HUMBERTO MONTEIRO: campeão brasileiro pelo Atlético Mineiro em 1971

                             Humberto Monteiro nasceu dia 30 de agosto de 1947, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim (ES), a mesma cidade que nasceu Roberto Carlos. Humberto Monteiro começou sua trajetória no Ipiranga de Cachoeiro de Itapemirim. Em seguida foi encaminhado aos quadros da Desportiva Ferroviária Futebol Clube (ES).

                             Campeão capixaba em 1965 e 1967, Humberto Monteiro foi contratado pelo Clube Atlético Mineiro em agosto de 1967, por 70 mil cruzeiros. Na época, a quantia foi considerada um investimento irrisório, face ao bom futebol do jovem lateral-direito com a camisa da Desportiva Ferroviária.

                             Campeão da Taça Belo Horizonte e do Campeonato Mineiro de 1970, Humberto foi um dos destaques na disputa da Taça de Prata de 1970, quando o Fluminense ficou com o título e o Atlético Mineiro ficou na terceira colocação.

                             Abaixo, uma das importantes participações de Humberto Monteiro na boa campanha do quadro mineiro na Taça de Prata de 1970:

20 de dezembro de 1970 – Última rodada da Taça de Prata 1970 – Fluminense 1×1 Atlético Mineiro – Estádio do Maracanã – Árbitro: José Favilli Neto – Gols: Mickey aos 32′ do primeiro tempo; e Vaguinho aos 2′ do segundo tempo.

Fluminense: Felix; Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio (Toninho); Denílson e Didi; Cafuringa, Cláudio, Mickey e Lula. Técnico: Paulo Amaral. Atlético Mineiro: Renato; Nélio (Zé Maria), Humberto, Vantuir e Oldair; Vanderlei e Humberto Ramos; Ronaldo, Lola, Vaguinho e Tião. Técnico: Telê Santana.

                             Campeão brasileiro de 1971, Humberto Monteiro foi o ganhador da concorrida “Bola de Prata” da revista Placar nas edições de 1970 e 1971. O conceituado jornalista francês Michel Laurence pode ser considerado o verdadeiro pai do prêmio “Bola de Prata”.

                             Quando trabalhava na revista Placar, Michel Laurence costumava acompanhar as premiações oferecidas por revista estrangeiras aos melhores jogadores de cada temporada. Foi então que percebeu que faltava algo parecido no Brasil, um reconhecimento específico e justo aos verdadeiros donos do espetáculo da bola!

                              Acompanhado do fotógrafo Manoel Motta, Michel Laurence sugeriu aos diretores da revista Placar a criação de uma premiação nos moldes do prêmio “Ballon D’or” da revista France Football. A primeira edição do prêmio “Bola de Prata” aconteceu em 1970, no mesmo ano do lançamento da revista Placar. A “Bola de Ouro”, no entanto, só apareceu depois.

                              E o lateral-direito do Atlético Mineiro Humberto Monteiro brilhou nas premiações de 1970 e 1971, quando a disputa da “Bola de Prata” já era acirrada e representava uma grande projeção aos seus ganhadores.

                              Em 1972, depois de mais de 200 partidas disputadas pelo Atlético Mineiro, Humberto Monteiro acertou suas bases financeiras com a Associação Portuguesa de Desportos. Para os torcedores da Lusa, o time contava novamente com um lateral vigoroso, semelhante ao estilo de Zé Maria, negociado com o Corinthians.

                              No entanto, alguns meses depois, seus direitos federativos foram negociados com o Clube de Regatas do Flamengo. Sem apresentar o mesmo futebol dos tempos de Atlético Mineiro, Humberto Monteiro não permaneceu por muito tempo na Gávea. Foram apenas 13 compromissos disputados.

                              Na metade da década de 1970, Humberto Monteiro defendeu ainda o SAAD de São Caetano do Sul (SP) antes de voltar para a Desportiva Ferroviária, seu último clube antes de deixar os gramados.

                               Sem nenhum patrimônio acumulado enquanto jogou futebol profissionalmente, Humberto Monteiro sofreu com os reflexos da impiedosa e cruel “depressão pós-futebol”. Nove anos depois da conquista inesquecível que foi o Brasileirão de 1971, Humberto experimentava sensação bem diferente.

                                Sem um tostão furado, vivia na miséria e sem nenhum patrimônio acumulado. Durante um amistoso do Atlético no Espírito Santo, o armador Ângelo presenciou Humberto Monteiro naquelas condições e pediu a Piazza uma ajuda ao ex-atleta. Presidente da Associações de Garantia ao Atleta Profissional (AGAP), o ex-craque do rival Cruzeiro pediu que Humberto viesse com todos os documentos para Belo Horizonte dois dias após.

                                 Entretanto, dias depois que chegou a capital mineira, o jogador passou mal e faleceu. Seu corpo foi velado no Cemitério do Bonfim e o ex-jogador deixou três filhos ainda pequenos.

                                  Humberto Monteiro faleceu na cidade de Belo Horizonte (MG), em 27 de março de 1980, justamente em seu primeiro dia de trabalho como motorista de uma indústria de transformadores em Contagem (MG).

                               Aos 32 anos de idade, o ex-jogador do Atlético Mineiro recebia ajuda da Associação de Garantia aos Atletas Profissionais (Agap).

ATLÉTICO MINEIRO – Campeão Brasileiro de 1971   –  Em pé: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei Paiva, Vantuir e Oldair  –      Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Beto e Romeu Cambalhota
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