CARBONE: conquistou cinco títulos pelo Internacional / RS

                    Luiz Carlos Carbone nasceu dia 22 de março de 1946, na capital paulista.  Criado no tradicional bairro da Vila Formosa, o gosto pela bola sempre fez parte de sua vida. Filho de um conselheiro do Clube Atlético Juventus e sobrinho de Rodolpho Carbone,  ex-meia esquerda do Corinthians e do Juventus, Carbone começou sua trajetória em times de várzea até ser encaminhado ao time da Rua Javari. Depois de quatro meses no Juventus, insatisfeito com seu deslocamento para a ponta direita, Carbone deixou o clube.

                    Os palpites para tentar o Corinthians não o agradavam. Carbone temia que o passado do tio pudesse ser determinante em seu aproveitamento no time do Parque São Jorge. Em 1963 foi levado ao São Paulo Futebol Clube pelo árbitro de futebol Waldemar Antonio de Oliveira, onde encontrou espaço no meio campo do quadro juvenil e foi campeão da categoria.

                     Pouco mais de um ano depois, o técnico José Poy escalou Carbone para enfrentar o Santos no Morumbi. Mesmo com a derrota por 3×2, Carbone exerceu uma boa marcação sobre Pelé e ainda marcou o segundo gol do time do Morumbi.

                    Em 1966 passou rapidamente pela Associação Atlética Ponte Preta, quando também foi aproveitado como lateral-direito. Em seu retorno ao Morumbi sofreu uma séria contusão nos ligamentos do joelho. Depois de uma longa recuperação, Carbone foi novamente emprestado ao Esporte Clube Metropol de Criciúma (SC).

                     Em 1969 o São Paulo negociou seu passe em definitivo com o Sport Club Internacional. Em pouco tempo, seu futebol agradou o técnico Daltro Menezes, que prontamente o aproveitou entre os titulares. Pentacampeão gaúcho nas edições de 1969,1970,1971,1972 e 1973, Carbone foi eleito como o melhor jogador do Rio Grande do Sul em duas temporadas, o que representou sua primeira convocação para a Seleção Brasileira.

                     Depois do grande sucesso no Beira Rio, Carbone foi transferido para o Botafogo de Futebol e Regatas em 1973. Volante dos bons, Carbone se adaptou muito bem no time da “Estrela Solitária”. Rapidamente, seu nome foi lembrado pelo técnico Zagallo no período de preparação para a Copa do Mundo de 1974.

                     Lutando por uma vaga ao lado de Clodoaldo (dispensado por contusão), Carbone foi cortado do escrete pouco antes da divulgação oficial de jogadores para o embarque para a Alemanha. Pela Seleção Brasileira foram 6 participações com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota.

                      Aborrecido pela dispensa, Carbone guardou mágoas de Zagallo. Sondado pelo Corinthians no início de 1975, o negócio não vingou em razão do salário considerado alto pelos dirigentes do alvinegro.

                      Emprestado ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense por apenas quatro meses, Carbone voltou ao Botafogo e iniciou seus estudos em Jornalismo. Ao receber o “Passe Livre” do Botafogo em 1979, Carbone retornou para São Paulo com intenção de prosseguir seus estudos.

                      Sem conseguir uma transferência para outra Faculdade, Carbone aceitou um convite do Nacional Atlético Clube, onde jogou entre 1980 e 1982, ano em que decidiu encerrar sua carreira nos gramados.

                       E foi no próprio Nacional que Carbone começou sua carreira de treinador nas equipes de base. Depois de um ótimo trabalho, Carbone foi surpreendido com uma demissão por questões políticas do clube.

                      Com indicação de Vicente Arenari, Carbone voltou ao Rio de Janeiro e levou o  Goytacaz de Campos ao quarto lugar na Taça Guanabara. Em seguida, conquistou seu primeiro título estadual no Fluminense em 1983.

                      Em 1984 desempenhou importante papel na campanha do Fluminense no Campeonato Brasileiro. No entanto, desentendimentos com a diretoria ocasionaram a sua substituição por Carlos Alberto Parreira.

