PAULO: autor do gol mais rápido do Parque São Jorge – 12 segundos

                Paulo Pisaneschi nasceu dia 1 de novembro de 1930, na cidade de São Paulo – SP. Conhecido como Paulo Carvoeiro por conta de sua ocupação anterior ao futebol, o mesmo Paulo Tanque ou ainda Paulo Pedra. Brilhou como atacante do Corinthians na década de 1950. Vestiu a camisa alvinegra de Parque São Jorge em 254 oportunidades. Venceu 147, empatou 58 e perdeu 49. Tem a expressiva marca de 146 gols marcados, que o coloca entre os maiores artilheiros da história do time paulista. Em 1957, marcou um gol no último minuto de jogo num clássico contra o Santos, que garantiu ao Corinthians a posse da Taça dos Invictos em definitivo. Fez parte do elenco que conquistou o título do IV Centenário em 1954 e em 1959 defendeu nossa Seleção Brasileira em quatro partidas e que o Brasil disputou o Campeonato Sul-americano. Foram duas vitórias e duas derrotas. Marcou três  gols com a camisa canarinho, ou seja, dois contra o Paraguai quando vencemos por 3 a 2 e um contra o Equador, quando vencemos por 3×1.

CORINTHIANS

               Paulo começou sua carreira no Nacional da capital paulista. Chegou ao Parque São Jorge em 1954. Sua estréia aconteceu dia 3 de fevereiro de 1954, quando o Corinthians realizou um jogo amistoso contra o Universitário, do Peru. O jogo foi no Estádio Nacional, em Lima e o resultado foi de 3 a 3. E já na sua estréia deixou sua marca de artilheiro marcando um dos gols corintianos. Os outros dois foram marcados por Roberto Belangero e Souzinha. Neste dia o alvinegro jogou com; Gilmar, Idário, Olavo, Julião e Diogo; Roberto Belangero e Luizinho; Cláudio, Paulo, Carbone e Simão. O técnico era Rato. Durante o Campeonato Paulista de 1954, Paulo não chegou a ser o titular da equipe, mas fez vários jogos e ajudou a equipe a sagrar-se Campeão do IV Centenário, um título que era cobiçado por todos os clubes grandes.

O GOL MAIS RÁPIDO

               Paulo entrou para a história do Corinthians ao marcar o gol mais rápido no Estádio Alfredo Schuring, mais conhecido por Parque São Jorge. Isto aconteceu dia 18 de novembro de 1956, quando o alvinegro derrotou o XV de Piracicaba por 3 a 0. O primeiro gol foi marcado por Paulo aos 12 segundos de jogo. Os outros dois gols foram marcados por Cláudio aos 21 minutos cobrando pênalti e o terceiro foi marcado novamente por Paulo, aos 33 minutos da segunda etapa. O árbitro da partida foi o inglês Harry Davis. Aqui vale uma observação.  No dia 4 de agosto de 1974, Rivelino marcou um gol aos 5 segundos, quando o Corinthians goleou o América de São José do Rio Preto por 5 a 0. O goleiro Piraji ainda se benzia encostado em uma das traves, quando deu a saída e Rivelino chutou do meio de campo. Os gols da partida foram anotados por Rivelino, Zé Roberto, Vaguinho e Lance (2). Acontece que o gol de Rivelino foi marcado no segundo tempo e isto a Fifa não aceita, pois só é válido quando o gol é anotado na primeira etapa.

O GOL MAIS IMPORTANTE

               Paulo marcou 146 gols com a camisa corintiana, no entanto, o mais importante de todos aconteceu dia 3 de novembro de 1957, quando o Corinthians enfrentou o Santos pelo primeiro turno do Campeonato Paulista. Para conquistar em definitivo a Taça dos Invictos, o Corinthians precisava de mais um jogo sem derrota, para completar 25 partidas invictas. O adversário era o ascendente Santos de Pelé. Foi um jogo dramático do início ao fim. O Corinthians abriu o placar através de Boquita aos 15 minutos. Pelé virou o placar aos 16 e 19 minutos. Goiano empatou aos 35 e assim terminou a primeira etapa. Veio o segundo tempo e logo aos 5 minutos, Pelé marcou o seu terceiro gol na partida, deixando a equipe santista em vantagem no marcador, 3 a 2.

