PLATINI: um dos maiores ídolos do futebol francês

                    Michel François Platini nasceu dia 21 de junho de 1955, em Joeuf, uma pequena cidade da França. Ninguém poderia imaginar que um menino franzino, nascido no interior da França, estaria entre os maiores jogadores de futebol do mundo. Mas ele conseguiu e fez com que torcidas no mundo inteiro não mais esquecessem de seu nome: Platini.  Poucos tiveram tantos títulos e glórias como ele. Em três anos consecutivos; 1983, 84 e 85, o craque francês foi considerado o melhor jogador da Europa pela revista Frace Footeball. E não era para menos. Platini impressionou logo no início da carreira, quando participou, em 1976, dos Jogos Olímpicos de Montreal, no Canadá. As Copas do Mundo também foram palco para as suas incontáveis belas jogadas. Ele esteve em três edições da competição: em 1978, 1982, e 1986.

                   Uma de suas melhores atuações em Mundiais aconteceu no México, justamente contra o Brasil, nas quartas-de-final. Platini marcou, impressionou e deu trabalho ao time brasileiro. Nos pênaltis, os franceses foram para as semifinais enquanto o time de Telê Santana teve que voltar para casa mais cedo. Mas, além do azul da camisa da França, outras cores também marcaram a trajetória de Platini. Trata-se do preto e branco da Juventus, equipe que viu os pés do habilidoso francês escreverem a história de três títulos: os campeonatos italianos de 1982, 84 e 86. Isso sem contar a Copa dos Campeões e o Mundial Interclubes que chegaram em 1985.

                  Em 1987, Platini encerrou sua carreira dentro dos gramados, mas nem por isso sua ligação com o futebol se enfraqueceu. Dois anos depois, já era técnico da seleção francesa. No entanto, ele não classificou a França para a Copa do Mundo de 1990, nem fez uma boa campanha na Eurocopa de 1992. Contudo, as conquistas de Platini ainda continuariam. Co-presidente do Comitê Organizador da Copa de 1998, o ex-jogador viu a França conquistar, em casa, o título mais importante do futebol. Isto aconteceu no dia 12 de julho de 1998, quando a França venceu o Brasil por 3 a 0, com dois gols de Zidane e um de Petit.

INÍCIO DE CARREIRA

                   Aos 16 anos, Platini passou a jogar no AS Joeuf, o principal time de sua região. Habilidoso não demorou muito para despertar a atenção das categorias de base dos grandes times do país. Acabou sendo convidado pelo Metz para realizar testes. No entanto, o sonho de se tornar profissional teve que esperar mais um pouco. Os exames médicos apontaram uma baixa capacidade respiratória. Mas não iria demorar muito para perceberem que qualquer insuficiência na respiração, ou até o jeito franzino de Platini, não seriam problemas. Se o Metz não quis, veio o Nancy e não perdeu tempo. Isso aconteceu em 1972. O time vinha mal e chegou a cair para a segunda divisão.

                  E com apenas 18 anos, Platini, na temporada seguinte, foi um dos responsáveis pelo retorno do Nancy à elite do futebol francês. Logo depois foi negociado com o St-Etienne, onde Platini também faria história com a camisa verde. Seu sucesso no futebol já estava consolidado. Em 1981, passou a chamar a atenção dos clubes dos outros países da Europa. E não era para menos. Contra a Holanda, Platini classificou a França para a Copa do Mundo da Espanha com um gol de falta na vitória por 2 a 0. E com o mesmo placar, o ídolo conquistou, diante do Bordeaux, seu único título de Campeonato Francês na carreira.

JUVENTUS DA ITÁLIA

                   Em 1982, Platini assinou contrato com o clube que para muitos foi sua principal equipe. A Juventus, da Itália, pagou US$ 11 milhões e pôs a camisa alvinegra sobre aquele que seria considerado, por três vezes consecutivas o melhor jogador europeu. A única exigência de Platini: ter cem por cento de disponibilidade para a seleção de seu país. Logo no primeiro ano na Juventus, Platini foi campeão italiano. No segundo, veio a Copa da Itália e o reconhecimento: pela primeira vez ganha a Bola de Ouro. Receberia esse título nos dois anos seguintes. Um novo título italiano veio em 1984, ano em que Platini venceu a Eurocopa pela seleção francesa.

                  Os títulos mais importantes de sua carreira, e da história da Juventus, vieram em 1985. Primeiro, o time comandado dentro de campo por Michel Platini conquistou a Copa dos Campeões. Com o direito de disputar o Mundial Interclubes, a “Vecchia Signora” não fez feio. Após um empate por 2 a 2 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação, a equipe italiana derrotou o Argentinus Juniors nos pênaltis por 6 a 4 e ergueu a taça.

