MICKEY: campeão da Taça de Prata de 1970 pelo Fluminense

                      Adalberto Kretzer, o Mickey, nasceu na cidade de Presidente Getúlio (SC), em 19 de março de 1948. O empate contra o Atlético Mineiro garantiu a festa dos torcedores do Fluminense pela conquista da Taça de Prata de 1970. O gol que valeu o caneco foi marcado por Mickey, o artilheiro “Paz e Amor”.

                      Conhecido inicialmente como Beto, o menino Adalberto levava uma vida pacata e era conhecido por viver com uma bola nos pés. Com o cabelo curto e orelhas grandes, Adalberto não escapou do apelido de Mickey, que foi ganhando força quando ainda jogava pelo time do Cruzeiro de Presidente Getúlio.

                       Ao concluir o ginásio, Mickey foi continuar os estudos na cidade de Joinville. Trabalhou como funcionário público e como bancário, mas a “bola” não saia de sua cabeça. Aproveitado como ponta esquerda no Caxias de Joinville, Mickey passou rapidamente pelo Palmeiras de Blumenau. Voltando ao mesmo Caxias, o atacante assinou seu primeiro compromisso como profissional.

                       Em 1969 Mickey foi contratado pelo Fluminense. No time dirigido pelo técnico Paulo Amaral, a linha ofensiva para os compromissos da Taça de Prata já estava praticamente definida com Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula. Mickey, que no andamento da competição foi aproveitado no decorrer de algumas partidas, esperava ansiosamente por uma oportunidade para entrar jogando.

                        E a grande oportunidade chegou de forma inesperada. Com Flávio suspenso, Mickey entrou em campo diante do Botafogo e marcou seu golzinho no empate em 1×1. Com o agravamento da contusão de Flávio, Mickey foi escalado na última partida da fase de classificação contra o Atlético Paranaense. Mickey entrou jogando e foi o autor do tento de empate, o que garantiu o Fluminense entre os quatro finalistas da Taça de Prata.

                        E foi assim durante todo aquele quadrangular final. Mickey foi o autor dos gols decisivos contra o Palmeiras e contra o Cruzeiro, em vitórias pela contagem mínima. Na partida final do quadrangular contra o Atlético Mineiro, em 20 de dezembro de 1970, no Maracanã, uma cabeçada certeira de Mickey garantiu o empate em 1×1 e a conquista do título.

                       Nascia assim um novo ídolo, que comemorava seus gols com os dedos em forma do “V”, uma representação ao símbolo de “Paz e Amor”, bastante difundido no final dos anos sessenta. Essa comemoração já estava combinada com os companheiros antes do início do quadrangular final. Como Mickey foi o autor dos gols em todos os jogos decisivos, sua imagem ficou associada diretamente com essa comemoração.

                       Em 1972 Mickey foi emprestado ao Grêmio por três meses e em seguida limpou seu armário nas Laranjeiras. O Fluminense, que tinha contratado o atacante Artime, concordou com sua transferência para o Deportivo Cali da Colômbia.

                        Mickey permaneceu no futebol colombiano até o ano de 1974. Com o próprio “passe” em mãos, o atacante retornou ao Rio de janeiro e disputou o Campeonato Brasileiro de 1974 pelo Olaria Atlético Clube.

                        Passou rapidamente pelo Bonsucesso e depois assinou com o Bahia em 1975, lá permanecendo até o mês de junho de 1976. No Bahia, Mickey passou maus bocados em razão de uma contusão e de alguns desacordos financeiros. Sem acerto para permanecer no Bahia, Mickey retornou novamente ao Rio de Janeiro.

                        Treinando em Copacabana para manter a forma, Mickey analisou propostas de times da Bélgica, Espanha e da Grécia, além de sondagens do Botafogo, Vasco da Gama, Náutico (PE), Vitória (BA) e o ABC de Natal (RN).

                         Em 1976 Mickey chegou ao futebol paulista quando acertou suas bases com o São Paulo Futebol Clube. Com um empréstimo fixado em seis meses, o atacante esperava ter o passe comprado de forma definitiva. Sua estreia aconteceu contra a Portuguesa de Desportos. Naquele dia, Mickey balançou o barbante lusitano e caiu nas graças dos empolgados torcedores que foram ao estádio do Pacaembu.

                         No ano seguinte, Mickey integrou o grupo do técnico Rubens Minelli que faturou o Campeonato Brasileiro de 1977. Pelo São Paulo foram 41 jogos com 18 vitórias, 13 empates, 10 derrotas e 15 gols marcados. Encostado no Morumbi em razão de uma fratura, Mickey tentou retomar os rumos de sua carreira jogando pelo Ceará e depois pelo Avaí (SC). Em agosto de 1979, com seus direitos ainda vinculados ao São Paulo, o atacante encerrou sua trajetória com problemas no joelho direito.

Em pé: Oliveira, Félix, Denílson, Galhardo, Assis e Marco Antonio    –    Agachados: Cafuringa, Didi, Mickey, Samarone e Lula
Em pé: Oliveira, Félix, Denílson, Galhardo, Assis e Marco Antônio    –     Agachados: Cafuringa, Didi, Mickey, Cláudio e Lula

 

 

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