               O tempo ia passando e o Corinthians precisando de pelo menos mais um gol para por a mão na Taça em definitivo. Quando faltava um minuto para terminar o jogo, Paulo que estava jogando improvisado de zagueiro, marcou o gol de empate. Final de jogo, Corinthians 3×3 Santos. O jogo foi no Pacaembu e o árbitro foi o argentino Juan Brozzi. Neste dia o Corinthians jogou com; Gilmar, Olavo, Goiano, Paulo e Oreco; Valmir e Rafael; Cláudio, Luizinho, Índio e Boquita. O técnico era Osvaldo Brandão.  O Santos que tinha uma equipe fantástica jogou com; Laércio, Fioti, Ramiro, Getúlio e Dalmo; Zito e Alvaro; Dorval, Pagão, Pelé e Tite. O técnico era Luiz Alonso Peres, o popular Lula.

               Depois desse jogo, o Corinthians ainda ficou mais dez jogos sem perder. A derrota só veio no dia 22 de dezembro de 1957, e foi justamente para o Santos que venceu por 1 a 0, gol de Dorval. E foi a partir dessa derrota, que começou o mais longo dos tabus, ou seja, o Corinthians ficou 11 anos sem vencer o Santos em Campeonato Paulista. A quebra do Tabu só veio acontecer dia 6 de março de 1968, quando venceu por 2 a 0, gols de Paulo Borges e Flávio.

              Paulo jogou no Corinthians de 1954 até 1959. Sua última partida com a camisa alvinegra, aconteceu dia 19 de agosto de 1959, quando o Corinthians perdeu para o Taubaté por 2 a 1 em pleno Pacaembu. O jogo era válido pelo primeiro turno do Campeonato Paulista. O único gol corintiano foi marcado por Zague, enquanto que Ivan e Tec marcaram para o Burro da Central. Neste dia o Corinthians jogou com; Cabeção, Walmir, Olavo, Ari Clemente e Oreco; Roberto Belangero e Rafael; Miranda, Luizinho, Paulo e Zague. O técnico era Sylvio Pirilo. 

               Em 1956, Paulo marcou o maior número de gols do Campeonato Paulista, somando-se o Torneio de Classificação e a fase final. Ao todo foram 27 gols, dividindo a artilharia com Zezinho do São Paulo F.C. Durante os seis anos que jogou no Corinthians, sagrou-se campeão por treze vezes, mas os títulos mais importantes foram o Campeonato Paulista e o Torneio Rio-São Paulo, ambos em 1954. Ao todo Paulo marcou 146 gols e é o décimo maior artilheiro da história do Corinthians. Ao deixar o Corinthians já com 30 anos de idade, foi para o Recife, onde defendeu o Náutico por três anos. Por lá sagrou-se campeão pernambucano em 1960 e campeão do Torneio Início de 1962. Depois jogou ainda na Ponte Preta de Campinas e também no São Carlos, onde encerrou sua brilhante carreira. 

SELEÇÃO BRASILEIRA

               Paulo defendeu a Seleção Brasileira em quatro oportunidades, quando o Brasil disputou o Campeonato Sul-americano em 1959, na cidade de Guayaquil, Equador. Sua estréia com a camisa canarinho, aconteceu dia 5 de dezembro, quando o Brasil derrotou o Paraguai por 3 a 2, com dois gols de Paulo de um de Zé de Mello. Na segunda partida contra o Uruguai dia 12 de dezembro, o Brasil perdeu por 3 a 0. Na terceira partida dia 19 de dezembro, o Brasil derrotou o Equador por 3 a 1, com gols de Geraldo, Paulo e Zé de Mello. E na sua última apresentação pela nossa seleção que aconteceu dia 22 de dezembro, o Brasil perdeu para a Argentina por 4 a 1.

