NECO: conquistou seis títulos pelo Cruzeiro

                     Manoel Caetano Silva nasceu dia 7 de julho de 1940, na cidade de Rio Casca (MG). Seu primeiro clube foi o Villa Nova, de onde chamou a atenção do Corinthians, para onde foi contratado em 1963. No clube paulista não teve grande destaque, jogando apenas 16 vezes nos seus dois anos de clube. Foram 5 vitórias, 2 empates e 9 derrotas e não marcou nenhum gol. Em 1965, foi contratado pelo Cruzeiro, tendo no clube mineiro os melhores momentos da carreira, com várias conquistas e 249 partidas disputadas. Após sair da Raposa em 1971, teve passagens curtas por outros clubes antes de se aposentar. Atualmente é consultor imobiliário em Belo Horizonte.

                    Foi por causa do lateral Neco que a cor amarela apareceu no uniforme do Cruzeiro. Antes dele, era só mesmo o azul e o branco. Tudo aconteceu porque o roupeiro José Pasquacio só foi comunicado no Mineirão que Raul iria jogar e não Tonho. Ele ficou em apuros, já que não tinha camisa cinza que servisse em Raul, que era bem mais alto que o até então titular.

                    Coube a Neco solucionar o problema emprestando a sua blusa de frio, bem diferente das usadas pelos goleiros na época. Os donos da meta vestiam sempre preto, cinza ou branco. Mas Raúl estreou a camisa 1 amarela, com o número feito de esparadrapo.

                     O goleirão foi para o jogo, e os torcedores do Atlético fizeram piada chamando Raul de Wanderléa, a rainha da Jovem Guarda na época. Raul mostrou muita qualidade e também sorte, e a Raposa venceu o clássico. Terminado o jogo, ele devolveu a camisa para Neco, mas a partir daí se tornou o goleiro da camisa amarela.

                     Mas hoje quero mesmo falar de Neco. Ele começou a se destacar no Villa Nova. Antes, jogava no Pontenovense, da cidade de Ponte Nova, na Zona da Mata. Era atacante, mas faltou o lateral-direito, e ele foi para o jogo e se fixou na posição. Após ter boas referências, o técnico Yustrich pediu a sua contratação.

                     Neco jogou no Leão do Bonfim de 1963 a 65. Foi negociado com o Corinthians, mas só disputou 16 jogos. Foi contratado pelo Cruzeiro e passou a atuar como lateral-esquerdo. Fez 249 jogos entre 1966 e 71 e conquistou vários títulos, como a Taça Brasil de 66, de maneira invicta, em cima do Santos.

                     Neco conta que jogou uma única vez contra Garrincha. “Ele só pegou uma vez na bola, e cruzou, e a bola entrou.” Neco não levou nem um drible, mas os jornais do dia seguinte falavam que o lateral foi mais “um João”. Vários pontas que davam trabalho, como Buião (Atlético) e Zé Carlos Mérola (América), foram parados por Neco. Antes de uma partida importante, o treinador Ayrton Moreira o alertou que o ponta era craque. Neco não permitiu que ele pegasse na bola, e após o jogo perguntou ao técnico se o ponta “tinha entrado em campo”.

                     Neco jogava o seu feijão com Arroz, com ovo frito e um bife por cima, e era eficiente na defesa e no apoio ao ataque. Jogou também no Londrina e encerrou a carreira no Villa Nova, aos 33 anos, já que os torcedores pegavam no pé dos jogadores mais velhos, que levavam a culpa por o time jogar mal.

                     Ele lembra de uma passagem curiosa no Villa. Zé Leite e Hélio Bria disputavam a posição de centroavante e discutiam quem iria jogar. O técnico Martim Francisco então comprou um par de luvas de boxe para cada um e mandou eles decidirem na porrada. Zé Leite ficou com medo e não encarou. Com a palavra, Neco: “O futebol brasileiro não precisa ficar importando jogadores, basta dar oportunidade para os jovens.”

TÍTULOS PELO CRUZEIRO

Campeão Mineiro em 1965, 66, 67, 68 e 69

Campeão da Taça Brasil em 1966

Em pé: Zé Carlos, Neco, Darci Menezes, Pedro Paulo, Procópio e Raul     –    Agachados: Natal, Evaldo, Tostão, Dirceu Lopes e Rodrigues

Em pé: Neco, Raul Fernandes, Moraes, Piazza, Fontana e Raul      –    Agachados: Natal, Zé Carlos, Tostão, Dirceu Lopes e Rodrigues
Em pé: Neco, Cláudio, Barbosinha, Ari Ercílio, Jorge Correa e Mendes     –    Agachados: Sergio Echigo, Manoelzinho, Osmar, Rivelino e Bazani
Em pé: Neco, Cláudio, Mendes, Edson, Barbosinha e Gilberto     –    Agachados: Sérgio Echigo, Manoelzinho, Osmar, Rivelino e Lima
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