CARLOS SILVA: campeão paulista pela Internacional de Limeira em 1986

               Carlos Silva foi um meio-campista que brilhou no futebol paulista, sagrando-se campeão paulista em 1986 pela Internacional de Limeira e defendendo as cores do Santos Futebol Clube, onde jogou ao lado de grandes craques. Mas tudo começou em Fernandópolis, interior de São Paulo.

               Habilidoso ao extremo, inteligente e astuto com a bola, Carlos Silva foi o diferencial, principalmente, 1979, pelo Fernandópolis quando conquistou o título da 2ª Divisão, e início dos anos 80, pelo XV de Novembro de Jaú e Santos Futebol Clube.

       Descoberto em Mato Grosso pelo ex-presidente Fernando Sisto nas disputas do Campeonato Estadual, na competição chamou a atenção dos adversários e dirigentes de clubes da 1ª Divisão do futebol paulista e brasileiro pelo desequilíbrio técnico que impunha aos adversários.

               Jogar em Fernandópolis era um martírio. Com Carlos Silva, além de Tato e os atacantes Jorginho e Da Silva, o time se tornou imbatível. O futebol preciso chamou a atenção dos dirigentes santistas que o contratou em 1980.

               Em 1981 jogou contra o Santos no seu estádio na época com o nome do presidente americano John Kennedy. Um amistoso realizado como forma de pagamento do craque Carlos Silva. O resultado 1×1, inclusive com penalidade defendida por Betinho, goleiro que posteriormente transferiu-se para o América F. C. de São José do Rio Preto.

               Para se firmar como meia profissional, Carlos Silva foi emprestado ao XV de Jaú, time montado pelo estrategista Otacilio Pires de Camargo, o Cilinho. Com jogadores, jovens, o Galo foi a sensação do Campeonato Paulista, conquistado naquele ano pelo São Paulo.

              Juntamente com Cardin Célio, Alfinete e Fiordimundo Marola Júnior, além de Aroni, que atuou pela Votuporanguense, o futebol envolvente de Carlos Silva destacou-se o time de Jaú naquela temporada.

              Na sua trajetória, Carlos Silva integrou o time santista ao lado de Marolla, Pita, Dema, Gilberto Sorriso, e João Paulo. Chegou a ser ventilado para a seleção brasileira, mas uma séria contusão, após dividida com Soter, jogador do Palmeiras, o prejudicou na sequência da sua carreira.

              Depois do Santos, Carlos Silva e o XV de Jaú, defendeu a Internacional de Limeira (era reserva do time campeão paulista de 1986), Ponte Preta e América de Rio Preto.
No final dos anos 80, Carlos Silva também atuou pelo São Bento de Sorocaba, ao lado do zagueiro Guinei (campeão brasileiro pelo Corinthians em 1990) e do atacante Carlyle.

              Na mesma época, Carlos Silva defendeu o CSA, de Alagoas. Lá, o meia teve como técnico o ex-palmeirense Waldemar Carabina. Ele foi campeão alagoano em 1988 e teve como companheiros de equipe Wilson Macarrão (ex-Guarani e que depois defendeu o Corinthians), Carlinhos Marechal, Paulo Marques, Beu, Veiga, Américão, Maurinho, Valdir Dias, Sérgio Ramos, entre outros.

              O bom meio-campista do Santos no começo dos anos 80, e campeão paulista pela Inter de Limeira, Carlos Silva, hoje mora em Rio Brilhante (MS), sua cidade natal, onde trabalha na revelação de jovens jogadores.

INTERNACIONAL DE LIMEIRA

              A campanha de 1986 rendeu não só o titulo paulista, mas também o artilheiro do campeonato, o Centroavante Kita com 24 gols marcados, bem como a Taça dos Invictos, promovido pelo então Jornal “Gazeta Esportiva” ao ficar 17 partidas invictas, que antes estava em poder do Santos F.C, com 15 partidas. A campanha de 1986 foi indiscutível, em 42 jogos, foram 21 vitórias, 14 empates e apenas 7 derrotas, foram anotados 59 gols, sofridos 33; Por essa razão, a Internacional foi considerada a “Dinamarca Caipira” em alusão a Seleção Europeia destaque da Copa de Mundo de 1986.

               Carlos Silva nunca se firmou como titular da equipe, mas sempre que o técnico Pepe precisava dele, o craque não desapontava. Muitos diziam que era um reserva de luxo, tal era sua habilidade com a bola e eficiência na parte tática.

