessa”. De acordo com o médico Mirto Prandini, um dos principais problemas no caso de Ricardo Gomes é a idade. “Ele é um hipertenso jovem demais”. No entanto, Prandini aponta o passado de Ricardo Gomes nos campos de futebol como fator positivo para a saúde do treinador. “O fato de ter sido ex-atleta ajuda também. Se ele tivesse uma vida sedentária o problema teria acontecido 10 anos antes. Como foi jogador, adiou esse problema.”

               Depois de ficar 21 dias internado no Hospital Pasteur, no Meier, Rio de Janeiro, sendo que 15 foram no CTI (Centro de Terapia Intensivo), Ricardo Gomes recebeu alta. Para evitar o assédio de repórteres e fotógrafos, Ricardo saiu com seu filho por uma porta lateral do hospital. Segundo os médicos, Ricardo deve ficar um bom tempo longe dos gramados e se voltar deverá ter o consentimento da família, pois com a saúde não se brinca. Ricardo Gomes ainda hoje é muito respeitado na França, principalmente no Paris Saint-Germain, onde foi ídolo do clube de Paris. Foi lá que ganhou o apelido de “Monsieur Gomes” (Senhor Gomes.

               Ao lado dos compatriotas Raí e Valdo, ajudou o PSG a conquistar o Campeonato Francês da temporada 93/94, aumentando consideravelmente o prestígio dos jogadores brasileiros em território francês. Em 1995, prejudicado por diversas contusões, encerrou a carreira de jogador profissional para ser treinador, assumindo o comando do próprio PSG. Como treinador, Ricardo Gomes estreou na França, como técnico do Paris Saint-Germain. No mesmo país, treinou o Bordeaux e o Mônaco. No Brasil, Ricardo Gomes treinou times como o Juventude, Vitória, Flamengo e Fluminense, numa equipe recheada de astros, como Romário, Edmundo e Roger.

               Ricardo Gomes também foi treinador da seleção brasileira olímpica. Porém, acabou não obtendo sucesso no Pré-Olímpico de 2004, no Chile, para o Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia. Com uma derrota para o Paraguai, o Brasil ficou de fora do torneio. Hoje Ricardo Gomes vive uma vida bem mais tranquila ao lado de sua família. Gostaria muito de voltar a trabalhar como treinador, mas é uma profissão que tem um grande desgaste e como aqui no Brasil o time não pode perder três jogos que o treinador já está demitido, é melhor não arriscar, pois a saúde vale ouro.

 

Em pé: Alexandre Torres, Paulo Victor, Vica, Ricardo Gomes, Leomir e Renato    –     Agachados: Romerito, Edson Santos, Washington, Renê, Valbert e o saudoso roupeiro Ximbica
Em pé: Mazinho, Taffarel, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Aldair e Branco    –     Agachados: Bebeto, Romário, Silas, Dunga e Valdo
Em pé: Mazinho, Taffarel, Mauro Galvão, Ricardo Gomes, Aldair e Branco    –     Agachados: Bebeto, Romário, Silas, Dunga e Valdo
Em pé: Ricardo Rocha, Taffarel, Mauro Galvão, Jorginho, Ricardo Gomes e Branco   –    Agachados: Bebeto, Careca, Silas, Valdo e Dunga

 

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