EDSON: brilhou no Corinthians e no São Paulo F.C.

                   Edson de Souza Barbosa nasceu dia 20 de junho de 1943, na cidade do Rio de Janeiro – RJ.  Jogou no Corinthians, São Paulo e Palmeiras. Era médio volante e jogava também na lateral. Chegou a estar relacionado na lista dos 47 jogadores para a Copa do Mundo de 1966. Era um jogador técnico e durantes vários anos fez dupla com Rivelino no meio de campo do Corinthians na década de 60. Já na década de 70 fez dupla com Gerson no meio de campo do São Paulo, quando sagrou-se bicampeão paulista em 1970/71.

                   Dois anos depois, para fechar o trio de ferro do futebol paulista, foi jogar no Palmeiras, onde fez o meio de campo com Ademir da Guia por várias partidas. Enfim, jogou em três clubes grandes do futebol paulista e fez meio de campo com os maiores craques do futebol brasileiro, ou seja, Rivelino, Gerson e Ademir da Guia. Depois que encerrou a carreira de jogador, passou a trabalhar como auxiliar técnico de Osvaldo de Oliveira, onde também conquistou títulos importantes para o seu currículo.

CORINTHIANS

                   Edson Cegonha como era conhecido nos meios futebolísticos, devido suas pernas compridas e ao modo elegante de correr, começou sua carreira no Bonsucesso, do Rio de Janeiro. Em 1963 foi contratado pelo Corinthians e sua estréia com a camisa do alvinegro aconteceu dia 30 de janeiro de 1964, quando o Corinthians derrotou o Cruzeiro por 1 a 0, gol do ponta esquerda Lima. Este jogo foi válido pelo Torneio Magalhães Pinto. Neste dia o Corinthians jogou com; Mauro, Ari Ercílio, Eduardo, Cláudio e Ari Clemente (Oreco); e Edson (Amaro) e Bazzani; Marcos, Silva, Nei e Lima. O técnico era Paulo Amaral.  Edson foi contratado para jogar no meio de campo, mas com a chegada de Dino Sani e posteriormente de Nair, passou a jogar na lateral esquerda, onde ele também dominava aquela posição. Infelizmente jogou no Corinthians numa época em que o clube vivia um jejum de títulos que durava desde 1954.

                   Em 1965, vestiu a camisa da seleção brasileira, quando o Corinthians representou o Brasil num jogo amistoso realizado na Inglaterra diante do Arsenal. Este jogo aconteceu dia 16 de novembro e o time inglês venceu por 2 a 0. Devido as suas boas atuações, foi relacionado entre os 47 jogadores para a Copa de 66 na Inglaterra, que visava conquistar aquela Copa e, consequentemente, o tricampeonato mundial de futebol. Infelizmente deu tudo errado. Com a camisa do alvinegro de Parque São Jorge, Edson teve grandes momentos, mas sem dúvida alguma, aquela partida do dia 6 de março de 1968, quando o Corinthians derrotou o Santos por 2 a 0 ficará marcada na carreira do atleta. Acontece que neste jogo o Corinthians quebrou um tabu de 11 anos sem vencer o Peixe em Campeonatos Paulista. Pelo Timão, Edson disputou 186 partidas. Venceu 110, empatou 37 e perdeu 39. Marcou 17 gols.

SÃO PAULO

                    Em 1969 foi jogar no Tricolor do Morumbi, onde o time não conquistava um título desde 1957, ou seja, já estava 12 anos na fila, pois a diretoria do São Paulo  resolveu priorizar a construção do estádio do Morumbi e com isto deixou de lado as grandes contratações e por conseguinte, a conquista de títulos. A princípio, retomou à lateral-esquerda, porque o cabeça-de-área são-paulino era Teodoro. Depois, integrou um dos maiores trios de meio-de-campo do futebol brasileiro, ao lado de Gérson e Pedro Rocha. Em 1970 a história do Tricolor começou a mudar. Foram contratados Toninho Guerreiro, Pedro Rocha e depois chegou Gerson. Como já tinha no elenco, Roberto Dias, Forlan, Paraná e outros grandes jogadores, o titulo foi inevitável. Isto aconteceu dia 9 de setembro de 1970, quando o Tricolor derrotou o Guarani em pleno estádio Brinco de Ouro, em Campinas.

