BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS – Fundado em 12 de Agosto de 1904

                         1904 – A aula de álgebra do professor, e general, Júlio Noronha não atrai a atenção do aluno Flávio Ramos, de 14 anos, numa manhã de agosto, no Colégio Alfredo Gomes, em Botafogo.  Seus pensamentos estão longe da sala, embora no mesmo bairro. E são expressos no bilhetinho, rabiscado às pressas, que ele passa ao colega Emanoel Sodré, o Mimi.   Ali, é sugerida a criação de um time de futebol, no Largo dos Leões. Assim, de forma singela, nasce uma das maiores instituições do futebol brasileiro.

                         Na tarde de 12 de agosto, Flávio, Mimi e vários outros jovens reúnem-se num casarão na esquina da Rua Humaitá com o Largo dos Leões. Um dos presentes leva um bloco de recibos de um clube extinto, o Electro, que é o primeiro nome que surge como sugestão para o novo time. O bloco destina-se a cobrar a primeira mensalidade do clube, no valor de 2 mil réis. Outro garoto, Itamar Tavares, que estudou alguns anos na Itália e apaixonou-se pela Juventus de Turim, sugere uniforme parecido para a equipe que estão criando: camisas com listras verticais em preto e branco.

                         Marca-se uma nova reunião para seis dias depois. Antes dela, a avó de Flávio (aquele do bilhetinho) sugere um nome mais apropriado para o time, que homenageie o bairro em que se situa. E é formado o Botafogo Football Club.  Alfredo Guedes de Mello é eleito o primeiro presidente. O time faz seus primeiros treinos ali mesmo, no Largo dos Leões, com as palmeiras servindo de balizas. O primeiro jogo é no dia 2 de outubro, na Tijuca, contra o Football and Athletic Club, que perde por 3×0.      O Botafogo faz seus primeiros jogos num campo da Rua Conde de Irajá.

1906  –  O Botafogo participa de seu primeiro Campeonato Carioca.

1907  –  O time termina o campeonato empatado com o Fluminense e ambos são proclamados campeões. Esse título será alvo de disputas judiciais até 1.990, quando a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro ratifica o Botafogo como campeão, juntamente com o Fluminense.

1910  –  Pela primeira vez, o Botafogo é campeão carioca, o que lhe vale o epíteto de “O Glorioso”.

                        1912  –  O time é despejado do terreno na Conde de Irajá e aluga uma área abandonada, na Rua General Severiano, por 300 mil réis.

1925   –   No segundo dia do ano, o presidente Artur Bernardes sanciona um projeto do Congresso que autoriza o aforamento do imóvel da General Severiano ao Botafogo.

                        1928  –  A sede do clube, na General Severiano, é inaugurada.

                        1930  –   O time volta a ser campeão carioca.

                        1932  –   Com o futebol carioca dividido, duas ligas coexistem ao mesmo tempo, uma defendendo o amadorismo, outra, o profissionalismo que começa a ser implantado no futebol do país. O Botafogo, fiel à Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, conquista o título. Os demais grandes, reunidos em outra entidade, chamam a Amea, jocosamente, de Liga Barbante.

1933  –  O Botafogo é bicampeão, pela Amea.

                         1934  –  Neste ano chega ao Tri.

1935 – Agora na Federação Metropolitana de Futebol, o Botafogo é tetra. O feito, único na história do futebol carioca, é transformado em quatro estrelinhas sobre o escudo do clube.

1938  –  A 28 de agosto, o Botafogo vence o Fluminense por 3×2, na inauguração do Estádio de General Severiano.

                                       1942  –   No dia 8 de dezembro, o Botafogo Foot Ball Clube e o Clube de Regatas Botafogo, fundado em 1 de julho de 1.894, fundem-se. E o clube passa a ser, definitivamente, Botafogo de Futebol e Regatas.


1948  –   O Botafogo volta a ser campeão carioca. Nesse ano, chega ao clube um jogador que viria a ser um de seus maiores mitos: Nílton Santos.

1953  –   Inicia-se a era do maior jogador da história do Botafogo: Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha.

                                       1957  –  O time conquista o seu primeiro título carioca no Maracanã.

1961  –   O Botafogo volta a ser campeão carioca.

                                       1962  –  No ano do bi-campeonato carioca, o Botafogo tem cinco jogadores titulares na seleção brasileira bicampeã mundial. E é campeão, pela primeira vez, do Rio-São Paulo.

                                       1964  –   O Botafogo é campeão do Rio-São Paulo juntamente com o Santos.

                                       1966  –   A equipe vence novamente o Rio-São Paulo, juntamente com Vasco, Santos e Corinthians.

                                       1967  –   O time reconquista o título carioca e vence também a Taça Guanabara.

1968  –   Bicampeão carioca e da Taça Guanabara.

                                       1969  –   A décima edição da Taça Brasil, que começara a ser disputada no ano anterior, é conquistada pelo Botafogo. Em declínio, ela acaba extinta. E o troféu fica em General Severiano.

1977  –   O clube vende a sua sede de General Severiano para a Vale do Rio Doce, para saldar dívidas com a Previdência, e instala-se no subúrbio de Marechal Hermes.

                                       1989  –   Depois de um jejum de 21 anos, o Botafogo conquista, invicto, o Campeonato Carioca.
1990  –  Com apenas uma derrota, o time é bicampeão carioca.

