DENILSON: conquistou muitos títulos pelo Fluminense

                                 Denílson Custódio Machado, nasceu no município de Campos dos Goytacazes (RJ), em 28 de março de 1943. É sempre lembrado como “Rei Zulu das Laranjeiras”.

                                 Incansável em seu constante “vai e vem”, o jovem médio-volante do Fluminense parecia ter mil pernas. Corria como um maratonista e deixava o gramado com a camisa molhada! Mas como fôlego não é tudo no futebol, Denílson carregava a incômoda fama de “tomador de bola aqui, para entregar ao adversário logo ali”.

                                 Orientado por treinadores experientes como Tim e Telê Santana, Denílson foi aos poucos aprimorando o importante fundamento da distribuição de bola. Em 1961, inconformado com os salários atrasados no Madureira, Denílson tomou coragem e levantou uma bandeira pela própria dignidade.

                                 Alguns ainda tentaram alertar o quão seria difícil encontrar outra porta aberta. Mas Denílson estava decidido e levou em conta o conselho dos amigos mais velhos do bloco carnavalesco de Ramos.

                                 Para quem não pensa no futuro, o futebol é como um namoro de carnaval. Encanta e preenche o ego, mas é efêmero. O que resta é apenas saudade e muita dificuldade nos bolsos! Era mais um dia de treino em Conselheiro Galvão quando Denílson limpou o armário e não voltou mais. Colocou a vergonha de lado e foi bater nas portas do Fluminense.

                                 Conhecer Altair, Castilho e Pinheiro era quase um sonho. Jogar entre eles quem sabe? Depois de muito insistir na portaria das Laranjeiras, o jovem médio-volante do Madureira conseguiu chegar perto do técnico Zezé Moreira. Engoliu o medo e disparou da forma mais simples possível:

– Seu Zezé, meu nome é Denílson e vim do Madureira. Posso fazer um treino? 

                                  Zezé Moreira parou o que estava fazendo e um tanto admirado olhou para o tamanho do rapaz:

– Você joga como goleiro ou como centroavante meu filho?

                                 Acolhido em seu novo clube, Denílson aguardou pacientemente por uma oportunidade. Finalmente em 1964, seu futebol foi aproveitado pelo técnico Tim na campanha do título carioca.

                                 Empolgado pela elegância e qualidade das passadas largas de Denílson, o cronista Nelson Rodrigues o apelidou de “Rei Zulu”. No embalo, o locutor e radialista Waldir Amaral também não perdeu tempo e intitulou o promissor médio-volante como o “Cacique de Ramos”.

                                Abaixo, os registros da segunda partida decisiva entre Fluminense e Bangu pelo certame de 1964:

20 de dezembro de 1964 – Campeonato carioca – Decisão Extra – Fluminense 3×1 Bangu – Estádio do Maracanã – Árbitro: Frederico Lopes – Gols: Bianchini aos 28′ do primeiro tempo; Joaquinzinho aos 50′, Jorginho aos 53′ e Gilson Nunes aos 67′ do segundo tempo.

Fluminense: Castilho; Carlos Alberto Torres, Procópio, Valdez e Altair; Denílson e Oldair; Jorginho, Amoroso, Joaquinzinho e Gílson Nunes. Técnico: Elba de Pádua Lima. Bangu: Aldo; Fidélis, Mário Tito, Paulo e Nílton Santos; Ocimar e Roberto Pinto; Paulo Borges, Parada, Bianchini e Cabralzinho. Técnico: Plácido Monsores. 

                                A boa fase foi reconhecida com sua convocação para o mundial de 1966. Na sofrível campanha do time canarinho na Inglaterra, Denílson esteve em campo na vitória contra a Bulgária e também na derrota para Portugal.

                                Denílson continuou nas Laranjeiras até 1973, quando firmou compromisso com o Atlético Rio Negro do Amazonas para disputar o campeonato nacional.  Pelo Fluminense, entre 1964 e 1973, Denílson disputou 433 partidas e marcou 15 gols. Foi campeão carioca nas edições de 1964, 1969, 1971 e 1973, Taça Guanabara 1966, 1969 e 1971; além da importante Taça de Prata em 1970.

                                Em 1975 defendeu o Esporte Clube Vitória (BA), onde encerrou a carreira como jogador e em seguida trabalhou também como treinador.

Em pé: Carlos Alberto, Sadi. Cláudio, Joel Camargo, Denilson e Jurandir    –    Agachados: Paulo Borges, Gerson, Jairzinho, Tostão e Edu
Em pé: Fidélis, Ubirajara, Denílson, Ditão, Altair e Édson      –     Agachados: Nado, Lima, Célio, Tostão e Edu
1970 – Em pé: Oliveira, Félix, Denílson, Galhardo, Assis e Marco Antonio   –    Agachados: Cafuringa, Didi, Mickey, Samarone e Lula
1970 – Em pé: Oliveira, Félix, Galhardo, Denílson, Assis e Marco Antonio   –     Agachados: Cafuringa, Didi, Flávio, Samarone e Lula
1966 – Em pé: Orlando, Manga, Brito, Denílson, Rildo e Fidélis    –     Agachados: o massagista Mário Américo, Jairzinho, Lima, Silva, Pelé e Paraná

Postado em D

Deixe uma resposta