ANDRADA: goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé

                   Edgardo Norberto Andrada nasceu dia 2 de janeiro de 1939, na cidade de Rosário (ARG). No futebol era  mais conhecido por Andrada ou El Gato e também pelo gol de número 1.000 de Pelé.

                   O goleiro começou a carreira em 1960, no seu país, defendendo o Rosario Central, onde jogou de 1960 até 1969, ano em que o Vasco da Gama comprou o seu passe e ele mudou-se para o Brasil. Foi no clube carioca que Andrada viveu a melhor fase da sua carreira, conquistando títulos e prêmios pessoais.

                   Após seis anos no clube, Andrada mudou-se para a Bahia para defender o Vitória. A sua passagem pelo rubro-negro baiano durou apenas um ano e, em 1977, o goleiro regressou ao seu país natal para defender o Colón onde ficou até 1982, quando encerrou a carreira.

MILÉSIMO GOL DE PELÉ

                    Numa quarta-feira, 19 de novembro de 1969 (ano em que chegou ao Vasco da Gama), Andrada teve à sua frente Pelé que perseguia a marca de 1000 gols na carreira. O estádio do Maracanã recebeu 65.157 pessoas que queriam ver o jogador alcançar a marca histórica, mas Andrada não queria entrar para história como o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé. Ou como o “Goleiro do Rei” como foi chamado pela mídia, mas, provavelmente, não muito propalado pela maneira não muito agradável como Andrada encarou na época essa situação.

                     O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas ao 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos e era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol.

                      Andrada disse: “Pelé cobrou. Eu bati na bola, mas não consegui defender. Depois, com o tempo, as coisas foram mudando. Eu me acostumei com o fato e hoje convivo de uma forma muito gostosa com aquele milésimo gol”. 

                      Depois do Vasco da Gama, o goleiro defendeu o Vitória, em 1976, e retornou ao futebol argentino para jogar pelo Colón, de 1977 a 1982. Em 2008 o goleiro foi acusado de ter sido um agente do serviço de inteligência da ditadura militar argentina entre 1976 e 1983.

FORA DAS QUATRO LINHAS

                       Depois que parou de jogar no Brasil, Andrada voltou a morar em sua cidade natal, Rosário, na Argentina, onde trabalhava na revelação de jovens talentos para o futebol argentino. Também atuou como funcionário da Secretaria de Inteligência durante a Ditadura militar argentina. Chegou a ser acusado de participação no sequestro e morte de dois militantes peronistas em maio de 1983, mas por falta de provas não foi levado a julgamento. Infelizmente Andrada faleceu dia 4 de setembro de 2019, aos 80 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro.

TÍTULOS

Campeonato Brasileiro de 1974

Campeonato Carioca de 1970

PRÊMIOS

Bola de Prata da Revista Placar de 1971

Jogador do Ano: Melhor jogador do Vasco na temporada 1972

Em pé: Andrada, Haroldo, Renê, Alcir Portella, Miguel e Alfinete   –     Agachados: Luis Carlos, Buglê, Ferretti, Benetti e Gilson Nunes
Em pé: Andrada, Joel Santana, Rossi, Alcir, Batista e Fidélis     –     Agachados: Santa (massagista), Jailson, Buglê, Tião, Silva e Kosilek
Em pé: Andrada, Fidélis, Eberval, Gaúcho, Moisés e Renê    –    Agachados: Marco Antonio, Buglê, Ferretti, Luis Carlos e Gilson Nunes
Em pé: Andrada, Renê, Paulo César, Alcir, Miguel e Eberval   –     Agachados: Marco Antonio, Roberto Dinamite, Tostão, Silva e Gilson Nunes
VASCO 1973   –   Em pé: Andrada, Paulo César, Alcir, Renê, Moisés e Alfinete    –     Agachados: Luis Fumanchu, Gaúcho, Roberto Dinamite, Zanata e Luís Carlos
Em pé: o massagista Chico, Andrada, Fidélis, Alcir, Moacir, Dutra e Ferreira    –    Agachados: Nado, Valfrido, Benetti, Danilo Menezes e Acelino
VASCO CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1974    –     Em pé: Andrada, Miguel, Alcir, Fidélis, Moisés e Alfinete    –    Agachados: Jorginho Carvoeiro, Zanata, Ademir, Roberto Dinamite e Luís Carlos
Combinado Vitória/Fluminense, que no dia 13 de junho de 1976 derrotou um combinado de jogadores estrangeiros, por 3 a 1.   –   Em pé: Andrada, Carlos Alberto Torres, Carlos Alberto Pintinho, Joãozinho, Altivo e Rodrigues Neto       –     Agachados: Osni, Rivellino, Paulo Cézar Caju, Fischer, Dirceu e Gaguinho (massagista)
Reencontro de Andrada, Pelé e o árbitro Manoel Amaro de Lima que apitou o jogo do milésimo gol de Pelé
Pelé cobrando o pênalti do milésimo gol de sua carreira
Andrada se esticou todo e quase defendeu o pênalti cobrado por Pelé no seu gol de nº 1.000
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