SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE – Aniversário dia 16 de Dezembro

SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE   

                 Hoje o São Paulo F.C. dá para sua torcida motivos de sobra para sorrir, pois é o clube brasileiro que mais tem dado alegrias aos seus torcedores nos últimos anos. E a história do tricolor, começou da fusão de dois clubes no ano de 1930,  o Clube Atlético Paulistano, o mais poderoso time brasileiro na era do amadorismo, que resolveu extinguir seu futebol com a chegada do profissionalismo, e a Associação Atlética Palmeiras, que passava por uma séria crise financeira.  O nome seria escolhido em homenagem a cidade, as cores da camisa seriam tiradas das cores dos dois times que se fundiam. A camisa do Paulistano era branca com uma faixa horizontal vermelha na altura do calção enquanto que a camisa da A. A. das Palmeiras era branca com uma faixa horizontal preta. Assim, a nova camisa do São Paulo seria branca com faixas horizontais vermelha e preta (o que se mantém até hoje). Do C. A. Paulistano viria a estrutura futebolística, o que já havia rendido alguns campeonatos paulistas. A   A. A. Palmeiras entraria com as instalações e o lendário campo da Floresta.

                    Dai o fato do time ter sido batizado de SÃO PAULO DA FLORESTA CLUBE.  A estréia no novo clube, aconteceu no dia 2 de fevereiro de 1.930 e o centroavante Formiga foi o autor do primeiro gol oficial da história tricolor. O adversário foi o Clube Atlético Ipiranga, e o resultado final marcava 3×1 para o São Paulo.  Dia 16 de março, começava o Campeonato Paulista. A estréia do Tricolor foi novamente contra o Ipiranga, e a partida terminou empatada em 0x0.  A equipe jogou com Nestor, Clodô, Barthô, Book e Zito; Alves, Luizinho e Milton; Friedenreich, Seixas e Zanuela. O São Paulo não demorou para realizar seu primeiro grande feito: conquistar o Campeonato Paulista de 1.931, vencendo o poderoso Palestra por 4×0.  Foi uma brilhante campanha com 26 jogos, cinco empates e apenas uma derrota. O ataque contava com nada menos que Friedenreich que naquele campeonato paulista, marcaria em 26 jogos 32 dos 92 gols marcados pelo time. O time de 1.931 era composto por Joãozinho, Armandinho, Bartô, Bino, Araken, Clodô, Friedenreich, Luizinho, Sarno, Milton e Junqueirinha.

Fim do São Paulo da Floresta

                   Já nessa época, como hoje, o São Paulo era chamado de clube de elite. A maioria dos seus diretores e conselheiros, eram de classes privilegiadas. Mas nem por isso o clube deixou de passar por crises e até por falências. Os anos foram passando e 1.934 não parecia muito promissor para o São Paulo, que atravessava uma séria crise financeira. Devia na praça cerca de 190 contos de réis. Não bastasse isto, nesta mesma época, havia estourado uma nova cisão no futebol paulista: Corinthians e Palestra Itália deixaram a APEA e filiaram-se à CBD. O São Paulo resolveu fazer o mesmo.  Impossibilitada de pagar suas dividas, a diretoria decidiria, em fins de 1.934, extinguir o setor de futebol e fundir a parte social com o C. R. Tiete. Formou-se uma rebelião e a situação tornou-se grave. Ficou então decidido que o São Paulo da Floresta encerraria suas atividades como clube de futebol – isto em 14 de maio de 1.935.

Então surge o SÃO PAULO F.C.

O inconformismo tomou conta de muitos jovens são-paulinos que reagiram energicamente contra a extinção do clube. Assim, estes jovens – cerca de 250 – se reuniram na noite de 16 de dezembro de 1.935 e, às 22:00 horas, fundaram, ou melhor, oficializaram o ressurgimento do time como SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, mantendo a princípio todos os jogadores que haviam ficado no clube, e também mantendo o distintivo e as camisas originais.

O Tenente Porfírio ficou encarregado de formar um novo elenco. Com isto, gastou toda sua fortuna particular. O clube marcaria sua estréia no dia 25 de janeiro de 1.936, aniversário da cidade, contra a Portuguesa Santista. O time venceu na sua re-estréia por 3×2 formando com: King, Ruy, Picareta, Ferreira, José, Segoa, Antoninho, Gabardo, Fogueira, Carrazo e Paulinho.  Era um período em que Corinthians e Palestra dominavam os campeonatos paulistas. Ambos tinham até uma brincadeira que dizia “Campeonato Paulista é como um tira-teima pela moeda: se der cara o campeão é o Corinthians, se der coroa, o campeão é o Palestra”. E acrescentavam “o São Paulo só será campeão se a moeda cair em pé, e a Portuguesa, se ela parar no ar”. Foi nessa época que o São Paulo ganhou o apelido de “Time da Fé”.  Porem, a moeda só viria a cair em pé em 1.943. 

                O São Paulo se sagraria campeão paulista com: King, Zarzur, Piolim, Virgílio, Zezé Procópio, Noronha, Luizinho, Sastre, Leonidas da Silva, Remo e Pardal. Naquele campeonato paulista, o “Diamante Negro” – Leônidas da Silva seria o maestro dessa conquista.  Em 1.944, passando por uma fase financeira melhor, o São Paulo passa a ter o Canindé como seu estádio. E os títulos começariam a aparecer: o tricolor seria campeão paulista em 45, 46, 48 e 49.  Sendo que em 46, tinha uma verdadeira máquina de jogar bola: Gijo, Piolim e Renganeschi; Rui, Bauer e Noronha; Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo e Teixeirinha.  E em 49 ainda chegava Mauro Ramos de Oliveira, para formar uma das mais fortes equipes de futebol de toda a história do clube, a qual levantaria o título de bi campeão paulista – 1948 e 1949.