TÍTULO PAULISTA DE 1986

               A Internacional classificou-se para a semifinal e iria disputar com o Santos. No primeiro jogo na Vila Belmiro, o duelo de campeões dos dois turnos foi favorável ao time de Limeira. Um grande jogo e 2 x 0 na casa do Santos. No segundo jogo com o Limeirão lotado, nova vitória da Inter, agora por 2 x 1 e  classificação para a inédita final, que seria contra o Palmeiras, vencedor da outra chave.

               O primeiro jogo aconteceu dia 31 de agosto, um domingo de muito frio na capital paulista. O que se viu lá no Morumbi foi 100.000 palmeirenses empurrando o time de Carbone contra o pequeno time do interior. Mas o que se viu naquele domingo nublado, foi uma aula de valentia de toda retaguarda limeirense que anulou o eficiente ataque palmeirense de Mirandinha, Edmar e Éder, que reencontrou seu ex-time agora como adversário. Resultado, um surpreendente 0 a 0. A Inter de Limeira mostrou que não estava ali para brincadeira e a expectativa ficou para a segunda partida novamente no Morumbi numa quarta a noite.

               No segundo jogo, a maioria da imprensa paulista e do Brasil esperavam um título alviverde. Jornais, revistas, rádio e TV davam amplo destaque, ao fim do tabu de 10 anos que estava por acabar naquela noite. Mas o que viram, foi algo muito além das expectativas. Neste dia o técnico palmeirense Carbone, mandou a campo os seguintes jogadores; Martorelli, Diogo (Ditinho), Márcio, Amarildo e Denys; Lino (Mendonça), Gérson e Jorginho; Mirandinha, Edmar e Éder Aleixo. Já o time da Inter que era comandada pelo “Seo” Macia, o popular Pepe, jogou neste dia com; Silas, João Luís, Juarez, Bolívar e Pecos; Manguinha, Gilberto Costa e João Batista (Alves); Tato, Kita e (Carlos Silva). A arrecadação foi de Cz$ 2.443.610,00 para um público pagante de 68.564 pessoas.

              Foi um jogo bem diferente do primeiro. A Internacional surpreendeu a todos jogando no ataque e procurando o gol a todo momento. Até que aos 5 minutos da etapa complementar, Kita abriu o placar. O torcedor palmeirense estava incrédulo. E ficou mais ainda quando viu o ponta direita Tato marcar o segundo gol. O desespero do time alviverde foi total. Somente no finalzinho do jogo que o zagueiro Amarildo diminuiu o placar, mas já era tarde demais, pois logo em seguido o árbitro Dulcidio Wanderley Boschilla apitou o final de jogo e a Internacional de Limeira tornava-se dessa maneira, a primeira equipe do interior paulista a conquistar o título estadual.

             Carlos Silva teve um participação muito especial nessa conquista da equipe da Inter, onde ele fez 26 jogos pelo Leão da Paulista no Paulistão de 1986. Uma conquista que entrou para a história, não só do clube, mas do futebol paulista.

             Sem dúvida, foi um dia que entrou para a história do futebol, da cidade de Limeira e em especial de todos os torcedores leoninos, que naquele dia 3 de setembro de 1986, quando puderam gritar bem alto “É CAMPEÃO”.

HERÓIS DA INTER DE LIMEIRA EM 1986

Em pé: Moacir, Juarez, Manguinha, Pécos, João Luis e Bolivar    –   Agachados: Kita, Tato, João Batista, Lê e Carlos Silva
Em pé: Silas, João Batista, João Luis, Manguinha, Pécos e Alves    –    Agachados: Tato, Eduardo, Paulo César, Carlos Silva e Bolivar
Santos de 83    –   Em pé: Gilberto Sorriso, Carlos Silva, Joãozinho, Marolla, Toninho Carlos e Mauro Campos    –     Agachados: Paulinho Batistote, Cardim, Palhinha, Pita e João Paulo
XV  de  JAÚ   –  Em pé: Cidinho, Alfinete, Eugênio, Carlos Pracidelli, Célio e Tobias   –     Agachados: Geraldo, Cardim, Níveo, Carlos Silva e Aroni.
Carlos Silva campeão da Segundona do Paulista, em 1979, pelo Fernandópolis. Ele é o segundo, da esquerda para a direita. Antes dele vem Geraldo da Cruz. O restante é formado por Zé Vera, Durval, Mané Bilheteiro e Miguel Branco.

 

 

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4 comentários em “CARLOS SILVA: campeão paulista pela Internacional de Limeira em 1986

    1. Obrigado Zuzarte pelo acesso em meu site e agradeço também pelas palavras de elogio. Quanto ao ano das fotos foi válido sua observação, obrigado pela dica.
      José Carlos de Oliveira

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