ZANATA: ídolo no Flamengo e no Vasco

                        Carlos Alberto Zanata Amato nasceu na pacata cidade de São José do Rio Pardo (SP), em 6 de setembro de 1950. Na ginga de corpo, o estilo acadêmico de um garoto que conquistou rapidamente o carinho dos torcedores do time da Gávea. Alto como Carlinhos “Violino” e franzino como Déquinha, o tímido Zanata deixou o interior paulista para tentar a sorte no time de maior torcida do Brasil.

FLAMENGO

                        Zanata chegou ao Clube de Regatas do Flamengo em meados de 1966, quando foi indicado pelo ex-jogador do Flamengo, Velau; que além de descobrir talentos para o futebol mantinha uma oficina mecânica em São José do Rio Pardo.

                        Bastante reservado, o paulista Zanata parecia um tanto perdido na “Cidade Maravilhosa”. Sentia saudades da vida pacata de São José do Rio Pardo, cidade que também revelou Antônio José Rondinelli Tobias para o mesmo Flamengo.

                        No findar de 1969, aos 19 anos de idade, Zanata recebia do treinador Joubert sua esperada oportunidade de jogar no time principal do Flamengo, ao lado dos amigos Liminha e Fio Maravilha. Conhecido entre os companheiros como “Popó”, ou “Paletó Velho”, suas atuações no  Torneio Internacional de Verão, na Taça Guanabara e no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ambos em 1970, foram mais do que suficientes para sua afirmação no cenário carioca.

                        Jogador de grande mobilidade, Zanata era utilizado na posição de volante, apesar da evidente percepção de que seu futebol ficava limitado naquela posição. Campeão da Taça Guanabara de 1970, Zanata foi cogitado nas convocações da Seleção Brasileira. Mas, para o técnico Yustrich, toda essa badalação prejudicava o próprio desenvolvimento de Zanata. E Yustrich dizia; O Zanata era um menino humilde até que a imprensa o estragou. Essa história de Seleção Brasileira aconteceu fora de hora e isso prejudicou o jogador.

                       Abaixo, uma participação de Zanata durante o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970: 27 de setembro de 1970 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Taça de Prata) – São Paulo 0x2 Flamengo – Estádio do Morumbi – Árbitro: Sebastião Rufino – Gols: Nei e Fio.

                      Neste dia o São Paulo jogou com: Sérgio, Forlan, Jurandir, Roberto Dias e Gilberto; Pedro Rocha e Nenê; Paulo, Terto, Toninho (Zé Roberto) e Paraná. Técnico Zezé Moreira. Já o Flamengo jogou com a seguinte foramação: Ubirajara; Onça, Washington, Reyes e Paulo Henrique; Zanata e Liminha; Doval (Rodrigues Neto), Fio, Nei (Caio) e Mário Sérgio. Técnico: Yustrich.

                       E foi o técnico Yustrich, que na intenção de melhorar o rendimento do time no meio de campo, decidiu aproveitar Zanata na função de meia armador. Na primeira edição da “Bola de Prata” da revista Placar em 1970, o resultado das apurações revelou o que todos já esperavam: Zanata foi um dos ganhadores do disputado prêmio. Contudo, Zanata fraturou a perna esquerda em 1971. Entre os temores do esquecimento e o descanso em São José do Rio Pardo, o jogador fazia planos e sentia muita falta dos gramados.

                        Inativo por um tempo considerável, Zanata voltou e precisou convencer que já estava pronto para outra. O departamento médico do clube, por sua vez, considerou um tanto arriscado aproveitar o jogador de forma imediata. Refeito do trauma, Zanata participou das conquistas do Torneio Internacional de Verão, Torneio do Povo, Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, todos em 1972.

                        Quando Mário Jorge Lobo Zagallo aportou na Gávea o rumo das coisas foram ficando diferentes. O “Velho Lobo” não estava certo da total recuperação de Zanata e decidiu manter Liminha e Zé Mário. Mesmo quando Zé Mário se machucou, Zanata voltou ao time e Zagallo achou que ele não foi bem. Depois de algumas entrevistas do jogador, interpretadas como um sinal de rebeldia, Zagallo aconselhou os diretores para aceitar uma proposta do Vasco.

                          Zanata realizou um total de 140 partidas pelo Flamengo. Foram 65 vitórias, 44 empates, 31 derrotas e 16 gols marcados. Os números fazem parte do Almanaque do Flamengo.

VASCO DA GAMA

                          Em 1973 Zanata foi negociado com o Club de Regatas Vasco da Gama por 800.000 cruzeiros. Feliz, o técnico Mário Travaglini sonhava com Zanata no lugar de Buglê, que naquela oportunidade já manifestava seu interesse em deixar o clube, além da incerteza da permanência de Tostão.

                          Campeão brasileiro de 1974 e campeão carioca de 1977, Zanata permaneceu no Vasco de 1973 até 1978. Entre 1978 e 1981, o meio campista jogou no futebol mexicano defendendo o Monterrey.

                           De volta ao Rio de Janeiro, Zanata recusou uma proposta do Bangu e acertou com o Coritiba, onde encerrou sua carreira como jogador profissional. Algum tempo depois iniciou sua trajetória como treinador.

Em pé: Onça, Ubirajara, Washington, Reyes, Zanata e Paulo Henrique   –    Agachados: Doval, Liminha, Ney, Fio Maravilha e Caldeira
Em pé: Murilo, Ubirajara, Alcântara, Reys, Zanata e Paulo Henrique    –   Agachados: Caldeira, Liminha, Doval, Nei e Fio Maravilha
Em: Murilo, Adão, Washington, Tinho, Zanata e Paulo Henrique     –    Agachados: Ademir, Liminha, Adãozinho, Fio Maravilha e Arílson

Em pé: Geraldo, Orlando, Mazaropi, Abel Braga, Luiz Augusto e Zanata    –     Agachados: Pai Santana (massagista), Luís Fumanchu, Zé Mário, Ramon, Dirceu e João Paulo
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