                    Neste dia o São Paulo jogou com; Sérgio; Forlan, Jurandir, Dias e Gilberto (Tenente), Édson e Nenê; Paulo, Terto (Benê), Toninho e Paraná. O técnico era Zezé Moreira. No ano seguinte a dose se repetiu e o Tricolor sagrava-se bicampeão paulista. A final foi contra o Palmeiras e o jogo foi no dia 27 de junho de 1971. O Tricolor venceu por 1 a 0, gol de Toninho Guerreiro. Edson era dos tais que “apitavam” partidas e o principal exemplo foi na final do Campeonato Paulista de 1971, quando induziu o juiz Armando Marques ao erro, ao citar que Leivinha, do Palmeiras, havia usado a mão em gol legítimo de cabeça. Em 1972 os cartolas do Tricolor optaram por “limpeza” no elenco e Edson entrou na lista de dispensa, ocasião em que se transferiu para o Palmeiras, iniciando a chamada estrada da volta no futebol. Com a camisa do Tricolor do Morumbi, Edson disputou 205 partidas. Venceu 106, empatou 51 e perdeu 48. Marcou 16 gols.

PALMEIRAS

                     Para fechar o trio de ferro do futebol paulista, em 1973 Edson foi jogar em outro time grande da capital paulista, o Palmeiras. Sua estréia com a camisa alviverde aconteceu no dia 17 de outubro, quando o Palmeiras venceu o Santa Cruz do Recife por 1 a 0. Hoje em dia, é cada vez mais comum a jogadores de futebol defender clubes rivais. No futebol do passado, porém, vestir camisas opostas era algo raro, e apenas os mais corajosos se dispunham a fazê-lo. Daí a coragem do volante Édson Cegonha, que começou no Corinthians/SP, jogou em seguida no São Paulo e, por mais de dois anos, esteve no Palmeiras. Diferentemente de volantes trombadores que optam por matar jogadas sucessivamente, Édson desarmava com classe. Chutão? Nem pensar. Se pressionado por adversário, usava as compridas pernas para esconder a bola, a qual sabia entregar como poucos. Era estiloso e, nas investidas ao ataque, arriscava chutes de média e longa distância, assim como tinha aceitável aproveitamento no jogo aéreo.

                   Fora de campo, era um “terror” bem maior do que dentro dele. Boa pinta, sempre elegantemente vestido e com 1,85 m de altura, tornava-se disputadíssimo pelas moçoilas. E como não costumava perder viagem, hoje ele conta nada menos do que 11 filhos, dentre os quais a atriz Luana Carvalho, fruto de um relacionamento que teve com a cantora Beth Carvalho. Daí o apelido que carregou – com todos os méritos, diga-se de passagem – durante toda a sua vida esportiva. No Palmeiras, Edson não tinha como ser titular absoluto. Afinal, o dono da camisa 5 alviverde era ninguém menos do que Dudu. Assim, sempre que foi preciso ele não se negou a atuar fora de sua posição, principalmente como meia de armação ou até mesmo ofensivo.

                   Graças a esta postura, computa em seu currículo no Verdão a conquista de títulos em nível estadual, nacional e internacional, como por exemplo; Campeão Brasileiro em 1973, Paulista em 1974, em cima do seu ex-clube, o Corinthians e também campeão do Torneio Ramon de Carranza em 1974 e 1975. Sua despedida com a camisa do alviverde aconteceu dia 3 de dezembro de 1975, quando o Palmeiras foi derrotado pelo Fluminense por 4 a 2 pelo Campeonato Brasileiro.  Ao todo Edson disputou 80 partidas pelo Palmeiras. Venceu 45, empatou 20 e perdeu 15. Marcou 3 gols.