               O único gol brasileiro foi anotado por Geraldo. Sendo assim, Paulo disputou quatro partidas pela nossa seleção. Venceu duas e perdeu duas. Marcou três gols. O Campeonato Sul-americano de Futebol de 1959, foi a 27ª edição da competição entre seleções da América do Sul. Foi a segunda edição no ano de 1959. A primeira aconteceu no primeiro semestre na Argentina, onde os donos da casa sagraram-se campeões. O Brasil ficou em segundo lugar e o artilheiro foi Pelé com 8 gols. Nesta segunda edição, participaram da disputa cinco seleções: Argentina, Brasil, Equador, Paraguai e Uruguai. O Uruguai foi o campeão, enquanto que a Argentina ficou em segundo lugar.

               Ao todo foram marcados 40 gols e o artilheiro foi José Sanfilippo, da Argentina com seis gols. A seleção brasileira que era formada somente por jogadores do Pernambuco, tinha os seguintes craques: Barbosa, Biu, Bria, Clovis, Dodô, Edson, Elcy, Elias, Geraldo, Fernando, Geraldo, Givaldo, Goiano, Paulo, Servilio, Tião, Traçaia, Valter, Waldemar, Zé Maria, Zé de Mello e Zequinha, o técnico era Gentil Cardoso.

               Paulo Pisaneschi, o nosso Paulo Carvoeiro ou então Paulo Pedra devido ao seu físico avantajado, morreu dia 19 de abril de 1980, aos 49 anos de idade. Foi um jogador raçudo, que não tinha medo dos zagueiros violentos, pelo contrário, dividia todas as bolas e ia levando tudo que tinha pela frente, aproveitando-se do seu porte físico. Ao chegar no Corinthians em 1954, não teve muitas oportunidades, pois o time já estava definido e seria muito difícil ser titular daquele ataque arrasador que conquistou o título paulista daquele ano, mas teve a honra de disputar várias partidas e fazer parte daquele elenco que entrou para a história do futebol brasileiro, ao conquistar o título mais cobiçado na época, o título do IV Centenário da cidade de São Paulo. Mas com o passar do tempo, foi mostrando seu futebol e acabou conquistando a Fiel torcida corintiana com seus inúmeros gols. Disputou 254 partidas pelo alvinegro de Parque São Jorge e em 146 vezes balançou a rede adversária.

Em pé: Cabeção, Ari Clemente, Olavo, Oreco, Roberto Belangero e Ivan     –    Agachados: Bataglia, Paulo, Índio, Rafael e Tite
Rafael – Paulo – Luizinho
Em pé: Oswaldo Brandão, Cerri (ou Cherry), Olavo, Alan, idário, Valmir e Goiano    –     Agachados: Nonô, Cláudio, Paulo, Nardo e Simão
Em pé: Alan, Idário, Julião, Gilmar, Olavo e Roberto Belangero    –    Agachados: Cláudio, Luizinho, Rafael, Paulo e Zezé
Em pé: Idário, Alan, Olavo, Walmir, Gilmar e Roberto Belangero   –     Agachados: Cláudio, Paulo, Baltazar, Rafael e Zezé

Em pé: Cabeção, Walmir, Oreco, Olavo, Ivan e Roberto Belangero     –    Agachados: Bataglia, Paulo, Zague, Rafael e Tite

Em pé: Zito, Gilmar, Formiga, Olavo, Ramiro, Mauro e o roupeiro Serrone (do São Paulo)    –     Agachados: Cláudio, Del Vecchio, Paulo, Dino Sani e Tite
Cláudio, Paulo, Gilmar e Olavo

 

 

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