                                       1991  –   A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprova a volta do clube ao terreno da Rua General Severiano, que está abandonado, mediante uma troca com a Vale do Rio Doce, que fica com a sede do clube no Mourisco.                                      

                                      1993  –   Nos pênaltis, diante do Peñarol, no Maracanã, o Botafogo conquista o seu primeiro título internacional oficial, o da Copa Conmebol.

1995  –   O Botafogo conquista, pela primeira vez, o Campeonato Brasileiro.

1996  –   O time é campeão, invicto, a Taça Cidade Maravilhosa, uma espécie de pré-Campeonato Carioca, num único turno, com as oito principais equipes do estado.

                                       1997  –   Já com a sede de General Severiano reformada e modernizada, o clube conquista a Taça Guanabara e o Campeonato Estadual.

                                       1998  –   O Botafogo é campeão do Rio-São Paulo.

                                        2003  –     O Botafogo é campeão da Série “B” do Campeonato Brasileiro, juntamente com o Palmeiras. 

 

Estrela Solitária

                                      A Estrela Solitária, presente no escudo, na bandeira e na flâmula do clube, era o símbolo máximo do Club de Regatas Botafogo. Originalmente, possuía um formato diferente: tinha em cada ponta uma tonalidade, dividindo-as em preto e branco, dando efeito de sombra. Contudo, foi substituída nos primeiros anos pelo famoso modelo da estrela de cinco pontas branca em um fundo preto.

                                     A Estrela Solitária representa a Estrela D’Alva e foi adotada porque os remadores do clube, que cedo madrugavam na Enseada de Botafogo, frequentemente viam o planeta Vênus brilhando no ceú. Com a fusão dos dois clubes, a estrela apontada para o Zênite também foi adotada como símbolo do futebol. O Botafogo de Futebol e Regatas recebeu como um dos apelidos “clube da Estrela Solitária”

                                    O Club de Regatas Botafogo não possuía um escudo oficial. Havia, porém, um escudo usado popularmente que continha a Estrela Solitária, remos e o monograma do clube, com as iniciais CRB. No uniforme, o clube usava apenas um monograma com a estrela no topo. Em 1919, a estrela se sobrepôs às iniciais, que passaram para dentro dela. Já o escudo do Botafogo Football Club foi desenhado a nanquim por um de seus fundadores, Basílio Viana Júnior. Era um escudo branco no estilo suíço, com o contorno em preto. Ao centro, as iniciais do clube BFC, entrelaçadas em preto.

                                  Em 1942, com o surgimento do Botafogo de Futebol e Regatas, manteve-se o formato do escudo do Botafogo Football Club, com a Estrela Solitária branca, do Club de Regatas Botafogo, no lugar das letras, em um fundo preto. Além disso, o escudo recebeu dois contornos: o de dentro branco e o de fora negro. Em 2008, a revista japonesa T Sports Magazine elegeu os 100 escudos de futebol mais bonitos do mundo e o símbolo do Botafogo foi escolhido como o primeiro colocado. No ano seguinte, foi novamente considerado o escudo mais bonito do mundo, dessa vez pelo site Esporte Info, atual Esporte Final. O time de jurados consistiu de jornalistas, uma designer gráfica e um historiador brasileiros. Em 2013, o site norte-americano Bleacher Report também incluiu o escudo alvinegro entre os 20 mais bonitos do mundo

MASCOTE

                                 Atualmente, em frente à sede de General Severiano, há uma estátua apelidada de “Manequinho”, que faz parte do folclore alvinegro. Tombada em 2002 como patrimônio cultural, representa, de maneira bem-humorada, um menino urinando. É uma reprodução da estátua Manneken Pis, da Praça de Bruxelas, na Bélgica. Com um metro de altura, foi esculpida originalmente por Belmiro de Almeida, em 1908, e esteve instalada na Praça Marechal Floriano, no Rio de Janeiro, até 1927. Nessa ocasião, foi transferida, por ser considerada um desrespeito aos bons costumes, para a Praia de Botafogo, próxima ao Mourisco Mar.

                                A imagem passou a ser associada ao Glorioso quando, na comemoração do Campeonato Carioca de 1957, um torcedor vestiu a escultura com a camisa do Botafogo. Os alvinegros, então, passaram a considerá-la um símbolo do clube. Em todas as conquistas de títulos, o Manequinho recebe carinhosamente um uniforme do time.

                               Em 1990, vândalos roubaram e destruíram o monumento. Uma réplica, de autoria de Amadeu Zani, foi instalada no local para substituí-lo. No ano de 1994, a estátua foi transferida para a praça em frente à sede de General Severiano. Em 2008, após novo ato de vandalismo, o Manequinho teve a peça de seu pênis roubada. A estátua novamente foi restaurada e, no início de novembro desse mesmo ano, o Botafogo assumiu a posse e guarda oficial do monumento.

Pato Donald

                              Lorenzo Mollas, chargista argentino que trabalhou no Rio de Janeiro nas décadas de 1940 e 50, vestiu o Pato Donald com a camisa do Botafogo nos anos 1940. Logo, a personagem de desenhos da Walt Disney foi adotada como mascote pela torcida. Mollas escolheu o Pato Donald porque ele reclama seus direitos, luta, briga e se defende, como eram os dirigentes alvinegros da época, e, ainda, sem perder a sua elegância ao deslizar pelas águas, aludindo à prática do remo. Apesar do carisma, o mascote nunca foi oficializado por conta de direitos autorais

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