FORA DAS QUATRO LINHAS

                  Hoje, com quase 70 anos de idade, é pai coruja de uma pequena de dois anos, e se orgulha de ainda cultivar amizade do cantor Roberto Carlos, que se arrasta há décadas, quando atuou como ator de cinema e estrelaram juntos. O ex-volante ainda preserva amizades com figurões do meio artístico. Edson ainda arriscou na carreira de treinador, com empreitada no Araçatuba (SP) e auxiliar técnico na Ponte Preta, década passada. Repetiu a experiência como coadjuvante do treinador Oswaldo de Oliveira nos Emirados Árabes, Corinthians, São Paulo, Fluminense e Flamengo, e eventualmente “empresaria” jogadores.

                  Fora de campo foi um mulherengo incorrigível. Boa pinta, despertava atenção da mulherada e havia reciprocidade. Em 1979, Edson de Souza Barbosa, o Edson Cegonha, casou-se com a sambista Beth Carvalho. Em fevereiro de 1981 a cantora se torna mãe de uma menina linda a quem Edson deu o nome de Luana. Hoje, Luana Carvalho é atriz e cantora, e ganha aos poucos o seu merecido espaço. Ela trabalhou na novela Páginas da Vida, da Rede Globo de Televisão, que teve início dia 10 de julho de 2006 e seu término dia 2 de março de 2007, onde fez o papel de Lili. Para Beth, ser mãe foi e é a coisa mais importante que já aconteceu em sua vida.

                 Quando você observa boleiro bater descaradamente em canelas e tornozelos de adversários, e com a maior “cara de pau” ainda diz que foi na bola, saiba que no passado “desfilavam” pelos gramados os chamados “bons malandros”, aqueles que na jogada acertavam meio gomo da bola e, por extensão, pé de adversário. Assim era Edson Cegonha, um atleta que desfilava pelos gramados com tamanha elegância e técnica que dificilmente via ele dar um chutão ou machucar um adversário.

                 Diferentemente de volantes trombadores que optam por matar jogadas sucessivamente, Edson Cegonha desarmava com classe.  E quando entrava mais duro no adversário, incontinenti virava às costas e saía de perto da jogada, despistando a arbitragem. Tem residência fixa no Rio de Janeiro (RJ) e trabalhou como auxiliar técnico. Esteve ao lado do treinador Oswaldo de Oliveira no Corinthians, de 1999 a 2000, e também no São Paulo, em 2002. Edson faleceu dia 17 de julho de 2015.

Em pé: Jair Marinho, Dino Sani, Galhardo, Ditão, Edson e Heitor      –     Agachados: Garrincha, Nair, Flávio, Tales e Gilson Porto
Em pé: Jair Marinho, Marcial, Ditão, Edson, Clóvis e Maciel      –     Agachados: Marcos, Tales, Flávio, Rivelino e Nilson
Em pé: Murilo, Fábio, Djalma Dias, Edson, Leônidas e Dudu      –     Agachados: Jairzinho, Célio, Tostão, Lima e Ivair
Em pé: Jurandir, Sérgio, Gilberto, Arlindo, Edson e Forlan      –     Agachados: Terto, Pedro Rocha, Toninho Guerreiro, Gerson e Paraná
Em pé: Gilberto, Sérgio, Samuel, Edson, Arlindo e Forlan      –     Agachados: Paulo, Terto, Toninho Guerreiro, Pedro Rocha e Paraná
Em pé: Osvaldo Cunha, Ditão, Diogo, Edson, Luiz Carlos e Maciel      –     Agachados: Marcos, Tales, Flávio, Rivelino e Eduardo
Em pé: Oreco, Ari Ercílio, Galhardo, Edson, Eduardo e Heitor      –     Agachados: Marcos, Luizinho, Silva, Flávio e Bazani
Em pé: Jair Marinho, Marcial, Clóvis, Galhardo, Edson e Dino Sani      –     Agachados: Marcos, Rivelino, Flávio, Nair e Gilson Porto
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