                 O ano de 1986 ficou marcado pelo terceiro lugar na Copa do Mundo, no México, e por mais um título de Campeonato Italiano. No ano seguinte, seguidas contusões e o descaso da família Agnelli, proprietária da Juventus, tiraram de Platini a vontade de continuar a jogar futebol. “Não dá mais, sei que vou sentir falta, mas o prazer acabou”, afirmou na época. Sua despedida da seleção da França aconteceu em maio de 1988, num amistoso beneficente contra a seleção do Resto do Mundo. O jogo terminou empatado por 2 a 2, mas a vitória foi da campanha Anti-Drogas, que viu Platini atuando pela última vez diante de ídolos como Maradona e Matthaus.

SELEÇÃO FRANCESA

                 Atuando dentro dos gramados, Michel Platini não ganhou nenhuma Copa do Mundo. Mas com certeza deixou para milhões de pessoas deste planeta, todo seu talento, sua habilidade, sua maestria no comando da seleção francesa e um belo exemplo de jogador de futebol. Tendo estreado na seleção da França em 1976 e jogado nas Olimpíadas de Montreal, Platini foi convocado para a Copa do Mundo da Argentina dois anos depois. A campanha dos franceses na Argentina foi ruim. Logo na primeira partida, a Itália venceu por 2 a 1, de virada. A situação dos “Azuis” começava a ficar complicada. Ainda mais porque a segunda seleção adversária era a dona da casa. A Argentina ganhou por 2 a 1, mas teve dificuldades.

                Platini marcou, naquele confronto, seu primeiro gol em Copas, empatando o jogo por 1 a 1. Contra a Hungria, Platini conheceu pela primeira vez o que era uma vitória em Copa do Mundo. Mesmo sem ele marcar, sua equipe venceu por 3 a 1. Chegava o ano de 1982 e Platini lá estava novamente disputando mais uma Copa. Chegou a estar no banco de reservas, mas voltou para enfrentar os alemães. Chegou a marcar um gol, mas na decisão dos pênaltis, viu mais uma vez o sonho de disputar uma final se acabar.

                 México, 1986, enfim os caminhos de Platini se cruzariam com os da seleção brasileira numa Copa do Mundo. Este jogo aconteceu dia 21 de junho de 1986. No tempo normal, o jogo ficou no 1 a 1. Careca abriu o placar aos 17 minutos. Platini empatou aos 40. Na prorrogação o Brasil teve um pênalti a seu favor. Zico, que havia entrado aos 27 minutos do segundo tempo, cobrou e o goleiro Bats defendeu. A decisão foi então para as penalidades máximas.  Platini perdeu sua cobrança.

                No entanto, seu país chegaria à semifinal graças aos péssimos chutes de Júlio César e Sócrates. No entanto, mais uma vez no caminho da França havia a Alemanha. Mesmo jogando bem, Platini não evitou uma nova decepção. Os alemães venceram por 2 a 0 e iam para a segunda final consecutiva. Pelo menos, a última participação de Platini em Copas do Mundo ficaria marcada pelo terceiro lugar, conquistado contra a Bélgica. Foi 2 a 2 no tempo normal e 2 a 1 na prorrogação.

PÓS JOGADOR

                 Um ano depois de disputar sua última Copa do Mundo, resolveu encerrar sua carreira em 1987, e já tornava-se técnico da seleção francesa, mas não teve o mesmo sucesso dos tempos de jogador. Classificou a equipe apenas para a Eurocopa 1992, onde caiu na primeira fase, sendo dispensado após o torneio.  Para o mundial de 1998, na França, Platini já não era mais o técnico da seleção francesa, mesmo assim, ele não ficou de fora daquela Copa. Ao contrário, ele foi co-presidente do Comitê Organizador e cuidou da divulgação da competição, além de despertar nas sedes a motivação necessária para o evento mais importante do futebol. Quando a Copa começou, era possível ver Platini na maioria dos jogos, sempre ao lado do então presidente da Fifa, João Havelange. Em 2007, foi eleito em 26 de Janeiro presidente da UEFA, em Düsseldorf, Alemanha, derrotando o sueco Lennart Johansson, por 27 votos contra 23.

                 Ícone do futebol francês, Platini é filho de italianos que emigraram para a França, onde inclusive abriram um restaurante especializado em massas. Michel, cuja pronúncia de seu sobrenome é originalmente “Platíni” na língua italiana, acabaria marcando época não só no país onde nasceu, mas também na terra de seus pais. Platini não conseguiu ganhar nenhuma Copa como jogador, mas em 1998 ele se consagrou, mesmo estanto por trás da organização do espetáculo. E assim Platini também esteve presente na conquista do título mais importante da França.

SELEÇÃO  FRANCESA DE 1986
Edinho e Platini na Copa de 1986

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