                      Depois de rápidas passagens pela Ponte Preta e pelo Botafogo do Rio de Janeiro, Carbone voltou ao futebol paulista para comandar o Palmeiras. Mesmo com uma boa campanha no Campeonato Paulista, o alviverde não teve forças para superar a Internacional de Limeira e o Palmeiras continuou mais um ano sem o título paulista.

                      O vice-campeonato paulista não manchou o reconhecimento ao trabalho de Carbone. Prestigiado, seu contrato foi renovado no Parque Antártica para a temporada de 1987. Em 1988 Carbone levou o Guarani aos compromissos finais do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Na primeira partida, um empate por 1×1 no Morumbi, com direito ao golaço de bicicleta do meia Neto. Na segunda partida no Brinco de Ouro, o ainda novato atacante Viola marcou na prorrogação e o título ficou com o Corinthians. Carbone também comandou várias equipes no cenário nacional e internacional:

– Bahia (BA), Cruzeiro (MG), União Rondonópolis (MT), Clube do Remo (PA), Sport Recife (PE), Atlético Paranaense (PR) Paraná Clube (PR), Internacional (RS), Criciúma (SC), Joinville (SC), Atlético Sorocaba (SP), Botafogo (SP), Comercial (SP), Ituano (SP), Juventus (SP), União São João de Araras (SP), Sertãozinho (SP), além de passagens no futebol dos Emirados Árabes Unidos, Bolívia, Catar, Peru e Sudão.

                      Não é de hoje que alguns jogadores fazem parte do badalado álbum da Copa do Mundo e depois ficam de fora do mundial. Antes da Copa do Mundo de 1974, a Editora Panini publicou 5 cromos de jogadores que ficaram ausentes na Alemanha: Felix, Carlos Alberto Torres, Carbone, Palhinha e Clodoaldo

                    Carbone não guarda boas lembranças desse acontecimento. Por outro lado, o futebol lhe compensou com grandes momentos ao longo de uma extensa carreira como jogador e treinador.

                     Com cinco filhos, dois casamentos e cinco netos, Carbone morreu em 27 de dezembro de 2020, aos 74 anos, vítima de câncer hepático. Um dos mais experientes e respeitados profissionais do futebol, Carbone morava em Campinas (SP), no bairro Ponte Preta. Ele estava internado desde o dia 23 de dezembro no Hospital Municipal Mário Gatti, em Campinas, após diagnóstico do câncer hepático que o vitimo ter sido feito no começo de dezembro.

1974 – Em pé: Zé Maria, Marinho Chagas, Wendell, Luís Pereira, Piazza e Carbone     –   Agachados: Mário Américo, Jairzinho, Paulo César Carpegiani, Mirandinha Ademir da Guia, Edú e Nocaute Jack
1971 – Em pé: Gainete, Bibiano Pontes, Hermínio, Jorge Andrade, Carbone e Édson Madureira    –     Agachados: Valdomiro, Sérgio Galocha, Claudiomiro, Paulo César Carpegiani e Benê
Em pé: Deleu, Roberto Dias, Carbone, Penacchio, Serafim e Suli    –    Agachados: Faustino, Prado, Marco Antonio, Bazaninho e Valdir Birigui
Em pé: Ubirajara, Miranda, Osmar, Carbone, Nilson Andrade e China   –    Agachados: massagista Toncinho, Mazinho, Ademir, Nilson Dias, Manfrini e Mário Sérgio
1977    –    Em pé: Ubirajara Alcântara, Renê, Osmar Guarnelli, Carbone, Rodrigues Neto e Perivaldo.   –      Agachados: Toucinho (massagista), Gil, Paulo Cézar Lima, Dé, Nílson Dias e Mário Sérgio
Em pé: Miranda, Brito, Osmar, Marinho Chagas, Cao e Carbone   –    Agachados: Zequinha, Carlos Roberto, Ferreti, Jairzinho e Dirceu
Postado em C

Deixe uma resposta