SAMUEL: campeão paulista pelo Palmeiras em 1976

                                Samuel Arruda nasceu na cidade de Mogi Guaçú (SP), em 31 de março de 1949. Ao lado de nomes como Juninho, Nenê, Polozzi e Oscar; Samuel Arruda foi mais um produto da confiável e reconhecida “Fábrica de Zagueiros” da Ponte Preta nas décadas de 1970 e 1980. 

                                 Apareceu para o futebol nas fileiras do Clube Atlético Guaçuano (SP), antes de ser encaminhado aos quadros amadores da Associação Atlética Ponte Preta.

                                 Conhecido pelos companheiros como “Samuca”, o promissor Samuel assinou seu primeiro contrato profissional em 1967, mesmo ano em que também recebeu suas primeiras oportunidades no time principal da Ponte Preta.

                                  Pela “Macaca”, Samuel fez parte da equipe que entrou para os livros de história do clube ao conquistar o título do acesso em 1969. No ano seguinte, o jovem zagueiro foi determinante na grande campanha no campeonato paulista, quando o quadro campineiro ficou em segundo lugar na classificação final ao lado do Palmeiras, com 22 pontos ganhos.

                                 Dono de um estilo perigosamente clássico, Samuel gostava de ouvir os aplausos da torcida enquanto aplicava temerosos “chapéus” nos atacantes adversários. Incomodado com o entusiasmo do rapaz, o técnico Zé Duarte ajeitava o surrado boné e mastigava um raminho amargo de grama entre os dentes!

                                Andando como uma verdadeira fera enjaulada, o treinador da Ponte Preta não escondia mais sua preocupação: “Já te falei Samuel, um dia a casa vai cair”. Até que o tal dia chegou! O adversário foi o Corinthians, em Campinas. A Ponte Preta vencia pelo placar de 1×0, até que Samuel resolveu aplicar um de seus famosos “chapéus” justamente no sempre perigoso Ivair, “O Príncipe”.

                                Então, os torcedores da Ponte foram ao completo delírio nas arquibancadas do Moisés Lucarelli. Repleto de confiança, o bondoso Samuel fez mais um lance de efeito. Instantes depois, o mesmo Ivair roubou a bola e marcou o gol de empate do Corinthians.

                                Em 1971, Samuel deixou a cidade de Campinas ao firmar compromisso com o São Paulo Futebol Clube. Trabalhou muito e aos poucos conquistou seu lugar no time que foi vice-campeão paulista invicto em 1972.

                                Tudo corria bem até o mês de dezembro de 1972, quando Samuel apresentou problemas nos meniscos do joelho direito e passou vários meses afastado em decorrência da necessária cirurgia.

                                Quando retornou aos gramados, Samuel sentiu o joelho novamente e passou o ano de 1973 praticamente inteiro no departamento médico. Voltou ao elenco no início de 1974, mas o técnico José Poy julgou melhor preservar o jogador!

                                Com dificuldades para recuperar seu lugar, já que Arlindo e Paranhos formavam uma boa dupla, uma proposta do Cruzeiro quase o tirou do tricolor do Morumbi. Refeito dos problemas no joelho, nem tudo foram flores! Conforme colaboração de João Domingos Custodio, Samuel participou de um lance curioso em uma partida disputada contra o Santos no Pacaembu, jogo válido pelo campeonato nacional de 1974.

                                O São Paulo vencia o clássico por 1×0, até o momento em que o goleiro Waldir Peres decidiu soltar a bola no chão para ganhar tempo, sem perceber que Pelé estava perigosamente próximo!

                                Entre Pelé e Waldir Peres, Samuel foi agarrado pelo camisa 10 do Santos, que simulando uma penalidade prontamente foi ao chão. Um tanto distante, o árbitro convicto marcou o pênalti, apesar dos protestos inflamados dos jogadores do tricolor. O duelo terminou empatado em 1×1.

                                Vice-Campeão da Taça Libertadores da América em 1974 e campeão paulista de 1975, Samuel declarava publicamente sua gratidão ao “Clube da Fé”. Contudo, o zagueiro não estava mais feliz no Morumbi. No São Paulo, Samuel disputou 104 partidas; com 54 vitórias, 37 empates e 13 derrotas. Os registros foram publicados pelo Almanaque do São Paulo, do autor Alexandre da Costa.

                                 Em janeiro de 1976, os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras ofereceram uma boa proposta financeira, o suficiente para Samuel trocar de casa! Tão logo chegou ao Parque Antártica, Samuel encontrou algumas dificuldades em sua adaptação. Então, o técnico Dino Sani o colocou no banco de reservas.

                                 O aborrecimento da reserva terminou depois que Dudu assumiu o comando do Palmeiras. De novo entre os titulares, Samuel conquistou o campeonato paulista de 1976. Quando tudo parecia voltar aos trilhos da normalidade na sofrida caminhada de Samuel, o Palmeiras contratou o chileno Mario Soto e o grandalhão Beto Fuscão do Grêmio. E Samuel, aborrecido, não tinha mais ânimo para brigar novamente pela posição.

                                  Pelo alviverde foram 63 partidas disputadas; com 37 vitórias, 18 empates e 8 derrotas. Os números fazem parte do Almanaque do Palmeiras, dos autores Celso Dario Unzelte e Mário Sérgio Venditti. Conhecedor da situação do jogador, o Sport Club do Recife (PE) fez uma oferta com um salário atrativo para contar com seu futebol. E lá foi Samuel de mala e cuia para Recife!

                                 Jogando pelo Sport Recife, Samuel conquistou o título pernambucano de 1977, o terceiro título estadual consecutivo em sua carreira. Em 1978 voltou ao cenário paulista para defender o Esporte Clube Noroeste de Bauru (SP), equipe onde também encerrou sua trajetória pelos gramados.

                                  Depois do futebol, Samuel voltou para Campinas e estabeleceu uma consultoria no segmento de Recursos Humanos. Vitimado por um acidente automobilístico, o ex-zagueiro perdeu uma das vistas.  Com problemas cardíacos, Samuel Arruda faleceu no dia 5 de fevereiro de 2006, na cidade de Campinas (SP).

Em pé Teodoro, Wilson, Samuel, Araújo, Nélson e Santos       –    Agachados Alan, Dicá, Manfrini, Roberto Pinto e Ézio
Em pé: Teodoro, Wilson Quiqueto, Samuel, Henrique, Nelsinho Baptista e Santos     –      Agachados: Alan, Dicá, Manfrini, Roberto Pinto e Ézio
Em pé: Gilberto, Sérgio, Samuel, Teodoro, Arlindo e Forlan     –      Agachados: Ratinho, Terto, Zé Carlos, Rocha e Piau
Em pé: Gilberto Sorriso, Sergio Valentim, Roberto Dias, Samuel, Teodoro e Nelsinho Baptista    –    Agachados: Terto, Zé Carlos, Toninho Guerreiro, Pedro Rocha e Serginho Chulapa

Em pé: Valdir, Emerson Leão, Arouca, Pires, Samuel e Ricardo    –      Agachados: Edu Bala, Jorge Mendonça, Toninho, Ademir da Guia e Nei
Em pé: Valdir, Leão, Arouca, Pires, Samuel e Ricardo     –    Agachados: Edu, Jorge Mendonça, Toninho, Ademir da Guia e Nei

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