CORONEL: conquistou quatro titulos pelo Vasco da Gama

                       Antônio Evanil Silva nasceu no município de Quatis (RJ), em 27 de janeiro de 1935, embora algumas fontes creditem seu nascimento para o ano de 1936. Na segunda metade da década de 1950, não faltaram nomes eleitos como o melhor marcador do fenomenal “Mané Garrincha”. Conseguir tal feito, mesmo que em uma única jornada, certamente poderia representar fama e respeito. Mas, para o sempre destemido Coronel, o lateral-esquerdo do Vasco da Gama naquele período, sua missão não era ser o melhor. O que importava mesmo era fazer o serviço bem feito!

                       O curioso apelido de “Coronel” foi colocado por um tio, que percebeu no humilde rapazola os atributos necessários para ser um verdadeiro líder.  Também porque o bonezinho que usava para cima e para baixo valeu a alcunha – embora algumas fontes também afirmem que ela foi dada pelo tio, graças ao jeito durão do garoto, com senso de liderança desde cedo. No fim das contas, de uma forma ou de outra, seria dessa maneira que

                       Coronel acabaria reconhecido por torcedores ao redor do Brasil, principalmente os do Vasco. Coronel chegou nas categorias amadoras do Club de Regatas Vasco da Gama em 1952. Foi lançado no time principal pelo técnico Flávio Costa em 1954, mesmo ano em que também faturou o Campeonato Carioca da categoria juvenil.

                       Com o passar do tempo, Antônio Evanil quase foi transformado em um “Coronel” de verdade! Até o astro Pelé, quando ainda prestava o serviço militar, não escapou de oferecer continência diante do lateral-esquerdo do Vasco da Gama.

                       Tudo não passou de uma grande brincadeira armada por Bellini, que aproveitou do rápido desembarque de Pelé no Aeroporto Santos Dumont. O destino era o Maracanã, onde teria pela frente o Chile pela Taça Bernardo O’Higgins.

                       Coronel era descrito de uma maneira bem original pelo locutor Waldir Amaral, no barulhento microfone da Rádio Globo do Rio de Janeiro: “Lá vai o homem da mais alta patente do futebol brasileiro”.

                       Sempre lembrado também no selecionado carioca, Coronel era um jogador de muita fibra e persistência, qualidades mais do que necessárias para a ingrata incumbência de marcar Garrincha, o melhor ponta-direita de todos os tempos. Evidentemente, assim como outros laterais e zagueiros de sua época, Coronel levou desvantagem em muitos duelos individuais com Garrincha. Porém, ele nunca se entregou!

                       Além do mais, o Vasco da Gama daqueles tempos raramente era derrotado nos confrontos contra o todo poderoso Botafogo. Mas, o mundo da bola não era limitado somente ao Botafogo de Garrincha. Outros ponteiros habilidosos também ofereciam real perigo ao valoroso Coronel. Falamos de grandes atacantes; como Cláudio Christóvam de Pinho, Dorval, Joel Martins, Julinho Botelho e outros tantos valores.

                      Coronel comemorou o seu primeiro título carioca em 1956, um feito memorável e repetido com brilho no “Super-Campeonato” de 1958. Conquistou também o Torneio Início do certame carioca de 1958, o Torneio Rio-São Paulo de 1958; além de competições internacionais contra os principais times do mundo.

                      Na primeira edição do importante Torneio de Paris em 1957, na França, o quadro cruzmaltino derrotou o poderoso Real Madrid na decisão do Torneio pelo placar de 4×3. O Real Madrid da época era considerado um dos melhores times do mundo, com estrelas como Di Stéfano e Kopa. No mesmo ano, o Vasco faturou também a Taça Teresa Herrera, na Espanha.

                       Coronel foi convocado para o escrete canarinho em 1959. Ao todo, foram 8 partidas disputadas com 6 vitórias e 2 empates. Participou da campanha invicta do vice-campeonato Sul Americano e da conquista da Taça Bernardo O´Higgins. Em 1964 seu passe foi negociado com o Clube Náutico Capibaribe (PE). No time pernambucano, Coronel foi tricampeão estadual em 1964 (invicto), 1965 e 1966.

                       Também jogou pela Associação Ferroviária de Esportes da cidade de Araraquara (SP) e pelo Nacional Atlético Clube (SP). Todavia, Coronel não permaneceu por muito tempo nessas andanças pelo cenário paulista. Foi parar depois no futebol colombiano e jogou pela Asociación Deportiva Unión Magdalena entre os anos de 1966 e 1971, equipe onde também encerrou sua marcante trajetória nos gramados. 

                       Distante da bola, o generoso Coronel foi proprietário de uma Churrascaria, uma etapa muito próspera de sua nobre existência, com recursos suficientes para ajudar amigos e familiares! Já idoso, Coronel seguia presente nas tribunas de São Januário e não escondia a emoção ao falar sobre o clube que habitava seu coração. “Futebol não é só o dinheiro… futebol é amor, assim como eu tenho pelo Vasco da Gama”, dizia o veterano, apontando ainda que o “Vasco era tudo em sua vida”.

                        Por sua carreira e por sua dedicação, o ex-defensor merece reverências que se tornam maiores na semana em que tudo vira luto e saudades.  Após complicações causadas por uma endoscopia, Antônio Evanil Silva faleceu na madrugada do dia 5 de dezembro de 2019, no Hospital Municipal de Porto Real (RJ).

Em pé: Paulinho de Almeida, Zito, Orlando, Castilho, Bellini e Coronel     –    Agachados: Massagista Mário Américo, Dorval, Didi, Américo, Pelé e Zagallo
Em pé: Djalma Santos, Gylmar, Bellini, Décio Esteves, Formiga, Coronel e Mário Américo    –    Agachados: Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Pelé e Chinesinho
Em pé: Hélio, Dario, Coronel, Mirim, Orlando Peçanha e Beto  –    Agachados: Pedro Bala, Zizinho, Ademir, Pinga e Silvio Parodi
Em pé: Laerte, Miguel, Paulinho, Bellini, Écio, Orlando, Coronel e Barbosa   –    Agachados: Roberto Pinto, Sabará, Rubens, Livinho, Delém, Almir, Pinga e Dario
Em pé: Ita, Paulinho de Almeida, Dario, Laerte, Orlando e Coronel   –   Agachados: Wanderley, Javan, Waldemar e Pinga
Em pé: Carlos Alberto Cavalheiro,  Paulinho de Almeida, Bellini, Laerte, Orlando e Coronel    –   Agachados: Sabará,  Vavá, Livinho, Walter Marciano e Pinga 
Em pé: Djalma Santos, Castilho, Bellini, Helvio, Orlando e Coronel    –     Agachados: Garrincha, Didi, Almir Pernambuquinho, Pelé, Chinesinho e Mário Américo
Em pé: Barbosa, Paulinho, Bellini, Écio, Orlando e Coronel    –    Agachados: Sabará, Pacoti, Pinga, Roberto Pinto e Roberto Peniche
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