O Sonho do Morumbi

                   No começo da década de 50 surge a ideia de construir um grande estádio para o tricolor. O que poucos sabem é que a proposta inicial era construir um estádio no que é atualmente o parque do Ibirapuera, na época, uma região alagada.  Abandonada esta ideia, no ano de 1.951, dirigentes do São Paulo percorreriam a cidade em busca de um terreno compatível com as ambições do tricolor – construir o maior estádio particular do mundo. E foi assim que finalmente no final de 1.951, encontraram uma área no Jardim Leonor (ou Morumbi), na zona sul de São Paulo. Cícero Pompeu de Toledo, então presidente do clube, assinaria o contrato da construção do estádio. E no dia 15 de agosto de 1.952, lançava-se a pedra fundamental. Iniciava-se ali uma nova fase para o São Paulo F. C.   Para levantar dinheiro necessário, o São Paulo usou de todos os recursos que dispunha: vendeu  jogadores, e vendeu cadeiras cativas para o novo estádio. Mesmo assim, sempre estava com um bom plantel, como no ano de 1.956, que tinha Mauro Ramos de Oliveira, Dino Sani, o grande Canhoteiro e sem falarmos do excelente técnico Vicente Feola, que foi o técnico da Seleção Brasileira na Copa de 1.958 na Suécia.

O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, ou Morumbi, foi inaugurado em 2 de outubro de 1.960, numa partida entre São Paulo e Sporting Lisboa (Portugal) com menos da metade do anel superior completo (apenas 30 dos 72 vãos estavam completos). O São Paulo venceu aquela partida por 1×0, gol de Peixinho.

                 Devido a construção do estádio, o São Paulo ficaria sem títulos importantes por 13 anos. Naqueles anos, ficou marcada para sempre a figura do zagueiro Roberto Dias, segundo muitos, o único craque são-paulino dos anos 60.  Até que finalmente em 1.970, a torcida voltou a sorrir com mais um título estadual, e isto aconteceu no dia 9 de setembro, quando venceu o Guarani por 2 a 1 no Brinco de Ouro. Neste dia o tricolor jogou com: Sérgio, Forlan, Jurandir, Dias e Gilberto (Tenente); Edson e Nenê; Paulo, Terto (Benê), Toninho Guerreiro e Paraná. O técnico era Zezé Moreira. Para este jogo o São Paulo não pode contar com Gerson, que estava com a perna engessada e com uma bengala na mão, mas que vibrou muito ao final da partida.

O torcer são Paulino ao extravasar toda sua felicidade por aquele título de 70 e conseqüentemente aquela quebra de jejum de 13 anos, mal sabia ele, que daquele dia em diante, muitas alegrias como aquela ou ainda maiores, ele iria ter até os dias de hoje. No ano seguinte o São Paulo manteve a base do ano anterior e com a chegada de Pedro Rocha, conquistou o bi campeonato paulista, numa partida polêmica e comentada até hoje.  Este jogo aconteceu no dia 27 de junho de 1.971 no estádio Cícero Pompeu de Toledo – Morumbi, quando se enfrentaram São Paulo e Palmeiras.

                 A equipe alviverde tinha excelentes jogadores: Leão, Eurico, Luiz Pereira, Minuca e Zéca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei.  O São Paulo abriu o placar com Toninho Guerreiro ainda no primeiro tempo.  Leivinha empatou a partida, mas o árbitro Armando Marques, anulou o gol, dizendo que foi com a mão. E a partida terminou com a vitória do tricolor por 1×0.  Veja a equipe do São Paulo que conquistou o título de 1.971, dirigida pelo saudoso Osvaldo Brandão.

                Hoje o São Paulo Futebol Clube é um clube tranquilo, e um dos mais respeitados e conceituados no Brasil e no exterior. Sua estrutura invejável permitiu a conquista de títulos expressivos a partir dos anos 70, como os Campeonatos Paulistas de 70, 71, 75, 80, 81, 85, 87, 89, 91, 92, 98, 2000, 2005 e 2021, os Campeonatos Brasileiros de 77, 86, 91, 2006, 2007 e 2008; a Copa do Brasil em 2023, as Copas Libertadores de 92, 93 e 2005, o Tri-Campeonato Mundial de Clubes em 92, 93 e 2005 e a Super Copa em 2024 dentre outros. E é por isso que sua imensa torcida, a que mais cresce no Brasil, o chama carinhosamente de “O mais querido”.

Curiosidades: 

O principal artilheiro na história do São Paulo F.C. é Serginho Chulapa com 243 gols, depois vem Gino com 237 e Teixeirinha com 183. Não podemos deixar de destacar Rogério Ceni, que apesar de ser goleiro, já se aproxima da marca dos 100 gols. 

O jogador que mais vezes vestiu a camisa do tricolor é Rogério Ceni, depois vem Valdir Perez que jogou de 1973 a 1984 com 617 jogos, De Sordi que jogou de 1952 a 1965 com 536 jogos e Roberto Dias que jogou de 1960 a 1973 com 523 jogos. 

O emblema do São Paulo foi criado em 1.930 por Walter Ostrich (Oliver), um simpatizante do clube de origem alemã, juntamente com Firmiano de Moraes Pinto Filho, um dos fundadores do clube. O hino tem letra e música do General José Porfírio da Paz. As estrelas que estão acima do escudo significam:  As duas amarelas – as primeiras a serem colocadas no escudo – representam o bi campeonato olímpico de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo em Helsinki 1.952  e  Melbourne 1.956. E as três estrelas vermelhas, representam os títulos mundiais de clubes.

                                                                               

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